Passado.

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Estava em casa. Sabia que estava desmaiada em algum cômodo daquele hospício, mas estava ali também. Era um tipo de visão.

- Petros?!

Lily ouviu os gritos da mãe. Correu e entrou no quarto encontrando-a jogada no chão.

- Mãe! – Lily correu para tentar levantá-la do chão. – Se ele a machucou eu vou...

Quando tentou pegar o braço de Zina sua mão passou direto. Recolhendo o braço novamente entrou em estado de choque. Quando Zina voltou a gritar, Lily tinha lagrimas nos olhos.

- Petros esta na hora. Ajude-me. Temos que chegar ao Morgan logo.

Petros escancarou a porta e pegou a mulher com uma barriga enorme no colo.

- Vamos chegar. Elas estão prontas tão cedo.

Petros sorriu. Um sorriso doce como Lily nunca tinha visto. Deu um beijo na testa de Zina e correu escada abaixo.

Colocou com cuidado a grávida no banco traseiro e correu para o volante e, em um piscar de olhos, tanto eles quanto Lily, já haviam chegado ao Morgan Kilan.

- Poliana?! – Gritou Petros – Me ajudem aqui, Poliana?!

Rapidamente saíram cerca de dez pessoas de dentro do prédio. Logo em seguida aquela senhora que havia recebido Lily e Petros quando chegaram ao Hospital, saiu com um pouco de dificuldade.

- Achei que elas já estariam do lado de fora quando você chegasse. Por que demorou tanto?

Parecia exatamente igual. Não havia uma ruga a mais ou a menos. E isso era bastante estranho. Amanda veio correndo com um sorriso no rosto.

Com certeza era uma copia dela. Porque a garota que rolou a escada não se parecia nada com aquela garota. Ela estava ali prestes a dar o próprio sangue pela mãe de Lily.

- Da pra levar ela para dentro logo. A menos que queiram que elas nasçam aqui na grama.

Algumas pessoas tiraram Zina do carro enquanto outros seguravam Petros do lado de fora da casa.

- Desculpe Angeli. Apenas a mãe e os médicos.

- Não. Quero ver o nascimento delas. São minhas filhas Poliana.

- Elas podem ser... Você sabe... Não quero ninguém descontrolado ao lado de dois bebes recém nascidos.

- Por que os mestiços e feiticeiros podem e eu que sou celestial e pai não posso?

- Porque eu estou mandando você ficar aqui fora e vai me obedecer.

Dito isso Poliana entrou na casa e fechou a porta atrás de si.

De repente Lily estava ao lado da mãe, no que parecia ser uma sala de parto improvisada.

- Calma Zina. Elas vão vir quando pararem de brigar sobre qual vai sair primeiro.

Ela riu, mas chorava também. Impossível saber se de dor ou de alegria. Mas quando Lily olhou para os outros rostos pode perceber neles um olhar aflito. Percebeu também Amanda saindo discretamente pela porta da frente. Seguindo-a viu que estava correndo para os braços de Petros.

- Que saudade!

Amanda correu e o beijou. E isso ferveu Lily por dentro. Não importava o quanto ela odiasse o pai, mas ele ainda era seu pai. E era casado. Mas que diabos, sua mulher estava dando a luz do outro lado da porta e ele estava se esfregando com a feiticeira vadia do lado de fora. Espera ai de onde Lily tinha tirado que Amanda era feiticeira. Esse pensamento simplesmente tinha aparecido ali. Se bem que para rolar daquela escada, e colocar a cabeça de volta no lugar com certeza ela não era humana.

IncontestavelWhere stories live. Discover now