Conflito.

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Após o termino de todas as aulas, Lily estava exausta. 4 aulas ouvindo Jeff se mexer, resmungar, virar para os lados, tirar sarro, e fazer barulhos irritantes.

Enquanto jogava os livros no armário Lily resmungou:

- Esse garoto que só sabe reclamar de tudo, ele devia ficar quieto e pelo menos prestar atenção, mas não, tem que ficar se mexendo e resmungando feito...

- Você.

Lily bateu na porta do armário que bateu em Daniel com força.

- Meu Deus Dani, quer me matar do coração?

- Calma Lily, e quando quiser me machucar – Disse Daniel segurando a testa – Por favor, me dê um tapa.

Lily riu. É claro que ele não tinha se machucado.

- Desculpe, mas você quase me matou de susto, então mereceu. Você precisa fazer barulho quando chega, se continuar me assustando assim vou ter que andar com meu remédio para o coração.

- Eu nunca tinha reparado que você falava sozinha. – Ele deu um sorriso perfeito.

- Bom digamos que comecei hoje.

- Espero que esse garoto não seja eu.

- Não – Disse Lily ficando vermelha – É um babaca que começou hoje.

- Muitas coisas começando hoje – Ele ergueu uma sobrancelha, inquisitivo.

- Dani... Tudo bem? Assustando a Lily de novo?

- É um costume irritante que não consigo perder. Como esse amigo dela que tem o costume de resmungar. Não é Lily.

Encolhendo-se, ainda mais vermelha quase entrando em ebulição ainda teve forças para responder:

- Não é meu amigo.

Mey lançou um olhar de "é quem eu estou pensando" e Lily lançou outro de "não se atreva a pronunciar esse nome". Coisa de melhores amigas.

Dando risada Daniel acompanhou as duas até o portão da frente. Mathieu, na máquina mortífera acenou para Mey e para Lily. Obviamente ele tinha uma aversão por Daniel. São coisas que se passam de irmã caçula pra irmão mais velho.

- Tchau amiga – Disse Mey dando um beijo em Lily – Até mais Dani. E Lembrem-se. No meu funeral quero muita vodca, tequila e Michael Jackson.

- Pode deixar amiga.

Lily acenou para a amiga e para Mathieu. Eles eram bem parecidos. Mas Mathieu era forte, trabalhava, malhava, corria, estudava. Era um Super-homem.

- Posso te acompanhar até em casa?

- Pode claro Dani. É melancólico ir sozinha.

Lily deu um sorriso que foi retribuído no mesmo instante. Ele era um doce. Por que não podia se apaixonar por alguém assim. Tão amável. Não que ela estivesse apaixonada por alguém. Claro que não.

Durante todo o caminho falaram de coisas como o tom de azul do céu e como a grama estava verde. Ela tomou cuidado para não tocar no nome da mãe nem nada parecido. Algumas mortes são mais dolorosas que outras. Mas às vezes ver a pessoa sofrendo é pior ainda. Provavelmente o resto da família estava cuidando dos preparativos do funeral.

Quando chegaram Lily não queria o deixar entrar, mas também não queria que ele fosse embora. Se ela o confortava, ele transmitia segurança. Ela sabia, sabia que ele estava lá dentro. Podia sentir.

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