Capitulo 9

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Agora era certo. Ela odiava aquele lugar. Andou a passos largos em direção a sabe se lá onde. Ouviu passos atrás de si e acelarou mas infelizmente o seu perseguidor tambem o fez ultrapassando-a e bloqueando-lhe o caminho.
- Sai da frente Minho.
- Não me parece. E sugiro que não tentes fugir, tenho quase a certeza que corro bem mais rápido que tu.
Ela suspirou sentindo-se mais calma.
- O Newt é um idiota. - disse Joana sem levantar o olhar do chão.
- É ele até é boa pessoa! Eu sei que ás vezes ele age como um grande cara de fu mas ele é assim...
- Pois...
- Valá não fiques triste!! - ele deu-lhe uma pancadinha no ombro - Amanhã até vão ter tempo para se conhecerem melhor.
- Como assim?
- Amanhã vais experimentar trabalhar nas hortas.
- yeahhhh que emoção mal posso esperar!- disse ela com sarcasmo. Se havia coisa que menos lhe agradava era passar um dia a trabalhar nas hortas ainda por cima com Newt. Quem sabe talvez o pudesse tornar mais divertido se acertasse "sem querer" no Newt com a pá... Pensou com um leve sorriso.
- Estás aí?- perguntou Minho rindo-se enquanto abanava a mão em frente à cara dela.
- Dá uma chance àquele chanco!
Joana revirou os olhos.
-Por mim!! Pelo teu lindo melhor amigo!!
-lindo??! - ela riu-se e ele revirou os olhos sem conseguir esconder o sorriso.
- Dou-te 5 segundos para reformulares a frase ou dormes com os magoadores! - São mais simpáticos que o Newt... Pensou ela- Eu sou o chanco mais lindo desta clareira dá-te por sortuda por eu sequer falar contigo.
Ele passou as mãos pelo cabelo fazendo uma pose ridiculamente engraçada.
Os dois riram durante um bom tempo. Minho era de certo boa pessoa. Daria um excelente melhor amigo. E foi nesse momento que ela se apercebeu de que se calhar ele era o seu. Tal pensamento proporciono-lhe felicidade pura.
Quando finalmente pararam de rir vaguearam pela clareira. Ela nunca se tinha sentido 'normal' até àquele momento, em que podia simplesmente falar com um amigo. Por momentos interrogou-se sobre a existência de amigos de onde tinha vindo. Parecia uma realidade distante.
Ela sabia da rapariga com cabelo preto e caracóis e da com cabelo castanho ligeiramente aloirado. Mas mais nada. Embora os nomes continuassem desconhecidos as imagens continuavam lá estranhamente nítidas, talvez até demasiado, levando-a a desconfiar da sua vericidade.
Era como se alguém as tivesse injetado lá apenas para a satisfazer. Ou talvez não, talvez fosse realmente a memória a reaparecer. Por dentro Joana desejava que assim fosse.
Minho pareceu reparar na súbita mudança de humor dela e não o pôde ignorar.
- Ei, o que se passa?
- Nada estava só distraída isto passa. - Embora este não parecesse convencido ignorou o assunto. Talvez guardando-o para outra altura.
Passados alguns minutos, infelizmente, tiveram de ir dormir. Entraram na herdade e cada um seguiu para o seu quarto. Ela como única rapariga e ele como guardião tinham direito a um quarto lá, o que até era bastante bom.
Joana não conseguia adormecer, não só por causa do ressonar dos outros clareirences que trespassava as paredes do seu quarto mas também pelo facto de ter dormido bastante durante o dia. Não obstante todos esses obstáculos, ela acabou por adormecer.

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