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Fui trabalhar segunda-feira e descobri que iria passar mais de uma semana fora. Um dos acionistas foi convidado a participar de um evento em Berlim e é claro que sobrou para mim.

Calma que eu não vou reclamar de fazer uma viagem grátis para a Alemanha, nem que seja a trabalho. Entrei em contato com a organização do evento e muita ralação começou para o meu lado.

Cheguei em casa e Ethan estava todo feliz, pois ele fez um registro de patente do componente que estava desenvolvendo e eu acidentalmente fiz funcionar. O problema era a parte prática.

As leis de patente de coisas nos Estados Unidos são muito complexas e existem um milhão de brechas e coisas que podem arruinar com a vida de alguém. O cara mesmo que inventou a televisão coitado, morreu pobre e maluco.


– Eu fiz as contas meu amor, pra produzir um protótipo, testar e comprovar que funciona eu vou precisar de muito dinheiro.

– Muito dinheiro quanto?

– Algo próximo de 100 mil dólares.

– 100 mil?

– Não posso produzir uma peça só, tem muitas variáveis que precisam ser levadas em consideração e que podem dar errado.

– Posso hipotecar o apartamento, mas não sei se consigo esse valor todo – Disse sincero.

– De jeito nenhum eu vou deixar você hipotecar seu apartamento. Quando acabar o contrato de locação eu vendo o meu.

– Mas pelo o que me explicou, se alguém chegar com um protótipo que funcione eles passam por cima da sua patente certo?

– Teoricamente sim.

– Não dá pra esperar até vender seu apartamento. Eu posso aproveitar a viagem para conseguir um investidor.

– Ninguém vai querer investir um centavo quando souberem para quem é, fora que isso colocaria em risco o seu trabalho. Eu vou pensar numa solução com calma.


Eu entrei em "modo loucura" com os preparativos para a viagem. Cuidar do meu chefe era moleza, mas cuidar da senhora sua esposa era jogo duro. Ethan estava muito calmo nos últimos dias e estava focado em refinar ainda mais o seu trabalho.

Pouco antes do avião decolar recebi uma mensagem sua em meu celular "Posso ter achado uma $olução". Não pude deixar de rir do trocadilho, mas infelizmente só pude responder depois de chegar em Berlim.

Tá, não pude aproveitar nem um único minuto da viagem, trabalhei feito um louco para que meu chefe e sua esposa tivessem uma vida de luxo e glamour. Eu gosto do meu trabalho.

Quando eu estava na faculdade, no último ano as poucas alunas e eu único homem da turma fizemos uma camisa com a frase "Born to be a star" com um desenho de uma estrela rabiscada no lugar do "a" em "star" e duas letras "f".

Posso não ter conhecido nada em Berlim nos dias que fiquei, mas para compensar eu amei voltar a Paris. A esposa do meu chefe o convenceu de passar uns dias na Cidade Luz para fazer compras.

Eu tive que me desdobrar em 15 para arrumar um hotel, carro, motorista, concierge e desenferrujar meu francês para servir de tradutor para que a madame fizesse compras. O lado bom foram os presentes. Muitos presentes.

Uma senhora fina fazendo compras em Paris com um cartão de crédito que provavelmente não tem limites e eu ajudando-a com o francês, já viu? E cá entre nós, ela tem bom gosto. Escolheu lindas peças de roupa para mim e me deu de presente.

O Assistente (Romance Gay)Where stories live. Discover now