Decisões

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Ethan só parou de chorar porque apagou de novo. Aproveitei para voltar para casa, tomar um banho, organizar minha vida e voltar para o hospital. Cheguei na hora em que uma enfermeira insistia para que Ethan comesse.


– Pode deixar comigo, esse aí não vai fazer graça com a minha cara – Disse e a enfermeira saiu.

– Não estou com fome Gabriel – Disse Ethan.

– Não perguntei se tem fome, eu disse que você VAI comer e pronto. Se não melhorar logo, vai perder todo o trabalho que fez até agora – Toquei na ferida certa.

– Não gosto de vagem – Disse olhando para o prato e abrindo a boca.

– Fresco – Rebati e juntei uma colherada de comida e pus em sua boca.


Depois de comer a bandeja toda, exceto a vagem, o sono mais uma vez dominou Ethan e ele dormiu por algumas horas. Um médico veio avalia-lo e Ethan acordou durante o exame, mas ficou em silêncio.

Assim que o médico terminou de anotar alguma coisa no prontuário de Ethan, me levantei e saí. Quando o médico saiu eu o abordei.


– E então doutor, como ele está? – Perguntei ansioso.

– O quadro dele ainda é bem ruim. Ele está abaixo do peso, os resultados dos exames de sangue deram muitas alterações e ele ainda está melhorando da desidratação.

– O outro médico disse que ele deve ficar aqui por pelo menos uma semana.

– Concordo com essa avaliação. Antes de sábado ou domingo que vem o sr. Coleman não sai desse hospital.

– Obrigado doutor – Voltei para o quarto e Ethan me encarou.

– O que são todas essas coisas? – Disse apontando com a cabeça para umas bolsas.

– Você não achou que iria ficar sozinho aqui. Achou?

– Você trabalha Gabriel.

– Fui seu assistente pessoal por 2 anos, eu dou conta de ficar uns dias como seu acompanhante no hospital.

– Mas...

– Sem essa de "mas", eu saio para trabalhar normalmente e volto quando o expediente acabar. Você dá conta de ficar sozinho durante o dia.


Passamos o domingo praticamente todo em silêncio. Não que eu achasse que seria de outra maneira, mas sei lá. Segunda-feira eu acordei as 5 da manhã e fui para casa, tomei um longo banho e me arrumei para ir trabalhar.

Foi difícil encarar o trabalho sem ficar com uma pontinha de ressentimento do que tinha acontecido com Ethan. E aquela situação iria ser resolvida, eu nunca duvidei disso.

Sai do trabalho e fui direto para o hospital. Concluí que era mais fácil ir para casa e depois para o trabalho do que para casa e depois para o hospital.

A semana foi longa e silenciosa, mas a recuperação de Ethan estava se mostrando muito boa. Já era visível o ganho de peso, a desidratação severa já estava tratada e agora era melhorar algumas alterações eu seu exame de sangue.

No sábado Ethan recebeu alta e sob protestos eu o enfiei num táxi até minha casa. Ele parecia uma criança de cara amarrada quando chegamos.


– Desfaz essa cara feia que não vai adiantar – Disse assim que fechei a porta.

– Não tem necessidade de me trazer para cá, eu posso muito bem voltar para meu apartamento.

O Assistente (Romance Gay)Where stories live. Discover now