Ethan

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Abri a porta de casa e arrastei Ethan para dentro. Ele fedia a Bourbon velho e resmungava coisas sem sentido. Sério, não é nada fácil tentar entender uma pessoa bêbada falando inglês quando você não é americano.

Ele estava largado no meu sofá e não parecia que iria melhorar tão cedo. Com muito custo tirei seu terno, reparei que usava uma camiseta então tirei sua camisa social. Tirei seu pé de sapato imaginando o que teria acontecido ao outro. Suas meias eu joguei direto no lixo junto com as minhas.

Pensei duas vezes e acabei só tirando seu cinto e assim que o acomodei no sofá lhe joguei um lençol. Eu estava confuso, meio assustado e com um cansaço físico e mental insuportáveis. Tomei um banho e fui dormir.

Esqueci que tinha ganhado folga e meu despertador fez o favor de me acordar às 6 da manhã. Enrolei na cama um pouco, mas depois que eu acordo dificilmente volto a dormir e com meu antigo chefe desmaiado no meu sofá, não preguei os olhos.

Levantei, me troquei e saí do quarto. Meu apartamento tem a cozinha conjugada com a sala, como quase todos os apartamentos americanos. Comecei a passar um delicioso café brasileiro que me custou uma fortuna e vi Ethan se levantar.

Ele se sentou e ficou observando as coisas ao seu redor e eu me aproximei com uma xícara de café quente e sem açúcar para ele, o meu estava perfeitamente adoçado.


– Onde estamos Gabriel? – Me perguntou pegando o café e fazendo careta ao tomar um gole.

– No meu apartamento sr. Coleman – Respondi.

– Faz ideia de como eu vim parar aqui?

– Nenhuma, senhor. Quando cheguei do evento eu o encontrei caído na porta do meu apartamento.

– Me desculpe Gabriel, eu não me lembro de nada e minha cabeça dói como nunca.

– Eu devo ter Advil na minha bolsa se quiser um.

– Eu aceito sim, muito obrigado – Eu peguei minha bolsa e fucei até achar o comprimido.

– Senhor Coleman, ontem me disseram que o senhor estava sendo mandado embora, não entendi coisa alguma.

– Arg! – Gemeu – Estou sendo acusado de vazar informações sobre um projeto que estamos desenvolvendo. Tem outras empresas que estão tentando aperfeiçoar a mesma tecnologia.

– Isso é um absurdo, não consigo acreditar que te acusaram disso.

– A auditoria interna da empresa tem provas de que eu estava enviando resultados de testes para um de nossos concorrentes. E-mails com relatórios que, segundo eles, colocaria a outra empresa na frente da corrida pela patente.

– Mas o senhor não enviou esses e-mails certo?

– Claro que não, mas não sei como provar minha inocência. Por conta disso fui mandado embora e parei em algum bar ao sair da empresa. É tudo o que eu me lembro.

– Como o senhor chegou aqui é o maior mistério, nunca veio aqui antes, como sabia onde moro?

– Eu associo números com cores, devo ter ouvido você falar seu endereço alguma vez e fiz a conversão dos números. Bêbado ontem, seu endereço deve ter sido a primeira coisa que lembrei ao olhar para algo colorido. Mil perdões.

– Gostaria de tomar um banho sr. Coleman?

– Pode me chamar de Ethan, já tinha lhe dito isso.

– Força do hábito.

– Acho que já te incomodei demais Gabriel, vou chamar um táxi e vou para casa.

O Assistente (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora