Capítulo 26

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A manhã chegou fria em Nova Iorque como todas as outras manhãs anteriores. Caleb estava sentindo-se culpado por ter permitido que Hanna passasse a noite ao seu lado logo após o jantar um tanto quanto estúpido que fizera para ela. Mas levando em consideração seu sorriso enquanto provava da pizza que comprara de sua pizzaria favorita, então estava tudo bem. Assim como antes, tudo também ficou bem quando a puxara para uma dança onde depois, terminaram sentados no tapete um pouco velho demais até mesmo para ela que provavelmente já teria pisado em tapetes melhores do que aquele desde que entrara para o mundo da moda. Todavia...

Enquanto dividiram desse tapete velho e gasto, Caleb pôde ver em Hanna, a antiga Hanna. A antiga Hanna que conhecera quando era nada mais nada menos do que um adolescente perdido na vida, que buscava encontrar alguma direção para fazer sua, para fazer sua própria direção. Procurava por alguém que o amasse assim como ele buscava amar a si próprio até que a encontrou. E a encontrou na noite passada outra vez, quando ela se recostara ao seu peito e após inúmeras conversas sobre inúmeros assuntos, finalmente adormecera no que pareceu ser um sono tranquilo e sereno.

Agora que a noite passara e dera lugar ao dia, o homem estava encarando a mulher recostada ao seu peito, temendo acordá-la de um de seus sonhos para trazê-la para realidade. Mas ela teria um puxado dia, àquele dia e ela precisava estar acordada para começar a enfrenta-lo, todavia... Como poderia ele, despertá-la, se estava tão linda com seu rosto apoiado ao peito dele? Até se mover, Caleb temia, porém, precisava fazer ou se sentiria mais culpado ainda se Hanna perdesse a hora e o transito da cidade a fizesse se atrasar mais ainda para sua visita ao tribunal. Então, sussurrou próximo a seu ouvido, vendo-a mexer-se em uma resposta um tanto quanto mal humorada:

- Ei, vamos lá, Hann, acorde. Você precisa acordar.

- Me deixe dormir mais um pouco.

- Não, amor, você não pode dormir mais um pouco.

- Como é bom ouvi-lo me chamar assim logo pela manhã.

A voz dela soou arrastada e ele riu, beijando sua testa logo em seguida para vê-la outra vez se mexer, aproximando-se mais ainda do corpo dele, desejando fundir-se a ele e nunca mais deixa-lo porque, o seu corpo no dela era tão bom e o cheiro dele mesclando com o seu era tão bom e tudo era tão bom que até mesmo abrir os olhos, parecia ser a pior coisa a se fazer no momento, porém... Precisava acordar. Sua consciência a mandava abrir os olhos e ela simplesmente abrira os olhos e se deparava com o olhar dele em sua direção, acompanhado por um belo e confortável sorriso.

- Bom dia, linda.

- Bom dia. – respondeu preguiçosa, tocando seu rosto e vendo-o fechar os olhos para ela, agradecendo pelo seu toque. – Eu ainda não acredito que você está aqui, logo hoje.

- Logo hoje. – Ele repetiu as palavras, sentindo certo arrepio. – Dormiu bem? Como está se sentindo?

- Tentando não sentir, na verdade. Acho que não estou preparada.

- Você está preparada. Lembre-se disso, você está preparada.

- E se algo der errado?

- O que pode dar errado?

- Eu não sei. Eu realmente não sei.

Ficaram em silêncio por alguns minutos até que Caleb ergueu seu corpo e junto com o seu, o dela, agora, segurando seu rosto entre suas mãos e vendo seus olhos um tanto quanto sonolentos, fazendo-a ser tão linda como se recordava das manhãs naquele mesmo apartamento.

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