Capitulo 27

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Numa questão de segundos a cena mudara completamente. Agora corriam atrás de soldados por diversos corredores e escadarias não sabendo bem para onde estavam a ir e nem sequer sabiam se podiam confiar naquelas pessoas, afinal só porque entraram a matar (literalmente) e os salvaram de um sítio como a CRUEL não quer dizer nada, não sabiam as suas intenções, mas também não lhes restava outra opção. Ao fim de minutos de correria e estria alcançaram a saída do edifício. Joana demorou uns segundos a habituar-se à luz, e mal saíram sentiu um calor abrasador queimar-lhe a pele.
- Corram! - Gritava um dos soldados.
Correram todos em direção a um autocarro velho que facilmente se julgaria avariado. Entraram todos e sentaram-se, Joana ao lado de Minho, uma onda de alívio atingiu-a, até que se apercebeu que faltava alguém.
- Ei! O Thomas?! - todos olharam pela janela e viram-no no chão a ser atacado por uma pessoa. Não, aquilo já não era uma pessoa. Era um animal. Fosse quem fosse não estava na posse de todas as suas capacidades mentais, tinha feridas de aspecto doloroso por todo o corpo e tinha um riso maníaco. Newt gritou pelo 'Tommy' até que um soldado arrancou ao pontapé a mulher de cima de Thomas. Este, após recuperar um pouco do choque correu para dentro do autocarro sentando-se no fundo ao lado da Teresa.
Mal o soldado que salvou Thomas entrou, fecharam-se as portas e o autocarro acelarou.
Joana conseguiu observar a mulher louca a correr para a frente do autocarro e ao contrário do que esperava o autocarro nem abrandou. Passou por cima da mulher fazendo-a parecer uma lomba.

Durante a viagem foi observando a paisagem desértica que os rodeava. Avistava algumas construções em ruínas aqui e ali e de vez em quando avistavam-se grupos de pessoas. Muitas delas com aspecto semelhante ao da mulher louca que atacara Thomas.
Tinha mil e uma dúvidas a rodopiarem na sua cabeça.
Estava prestes a adormecer quando começou a ouvir uma mulher a falar com Teresa e Thomas e decidiu ficar a ouvir.
- ... vão demorar algum tempo a recuperar a memória ... - foi o que conseguiu ouvir pois o Winston decidiu dar um berro.
Voltou a concentrar-se para ouvir melhor.
- ... chamam a este lugar Terra Queimada ...
- Joana? - chamou Minho.
- shhh! Ouve. - sussurrou e ele assim fez.
Concentraram-se e começaram a ouvir a conversa:
- Os fulgores do sol não podiam ter sido previstos. São fenômenos naturais, mas estes eram diferentes de todos os outros, eram enormes e de temperaturas elevadíssimas... Assim que foram detectados bastaram poucos minutos para atingirem a Terra.
Uma doença foi libertada acidentalmente e rapidamente ficou incontrolável.
Chamam-lhe Fulgor. Todas aquelas pessoas lá fora... Primeiro vem as alucinações. Depois as pessoas cedem à animalidade. Já não sentem nem compaixão nem amor nem nada que se compare... São autênticos lunáticos.
Já não queria ouvir mais, era o suficiente para lhe causar pesadelos durante semanas. Ficou novamente a contemplar a Terra Queimada, sentia-se cansada como tudo, mas não queria adormecer.
- Minho? - ele virou-se para ela - Tens alguma ideia do que vai acontecer agora?
Ele abanou a cabeça.
- Nem a traca de uma ideia.
Joana suspirou.
- Não há nada pior do que o labirinto.
Naquele momento mal ela sabia o que a esperava...
E nem imaginava que o pior estava apenas prestes a começar...

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Olá a todos! É com alguma tristeza que aviso que para acabar este livro só resta mais um capítulo! Este será publicado amanhã.
Até lá!
:)

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