Capítulo 5 (Parte II)

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- Droga! Eu sou um desastre na cozinha. Um desastre! Acho que só sirvo para comer.

Hanna Marin estava xingando-se completamente ao deixar cair do armário – que por sinal se encontrava alto demais para seu gosto – uma tigela de porcelana que sua avó havia lhe dado na última vez que visitara a ela e a Caleb em Nova Iorque, assim que soube que sua neta favorita havia se mudado para a Big City, fazendo dela assim, uma daquelas garotas de filmes americanos que a garota – e não mulher, como já era – costumava ver quando a senhora a visitava na casa dos Marin, às vezes, contra gosto de Ashley, sua ex-nora.

Mas, toda a história da porcelana que foi ao chão não importa nem para Hanna nem para ninguém. Principalmente para Hanna que nesse pequeno acidente cortou-se feio em um de seus dedos, deixando assim sangue, exposto por toda sua mão já que era impressionante como um simples – ou não – corte podia fazer tamanho estrago. Todavia, o que mais parecia – além de sua mão – ser um estrago nisso tudo era a bagunça que teria que organizar depois de dar certo cuidado ao seu ferimento que só não ficou pior porque Caleb Rivers, seu namorado, chegou ao exato instante em que ela pulava pela cozinha-sala a fim de fazer a dor e o estresse passar, ao som de Katy Perry que tocava ao fundo.

Parado à porta com uma mochila nas costas e uma maleta na mão, o rapaz franziu o cenho e meio que riu, negando com movimento de cabeça, achando aquela cena a mais esquisita e ao mesmo tempo a mais linda e meiga de todo seu dia.

Entretanto, a graça para o rapaz pareceu ter fim no segundo em que ele viu sangue na mão da loira que soltou um grito ao sentir uma mão puxá-la pela cintura e obriga-la a virar: ambos se assustaram e pingos de sangue foram de encontro à camisa de um Caleb que de boca entreaberta, não sabia nem o que dizer nem o que pensa: havia acontecido o quê, durante sua ausência?

- Houve um terremoto durante o tempo que estava trancado no escritório ou o quê? Meu Deus. Hanna, de onde diabos saiu todo esse sangue e por que...

Suas palavras foram ficando esquecidas ao ver o sorriso mesclado com dor que surgiu no rosto de uma mulher que de tranças, parecia mais uma criança do quê uma mulher que tenta ser aspirante a chef de cozinha.

- Acho que me machuquei feio deixando a porcelana que a vovó me deu, cair.

- Hanna, o que você estava aprontando? Venha aqui, vamos cuidar disso.

Rindo ao ser puxada pela mão, Hanna o ouvia dar broncas e mais broncas porque provavelmente ela deveria ter tido uma das ideias inadequadas de puxar peças de cozinha sem ter a ideia perfeita de pegar um banco.

Entretanto, talvez tiver um banco só pioraria as coisas, afinal, ela poderia quebrar um braço ou uma perna ou...

Ele preferiu deixar tudo para lá ao pegá-la no colo e a coloca-la sob a bancada do banheiro, vendo-a enxugar disfarçadamente as lágrimas dos cantos dos olhos, fingindo que não sentia dor alguma até que por fim parou de reclamar e ralhar com ela, olhando-a nos olhos e indagando, divertido:

- Quantos anos a minha garota tem?

- Não sabia que para se cortar acidentalmente deveria ter idade especifica.

- Mas ainda continua uma fera.

- Ai! – Ela gritou ao senti-lo pressionar um pedaço de pano ao redor de sua mão. – Vai com calma ai, por favor, isso dói.

- Da próxima vez tenha a ideia brilhante de usar o banco.

- Da próxima vez que nos mudarmos, tenha a ideia de colocar os armários um pouco mais baixos. Eu agradeceria, muito.

AmnesiaWhere stories live. Discover now