capítulo dezenove

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H A R R Y | S T Y L E S


O som da porta batendo dominou todo o meu apartamento assim que cheguei no mesmo, contagiado pela raiva e pela irritação que os últimos momentos me causaram. Seria quase impossível voltar a ver aquela biscate novamente, mas graças à minha má sorte momentânea e à minha excitação pela garota dos cabelos de fogo, eu fui obrigado a encarar o passado que sempre me arrependo de ter vivido. Rosie era a única pessoa que poderia mudar o rumo das coisas e da forma como escrevo as minhas histórias sem que ninguém precise se machucar ou fazer algo que não queria; e talvez agora todos os meus planos sejam destruídos dependendo do a tal Anne vá dizer para a ruiva.


Tentei me acalmar aos poucos, sentando no sofá e encarando a imensidão da cidade de Nova York, observando os carros, táxis e ônibus circulando pelas ruas, pessoas entrando e saindo de cafés e edifícios comerciais ou correndo pelas calçadas, como se o tempo jamais fosse estar ao seu favor. Bem, na verdade, ele nunca está, principalmente quando se trata de uma cidade grande como essa, onde tudo é tão rápido mas nada acaba, como se todas as pessoas apertassem um botão de reiniciar todos os dias e voltassem para suas rotinas pacatas todas as semanas, sem se importar com o quanto elas acabam se tornando entediantes e estressantes. Por esses motivos, eu sempre tento mudar minha rotina e não ficar preso à um cotidiano, por exemplo optando em trabalhar aos domingos e transformar a maior parte dos meus dias em feriados prolongados, ou apenas fazendo com que eu meu trabalho seja divertido e gratificante para mim. 


Não é algo que as pessoas costumam esperar de um chefe de uma das maiores editoras do estado, principalmente quando se trata de alguém que quer publicar um livro sem que os outros saibam que realmente está a escrever e o por quê de tudo isso. Talvez eu simplesmente me sinta bem em fazer algo inesperado, mesmo que as pessoas duvidem de mim, ou tenham até mesmo medo de tudo o que eu planejo caso um dia venham a conhecer a mente do renomado e jovem Harry Styles. Depois de pensar um pouco em cada uma dessas coisas, eu percebi que estava realmente mais calmo, e que deveria arranjar alguma maneira de me distrair de toda aquela confusão para mais tarde conversar com Rosie, sabendo que certamente a mesma estará com uma certa raiva da minha pessoa. 


Levantei do sofá e de maneira rápida me movi até a cozinha, pegando uma taça grande e em seguida indo até o corredor dos quartos, entrando na aconchegante e bem refrigerada adega que planejei depois da editora ter me concedido esse apartamento em Nova York, visto que eu costumava ficar responsável pela parte britânica quando ainda morava em Londres, mas após receber uma proposta maravilhosa de vir para a América, acabei deixando tudo por lá e optando por uma nova rotina em minha vida. A adega foi inicialmente planejada para ser um enorme armário de roupas para minha irmã, mas depois de perceber que a mesma viajava mais do que comprava roupas, eu optei por transformar em algo que pudesse me trazer tanto prazer quanto as histórias que escrevo. E o que combina melhor com histórias sensuais do que uma bela taça de vinho seco?


Após encher minha taça com o que tinha de melhor armazenado, virei todo o conteúdo de uma vez e voltei a enche-la, desta vez tomando aos poucos enquanto andava até o meu escritório, que com certeza é o lugar mais precioso de todo esse maldito apartamento, e por esse e outros motivos eu tento sempre mantê-lo trancado. O lugar sempre está organizado, com diversos armários cheios de arquivos de livros que a editora já imprimiu e rascunhos das minhas próprias histórias, muitas que ninguém sequer pode imaginar que existam. Ao canto, perto da janela com vista para a ponte do Brooklyn, há uma enorme mesa com papéis perfeitamente ordenados contendo a minha mais recentes história, a mesma que Rosie leu para mim algumas noites atrás. Porém, apesar de já estar praticamente completa, eu preciso saber qual será o verdadeiro impacto que ela causará antes que simplesmente me arrisque em publicá-la. É por esse motivo que eu preciso da ajuda de Rosie.


Ela, como uma perfeita leitora e contadora de histórias, entende o impacto que certas narrativas têm em certas pessoas, e como com certeza já leu muitos livros em toda a sua vida, seria a pessoa certa para testar os efeitos de um conto sensual e polêmico, mesmo que não esteja acostumava com esse tipo de histórias. Eu já tentei realizar esse teste com diversas pessoas, inclusive com Anne, mas a coisa acabou saindo de controle e se transformou em algo que por pouco não se tornou caso de polícia. Desta vez eu estou tentando fazer diferente e controlar minha natureza masculina, mesmo que para isso eu tenha que cuidar disso por conta própria e usando minhas próprias mãos. Eu preciso de uma única chance para provar para Rosie que eu não sou a mesma pessoa que transformou a vida daquela colega de apartamento dela em um inferno durante um certo tempo, mas para isso a ruiva simplesmente precisa me ouvir. Como se fosse pela sorte - ou pelo azar - poucos depois de me sentar na poltrona ao lado da mesa, senti meu celular vibrando em meu bolso, e assim que peguei o aparelho li o nome de Rosie na tela, então respirei fundo e atendi.


"Rosie?" Foi tudo o que consegui falar por um mísero segundo antes que a mesma começasse a berrar do outro lado da linha, me obrigando a colocar a ligação no viva-voz e abaixar um pouco o volume, para que pudesse ouvi-la de forma mais tranquila. 


"Você é um monstro, Harry, nenhum ser humano que alguma vez eu já conheci pôde ser tão cruel quanto você! Que tipo de pessoa paga outra e faz o tipo de coisa que você fez? Não é uma coisa de alguém que tenha um coração ou sentimento humano!" Ela berrava, e eu fui obrigado à esperar alguns segundos para que pudesse falar, enquanto escutava todos os tipos de xingamentos da parte dela, como se não fosse algo que eu já esperasse, principalmente devido ao temperamento forte dela. "Quer saber, eu me demito! Não quero o seu dinheiro, muito menos trabalhar para alguém com você! Eu só consigo sentir nojo de tudo o que você fez!"


"Rosie, espere." Eu pedi, impedindo que ela desligasse na minha cara. "Você só escutou o lado da sua amiga, não me escutou. Como pode confiar totalmente nela sem nem ao menos ter escutado a minha versão de tudo isso?" Questionei, percebendo que conseguia a atenção dela. "Não custa nada me escutar, me deixa falar e depois tire suas próprias conclusões. Se quiser, eu até te mostro o que realmente aconteceu, Rosie."


"Do que você está falando, Harry?" Ela perguntou ainda com seu mesmo tom de irritação de antes, mas agora com aquela curiosidade habitual que sempre costuma ter, seguida de um silêncio para poder me escutar calmamente.


"É simples, Rosie. Me encontre na livraria onde você trabalhava em algumas horas, se quiser, é claro. Eu posso te explicar tudo e inclusive mostrar o que realmente aconteceu sem que você seja atingida, assim pode tirar suas próprias conclusões sobre toda essa história que me perturba até hoje. A escolha é toda sua, minha queria Fênix. Vou estar na livraria em uma hora te esperado, e se depois de meia hora não te ver, eu vou embora. Tudo depende de você, está nas suas mãos agora se você vai confiar em mim ou em Anne." dito isso eu simplesmente encerrei a chamada, tomando o resto do vinho que ainda tinha em minha taça e me levantando para me preparar para o certo encontro com a garota de cabelos de fogo.


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puta merda eu demorei tanto pra atualizar!!! me desculpeeeeem, fiz esse capítulo curtinho pra compensar a demora já que só ia poder publicar de novo no meio da semana!! mas espero que tenham gostado!!


ily all - MAri xx

Later Stories + hesWhere stories live. Discover now