Capitulo 12

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Ela acordou cedo. Cedo de mais. Ainda pouco se via o sol, fazendo o céu adquirir uma cor alaranjada.
Ela podia ter se levantado e ido dar uma volta, explorar, talvez acordar Newt.
Joana podia não gostar muito dele mas ainda assim, mesmo não sabendo porque, ela queria estar com ele.
Mesmo assim, ela deixou-se ficar. Quieta enroscada na sua cama a olhar pela janela do seu quarto na herdade, esperando que Newt abrisse a porta e a viesse acordar.
Mas infelizmente ou felizmente (ela não tinha bem a certeza) quem abriu a porta foi Chuck.
-Bom dia Joana!- cumprimentou Chuck.
-Bom dia. -respondeu admitindo a si própria a desilusão que sentia por não ser o Newt.
-O Newt? - permitiu-se perguntar.
-Ele foi-se despedir do Alby e do Minho há porta do labirinto. Eles vão ver o tal magoador.
O magoador. A curiosidade não desaparecera e mal podia esperar que eles voltassem.
-Anda vamos ter com o Thomas.- disse ele- e com o Newt se isso te faz querer ir mais depressa- acrescentou ele mais baixo com um pequeno sorriso.
-Oh tu cala-te! - disse Joana rindo enquanto lhe atirava com a almofada.
- Mas é verdade... - sussurrou ele e Joana ignorou.
Saíram do velho edifício e seguiram em direção há cozinha para ir tomar o pequeno almoço.
Ao longe Joana avistou Minho e Alby a sair e Newt parado a ver. Quando os dois desapareceram no meio do labirinto Newt começou a caminhar na direção dela.
Quando menos esperava é claro que tropeçou e caio de cara no chão de pedra.
Num grito de dor e humilhação tentou levantar-se, falhando-lhe o braço levando-a a cair novamente.
-Precisas de ajuda Janinha?
-Nunca mais me chames isso. - disse ela aceitando a mão dele. Ele riu. Um riso lindo.
Esta calada Joana! Pensou
Seguiram e tomaram o pequeno almoço juntos. Não houve discussões nem nada o que era estranhamente agradável.
- Hoje vão trabalhar com os remediqueiros. - afirmou Newt comendo mais uma garfada.
-Vão? - perguntou o Thomas.
- Os dois.
-Mas eu já lá estive!
-Mas vais lá estar outra vez. Como ela chegou muda tudo. Não tens mais nada para fazer por isso até te faz bem.- Newt não parecia muito incomodado com o assunto ao contrário de Thomas.

Mal acabamos de comer Chuck levantou-se e foi fazer o seu trabalho, seja ele qual for, e o Newt levou-nos para onde tínhamos de ir.
Eu fiquei com o Jeff e o Thomas com o Clint durante a 1ª hora a aprender os básicos até que os dois remediqueiros tiveram de ir para a herdade cuidar de alguém muito ferido deixando ali 2 inexperientes a tomar conta do resto e de qualquer rapaz que se magoasse entretanto.

-Já sabes o que queres fazer? -perguntou Joana tentando fazer conversa.
-Explorador. - disse com um brilho nos olhos. - e tu?
- Não sei... Ou remediqueira ou talvez trabalhe nas hortas...
-Para mim isso é aborrecido.
- Dá para perceber- ambos deram uma gargalhada nervosa.
- Bem isto até é giro aqui... - Disse ele pegando num pequeno rolo de ligaduras atrás dele.
- É/- ia a dizer mas levou com o tal rolinho na cara. Thomas riu da sua expressão.
-Ha. Ha. Tens muita/ - levou com outro rolinho.
Ele riu ainda mais.
2 podem jogar este jogo pensou ela com um sorriso.
Agarrou em 3 rolinhos e atirou-os a Thomas.
Este agarrou em mais 2 e fez o mesmo é passado 1 minuto a sala estava cheia de rolinhos de ligaduras sendo que alguns deles já nem eram rolinhos.
O que foi uma excelente altura para o Newt entrar.
Ela esperava que ele se fosse zangar, que grita-se e insultasse como era costume, mas não. Ele olhou em volta pegou num rolinho, analisou-o, olhou para os outros dois, sorrio e atirou-o contra Joana desencadeando outra guerra. Ele estava diferente. Para melhor.
Ficaram as horas seguintes a arrumar a sala e quando finalmente acabaram foram almoçar.
Newt estava sentado a uma ou duas mesas de distância dela, do Thomas e do Chuck.
-Ele parece preocupado... - disse Thomas.
- O que acham que se passa com ele?- perguntou o Chuck.
- Não sei. - respondeu Thomas.
- Já percebi porque é que ninguém quer dormir ao vosso lado raios! - disse Newt.
Os três entreolharam-se e foram ter com ele.
- O que é que se passa? -perguntou Joana.
- É o Alby e o Minho... Já deviam ter voltado...
-Calma o Minho conhece o Labirinto melhor que ninguém eles ficam bem.- tranquilizou-o Chuck.
-Não é isso que me preocupa. - ele levantou o olhar para Joana. Os seus olhos assemelhavam-se aos de um cachorrinho naquele momento. Estava genuinamente preocupado.
-Vai correr tudo bem ok?- tranquilizou-o Joana colocando a sua mão sobre a dele. Ele mostrou um pequeno sorriso e depois levantou-se. Dirigiu-se para a grande abertura para esperar por eles.

Ao que pareceu ninguém se tinha magoado naquele dia.
Thomas e Joana ficaram sentados a conversar. Sem mais nada que fazer se não olhar pela janela do edifício.
Já tinham passado 3 horas e Newt ainda continuava à espera na abertura.
- Estás preocupada com ele?
- Um pouco. O Minho e o Alby são grandes amigos dele e os primeiros de que se lembra e não é bonito vê-los morrer...
-Concordo...
Ele olhou-a nos olhos e houve um entendimento silencioso. Não iriam deixar que tal acontece-se.
Quando acharam que já era hora levantaram-se e seguiram para jantar.
Comeram em silêncio. Um estranho silêncio. Quando acabaram já estava escuro. Newt ainda estava à porta à espera. Faltavam 5 min para esta fechar e nem sinal dos dois exploradores.
Olhámos um para o outro. Ele acenou com a cabeça e fomos ter com o Newt.
Ele parecia ainda mais nervoso.
Nenhum dos dois sabia o que haveria de lhe dizer.
Por isso ela simplesmente ficou ali entre os dois rapazes mais velhos à espera tão nervosa quanto eles.
-Não podemos mandar alguém à procura deles? - perguntou Thomas.
-Não, é contra as regras. Não podemos arriscar perder mais pessoas.
- Mas/
-NÃO ! Não achas que se eu pudesse eu já estava lá fora!! - gritou o Newt
-Eu devia ir... - disse o Newt com lágrimas nos olhos.
- Não! Eles vão voltar. - tentou Thomas.
Newt limitou-se a abanar a cabeça. E então este afastou-se sem mais uma palavra.

Os minutos que se seguiram foram terríveis. Com a ansiedade e o medo a querer corrê-los por dentro.
Até que o pior aconteceu. O momento havia chegado. Com um abanão as portas começaram a fechar.
Qualquer esperança que haviam tido começava a dissipar-se a uma velocidade louca.
E foi aí que os viram. Minho e Alby ao fundo do corredor.
Mas algo não estava bem... Minho estava a carregar Alby e àquela velocidade nunca chegariam a tempo.
- MAIS RÁPIDO! VOCÊS CONSEGUEM! - gritou Thomas chamando á atenção de Newt.
Eles não iam conseguir. Tinha que os ajudar. As portas estava a menos de um metro de se fechar.
-É que nem se atrevam!! TOMMY não faças isso raios! Joana! Afastem-se dessa porta nem se atrevam! - ouviram Newt a gritar enquanto corria na direção deles.
Mas não hesitaram. De um salto entraram no labirinto.
-Minho tu não a deixes morrer!! - Ouviu-se Newt a gritar antes de as portas de fecharem por completo com os 4 lá dentro.

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