Resgate.

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Lily escorregou para o chão enquanto tentava entender como tinha saído da visão. Tudo simplesmente ficou preto e ela estava no chão do próprio quarto. Aquilo tinha lhe causado uma horrível dor de cabeça. Por mais que se concentrasse ela não conseguia formar uma visão. Tinha um bloqueio.

Quando olhou pela janela o sol já havia sumido e seu estomago roncava. Decidiu descer e ver se tinha alguma coisa para comer. Usou as memórias da irmã para lembrar onde era a cozinha. Tirou a cômoda da porta e olhou o corredor. Ninguém. Seguindo pelo corredor, não viu nem ouviu ninguém no andar de baixo. Desceu o mais silenciosamente que pode.

- Que estranho – Disse a si mesma – Que silencio.

- Querida Kemilye – Disse Gamender da porta dando um susto em Lily. – Não deveria andar sozinha pela casa.

- Que susto. Estou com fome.

- Você fala sozinha sabia?

- Sim. É uma mania irritante que estou tentando perder.

Gamender riu e acompanhou Lily até a cozinha. Ele tinha um sorriso nos lábios o que era estranho. Ele não parecia o tipo de pessoa que ria facilmente.

- Aconteceu alguma coisa?

- Poliana falou com você?

- Sim.

- Então já sabe sobre os anjos, os caídos, e toda a baboseira oficial.

Um silencio se seguiu e ela não entendeu nada.

- Desculpe, mas você não me respondeu.

- Garota boba. Isso aconteceu. Com você sabendo sobre tudo, eu não preciso mais ser baba. Posso finalmente ser o que fui mandado para fazer. Meus serviços para aquele Angeli estão com os com os dias contados.

Lily olhou com curiosidade para ele então entendeu. "O encarregado do inferno na terra".

- Você é um dos malvados?

Gamender riu novamente e indicou o banco ao lado do balcão. Lily se sentou e esperou resposta.

- Só posso dizer que poderia ser bem pior.

Mais silencio, mas dessa vez incomodo. Um zunido começou a incomodar. Ela olhou para Gamender, mas ele não parecia ouvir. Mais alto. Cada vez mais alto. Lily tapou os ouvidos e olhou para Gamender em desespero. Ele estava de costas concentrado no sanduíche.

O barulho continuava, porém mais suportável. Lily levantou e estava em seu quarto. Ainda meio atordoada saiu para o corredor e todas as portas estavam trancadas. Desceu as escadas e viu a mãe e Cristina. Elas estavam de mãos dadas e cabeças baixas. Lily se sentou do lado das duas, mas ficou com medo de falar alguma coisa.

- Ela já esta aqui.

Zina abriu os olhos e encarou Lily. Seus olhos encheram de água e ela tentou abraçá-la. Atravessou o corpo de Lily e caiu.

- Mas o que...?

- Ela foi arrastada até aqui. – Cristina se virou e encarou Lily – Lily precisa se concentrar e tentar se materializar. Pense que quer estar aqui. Se concentre.

Ela fechou os olhos e pensou, queria mesmo estar ali, abraçar a mãe e chorar no ombro dela dizendo que tinha achado a irmã. Ela se concentrou o máximo que conseguiu. Quando abriu os olhos Zina e Cristina a encaravam.

Zina ergueu a mão, cautelosa dessa vez, e tocou o rosto de Lily. Então a abraçou e começou a chorar. Lily também sentiu os olhos arderem, mas precisava ser forte. Quando estivesse sozinha choraria, mas não na frente da mãe.

IncontestavelWhere stories live. Discover now