cap 8

4.7K 314 12
                                    

- eu quero a verdade! - peço.

- sim, eu sou vampiro - ele suspira - e eu sei que você é loba - ele me encara.

Fico em silêncio, afinal, não havia nada que eu pudesse dizer em minha defesa mesmo.

- eu descobri quando fui te buscar para irmos ao parque de diversões - ele explica - eu sei que aquilo não é um condomínio extravagantemente grande - ele desvia o olhar - qualquer ser sobrenatural sabe aonde fica a alcatéia do Supremo Alpha.

- meu pai é o supremo alpha - digo sem o olhar, mas podia ver de canto que ele não expressou nenhuma emoção.

- eu imaginei... - ele volta a olhar para a fonte de água.

- eu não me importo com nada disso - suspiro - você é um bom amigo.

- a relação entre nossos mundos sempre foi difícil. Mas eu gosto de ser seu amigo... - ele me da um sorriso fraco - ... quando meus pais morreram, eu peguei a minha herança e comprei uma casa na cidade...

- está tudo bem. Nós estamos bem - retribuo o sorriso.

Ficamos conversando por mais alguns minutos, até que o sinal tocou. Nos despedimos um do outro, e voltamos para as aulas.

(...)

Assim que finalmente esse martírio acabou, pego minha moto e piloto para casa.
Assim que atravesso os portões da alcatéia, meu tio Théo vem até mim.

- seus pais tiveram um compromisso, ou seja, eu cuido de você hoje - ele fala preocupado.

- não se preocupe, não vou pôr fogo na casa - brinco.

- você falou isso antes de queimar as cortinas da cozinha mês passado! - ele cruza os braços e ergue as sobrancelhas.

- foi um acidente! - me defendo.

- vá logo, Emy! - ele ri - mas mantenha o celular por perto - ele avisa.

Assinto positivamente, e vou para casa.
Assim que chego, coloco minha moto na garagem, e vou para a floresta correr um pouco. É de fato uma terapia.

(...)

Devo ter passado cerca de duas horas correndo na forma lupina, tempo o suficiente para Sarah parar de me pertubar. Eu estava simplesmente imunda, com folhas no cabelo e terra no rosto. Após tomar um banho e me vestir, pego meu celular e visualizo a mensagem de um número desconhecido.

_____________ Mensagem _________________

- Emy?

- quem é?.

- sou eu, Leon 🙄

- devo me preocupar em como conseguiu meu número?

- nem tente. Quer pegar um cinema?

- oh céus! Leon Black está me chamando para sair! 😂

- idiota 😂😂 - os caras furaram comigo, e eu não quero ver o filme sozinho.

- tudo bem. Pode ser amanhã?

- sim, está perfeito. Te busco na rua da escola, se seu pai ver meu carro na frente da alcatéia, ele me mata.

- tem razão 😂

- até amanhã então!

- até!.
__________________________________________

Largo o celular e só quando passo na frente do espelho vejo que minhas bochechas estavam coradas.

Que ridículo!

Seria apenas um cinema, nada demais.
Mas... Por que será que meu coração está batendo tão forte?.
Ignoro Sarah se agitar novamente dentro de mim, e visto um short jeans escuro e uma blusa confortável. Eu até iria ficar dentro de casa, mas por algum motivo o contato de Leon me deixou com uma inquietação horrível!

Justo hoje que Sarah está descontrolada... Tudo se torna gatilho!

Prendo meus cabelos em um coque bagunçado e saio de casa um pouco, passear pela alcateia talvez ajude.

(...)

Minha mãe tem muito orgulho das obras de paisagismo que ordenou que fossem feitas na alcatéia, graças a ela, esse lugar ficou mais  colorido e cheio de vida!
Na primavera basta abrir as janelas e apreciar o aroma das rosas.
Ando calmamente absorvendo a vitamina D que os raios solares insistiam em me dar, e paro um pouco.

Parecia que minha pele estava absorvendo tudo!

Me delicio com a brisa fresca de fim de tarde e com o resto de luz solar, que em vez de queimar, apenas me proporcionava uma sensação gostosa. Aos poucos, Sarah retorna para as profundezas da minha mente e me livra de toda essa ansiedade que estava sentindo. Agora eu parecia ter encontrado a minha paz.

Estava uma tarde linda, crianças se divertindo no parquinho, algumas pessoas praticando atividades físicas no gramado e a pista de skate bem movimentada logo a frente. Era quase impossível andar por aqui e não ser cumprimentada, eu cresci nesse lugar, brinquei tantas vezes naquele parquinho e machuquei o joelho tantas vezes na pista de skate que minha memória nem conseguia se lembrar do número de vezes. Minha mãe diz que um lobo nunca deve se desprender da natureza, visto que foi dela que saímos.

Lembro quando esse lugar era mais concreto do que qualquer outra coisa, as obras para trazer a natureza para dentro desses muros foi de fato insubstituíveis.
Embora nossa alcatéia esteja localizada exatamente a beira da floresta, é como se a natureza tivesse ficado lado de fora...

Não mais graças a luna desse lugar, vulgo minha mãe.

Paro de andar quando sinto meu celular vibrar no meu bolso. Assim que desbloqueio a tela, vejo inúmeras mensagens de meu tio Théo.
Quando estou prestes a responder, sinto um impacto nas minhas costas, que me faz ir direto ao chão e meu celular ser literalmente lançado a uns 3 metros de mim. Nesse momento, toda aquela sensação boa de "good vibes" acaba em questão de micro segundos!

Me levanto com raiva e alcanço meu celular, que por algum milagre divino sequer havia rachado a tela. Me viro para a direção de onde o impacto tivera vindo, e concluo que nenhuma situação é tão ruim, que não possa piorar.
Era como ver uma assombração em cima de uma bicicleta, olhando para mim com um sorriso irritantemente divertido e totalmente satisfeito com o fato de ter me derrubado.

Quem seria tão covarde de atacar alguém dessa forma, ainda mais pelas costas?!

Hoje percebi que minha paciência estava sendo testada em diferentes situações, o que comprova que minha vontade de esganar o indivíduo bem na minha frente era totalmente compreensível, dado ao fato de além de tudo, eu ter ficado com alguns arranhões e um pouco de terra na roupa que literalmente acabei de colocar.

Que dia mais perfeito...

Te Amo Meu Alpha-2° volume.Where stories live. Discover now