Capitulo 17

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Os gritos acordaram-na. Saltou da árvore e olhou para o relógio que o Minho lhe dera. 7h, ainda era cedo. As portas já estavam abertas e tudo parecia normal exceto uma coisa.
O céu.
O céu não estava azul. O céu estava cinzento. Não havia sol.
Era como se estivessem no interior de um edifício. Era impossível terem feito aquilo do nada por isso Joana presumiu que o céu nunca lá tinha estado.
Correu em direção ao aglomerado de clareirences feitos parvos a olhar pó "céu".
Entre eles viu Minho e foi direita a ele.
- O que é que raio se passa?
- Bem não há céu. - respondeu ele casualmente como se fosse algo normal.
Olhou em volta e viu Newt e Alby a virem na direção deles.
Alby avançou e agarrou-a pela camisola:
- Se sabes alguma coisa é melhor dizeres já!
- Eu não sei de nada! - resmungou ela libertando-se.
- Alguém viu o Tommy?
- Não mas acho que.../ - Joana foi interrompida por Jeff que vinha com respiração ofegante da corrida até eles.
- Ela acordou... E fugiu.
- Como assim fugiu? - perguntou Newt incrédulo.
- Eu virei-me de costas para apanhar uma coisa e quando me virei outra vez ela já não lá estava! - justificou-se Jeff.
- Ok vamos procurá-la! - anunciou Alby. Seguiram direitos ás árvores com uma data de clareirences atrás porque a notícia se espalhou rápido.
- Acho que sei onde devemos procurar... - disse Joana. - ele conhecia a rapariga não conhecia? - e eles perceberam.
Seguiram caminho pelo arvoredo até ao sítio onde o Thomas costuma estar e tal como previram estavam lá os dois.
- Bem o que é que temos aqui... - começou Newt - como é que conseguiste fugir do Jeff rapariga?
- Primeiro, eu tenho nome, é Teresa e segundo o que ele não te contou foi que eu lhe dei um pontapé num sítio e só depois é que fugi.
- Parabéns Jeff, és o segundo rapaz a levar uma tareia de uma rapariga.
Alguns riram-se.
- Mais uma dessas e és o terceiro. - respondeu a Teresa causando ainda mais risos abafados.
- Bem já que acordaste há alguma coisa que tenhas a dizer? Que te lembres?
Ele pensou durante um bocado.
- hm não.
Newt assentiu.
- Ok. Alguma coisa de que te lembres diz imediatamente.
- Por enquanto. Ponham-na na choça. - disse Alby.
- Não há razão para tal! - protestou Joana.
- Eu é que decido.
Teresa olhou para Joana e sorriu-lhe.
Zangada com Alby, Joana afastou-se puxando Minho com ela.
Já a uma distância considerável do grupo, Joana parou e virou-se para o rapaz.
- Achas que é boa altura para irmos ver do precipício?
- Acho que sim. - ele olhou em volta com um ar preocupado.
- Ei... Vai correr tudo bem não te preocupes... - disse Joana com um leve sorriso.
Minho devolveu-lhe o sorriso e abraçou-a. Joana demorou até se aperceber o que estava a acontecer mas quando se apercebeu abraçou-o de volta.
- Obrigado. - disse Minho ao seu ouvido.
- Por quê?
- Por tudo.
Ela sorriu ainda mais e depois largaram-se.
Minho agarrou-lhe na mão e levou-a para a sala dos mapas.
- Estou com um pressentimento de que alguém vai atacar este sítio. Por isso eu e o Newt combinamos em mudar os mapas de sítio. Preciso da tua ajuda não consigo fazer isto sozinho... O Newt está a distrai-los é a nossa oportunidade.
Joana assentiu e aproximou-se do primeiro baú. Tirou os papéis deixando-os por ordem e colocou-os numa caixa. Assim que acabou aquele baú escreveu o número do mesmo na caixa e fez o mesmo noutros três enquanto que Minho tratava dos outros quatro.
Quando acabaram carregaram-nas até á cave da herdade onde, pelos vistos, nem todos estão autorizados a entrar.
Estavam estafados mas acabaram mesmo a tempo pois assim que trancaram a porta começaram a aparecer os primeiros clareirences saídos das árvores. Newt levava Teresa e Thomas seguia atrás. As pessoas estavam a tomar todas as precauções e a ser levadas pelo pânico o que não costuma resultar.

Segundo Alby, as coisas deviam continuar a ser como eram, logo, Minho, Thomas e Joana foram para o labirinto. Fizeram mais horas do que no dia anterior como estava previsto e regressaram a horas, fizeram os mapas e foram jantar.
Não escurecia, o que os deixava um pouco baralhados mas como tinham relógios sabiam as horas e as portas já deveriam ter fechado o que causou outra onda de pânico.
Newt veio a correr para junto deles acompanhado de Thomas e Chuck.
- As portas...
- Nós sabemos... - disse Joana.
Olharam para o lado e o Alby já estava no topo de uma mesa.
- Atenção! Como já devem ter percebido as portas não estão a fechar e por isso somos forçados a tomar medidas.

NEWT POV
Naquela noite iriam todos barricar-se na herdade. Haviam pessoas a tapar as janelas com tábuas de madeira, outras a carregar comida para dentro do edifício e outras a entrar em pânico.
Thomas parecia preocupado com Teresa. Embora ela estivesse bem segura na choça.
Quando se ouviu o primeiro guincho de magoador já Newt estava a fechar a porta com todos lá dentro.
Ele subiu para um dos quartos onde se encontrava Thomas e Joana e sentou-se entre os dois.
Joana estava com medo que era visível na sua cara.
- Tem calma. - Disse ele confortando-a colocando o braço sobre os seus ombros.
Ela suspirou e encostou-se a ele.
Newt não a odiava. Só o irrita o facto de não saber o que sente. E aquilo era o mínimo que podia fazer pela pobre rapariga aterrorizada.

A noite foi longa.
Newt nunca tivera tanto medo. A ansiedade consumia-o aos poucos.
Passou uma hora sem nada acontecer mas depois ouviram-se os guinchos dos magoadores mais perto do que nunca.
Todos fizeram silêncio.
Eles já estavam dentro da clareira.

JOANA POV
Aproximaram-se e aproximaram-se.
Ninguém se atreveu a falar. Joana abraçou Newt com mais força quando viu quem estava com eles na sala... Gally.
Um dos magoadores começou a subir a parede e assim que passou pela janela deles o Gally levantou-se e correu para a janela começando a arrancar as tábuas de madeira.
Newt levantou-se de um salto.
- O que é que estás a fazer!? - gritou enquanto se dirigia a ele e o agarrava tentando afastá-lo da janela.
- Afasta-te! - Gritou ele empurrando Newt que acabou por bater com a cabeça e cair desmaiado em cima da cama.
- Newt! - gritou Joana em pânico. - Seu grande/ - Joana foi interrompida por Thomas, que a puxou para trás e se aproximou de Gally mas este já tinha aberto a janela.
Mesmo quando o Thomas chegou ao pé dele Joana viu a garra do magoador ir contra a parede.
- Thomas cuidado!- foi tudo o que conseguiu dizer antes de o magoador abrir um grande buraco na parede.
- Eles vão levar um por noite. - disse Gally com uma voz aterrorizada - Vão todos morrer um por um.
De seguida ele deixou-se cair em cima do magoador afundando-se na sua pele viscosa.
Os dois magoadores afastaram-se e saíram da clareira para o labirinto.

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