cap 18

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- acho que não fui claro quando disse que queria você longe desse garoto, Emily - meu pai fala com um olhar de fúria.

- pai, por favor... - imploro já sabendo o que iria acontecer.

- levem minha filha de volta para a alcatéia - meu pai ordena - enquanto eu terei uma conversa com o seu "companheiro" - ele fala irônico olhando para Leon.

- está tudo bem, Emy - Leon fala firme, mantendo sua postura intacta.

Mas qualquer um aqui presente podia sentir seu nervosismo.

- você é realmente corajoso, moleque... - meu pai fala com seus olhos mudando.

Meu tio Théo se aproxima de mim com um olhar como se implorasse para que eu me mantesse em silêncio. Dou uma última olhada para Leon, que se encontrava visivelmente tenso, mas ainda em pelo.
Começo a descer a colina acompanhada dos guardas e do meu tio, mas paro bruscamente quando escuto um rosnado, seguido por uma série de grunidos. Quando me viro, vejo meu pai e Leon em suas devidas formas lupinas, se atacando. Olho desesperada para meu tio Théo, que apenas segura de leve meu pulso, indicando para que continuasse a descer a colina em paz.

- eu preciso ir lá! - falo dando meia volta.

- não podemos interferir, Emy! - ele me barra - sinto muito, querida.

- ele vão se matar! - falo em prantos escutando os barulhos da briga.

Uma mordida do meu pai já seria o suficiente para moer qualquer osso de Leon.

Quando percebo que nada do que eu falaria iria fazer alguma diferença, me transformo e derrubo meu tio antes que ele possa se transformar e que os guardas possam agir. De certa forma eu tive sorte já que os guardas estavam mais a frente, eu só tinha uma chance.
Corro até o topo da colina novamente, com os berros desesperados de tio Théo atrás de mim, e entro no meio da briga. No momento eu não pensei muito bem no que isso iria resultar, eu só queria separar eles de alguma forma.

Mas é claro que não ocorreu como eu queria, é evidente. Pulo em cima de meu pai, e tento agarrar seu pescoço com minhas presas, mas pelo visto não fez nem cócegas, já que sou jogada para longe e acabo perdendo o equilíbrio, rolando colina abaixo. Eu grunia quando sentia as pedras pontudas e os gravetos penetrarem pela minha densa camada de pelos e entrarem na minha pele. Eu só paro quando caio numa rocha muito grande, que é quando bato a cabeça com mais força do que já a bati durante toda minha vida. Saio da minha forma lupina sem nem ao menos perceber, a única coisa que conseguia assimilar era uma dor absurda nas minhas costelas e na minha cabeça.
Sinto algo escorrer pela minha testa, e quando passo a mão vejo que se tratava do meu próprio sangue, na verdade, havia sangue por toda a parte.
Antes das minhas pálpebras pesarem, a última coisa que consigo ver são dois lobos se aproximando de mim. E logo, tudo fica escuro.







_____________ 5 dias depois ______________

Acordo em um lugar fofo e confortável, mas sentia meu corpo pesado, era como se eu estivesse com vários blocos de cimento em cima de mim. Quando abro os olhos, demoro alguns segundos para me acostumar com a claridade, e vejo minha mãe abrindo as cortinas do meu quarto e em seguida a janela. Me esforço para sentar na cama, mas minha cabeça logo começa a latejar, me fazendo soltar um grunhido de dor.

- graças a Deusa! - minha mãe se vira para mim rápidamente - eu fiquei tão preocupada!.

- parece que eu fui atropelada por um caminhão - falo rouca me sentando na cama com esforço.

- um caminhão teria sido melhor, acredite - ela fala com humor tirando meu cabelo do rosto.

- eu dormi por muito tempo?.

Te Amo Meu Alpha-2° volume.Where stories live. Discover now