Susto.

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Já faziam horas que as gêmeas estavam daquele jeito. Era tempo de mais.

Jeff já havia feito todas as ligações possíveis, mas ninguém sabia o que estava acontecendo, aquilo era novo para todos. 

Mey ficou ao lado de Lily o tempo todo, encarando Kamara como se ela tivesse duas cabeças. Miguel insistiu para que ela não fizesse perguntas, apenas esperasse Lily recobrar a consciência.

Estavam todos impacientes com a demora, ficando inquietos. Zina estava sentada no chão no meio das duas. Miguel esta ao lado de Mey que estava plantada no sofá com a cabeça de Lily no colo.

Jeff andava de um lado para o outro, Cristina já tinha feito todas as comidas possíveis. O resto dos irmãos estavam trancados em seus quartos como se temessem que os oráculos não acordassem mais.

- E você lembra quando nós falamos pra sua mãe que você tinha caído de bicicleta e na verdade você tinha se metido em uma briga pra me defender?

Mey falava ao ouvido de Lily meio rindo meio chorando.

- Ela passou o remédio e disse que não adiantava mentirmos pra ela. Sua mãe sempre soube das coisas.

Zina encarou Mey e sorriu.

De repente batidas ressoaram na porta da frente e todos ficaram tensos. Eles nunca recebiam visitas.

Duas batidas e uma pausa.

Jeff foi até a porta com Miguel logo atrás pronto para defender todos de qualquer coisa. Quando abriram a porta uma menina franzina com óculos garrafais e vestida como estudante abriu um sorriso para eles.

-Olá. Sou Lavínia e segui a aura delas até aqui. Posso entrar?

Os irmãos ficaram encarando aquela pequena pessoa em frente à porta. Mal tinha um metro e meio.

- Devo dizer que me devem isso já que o estúpido irmão de vocês entrou na nossa terra e me tirou de lá a FORÇA.

Zack.

- Posso entrar? - Perguntou novamente.

Jeff saiu da frente e a convidou para entrar.

Mey se pôs de pé assim como Zina.

- Uau. É uma visão poderosa essa que elas estão tendo. Consigo sentir a energia.

Mey tinha uma expressão confusa no rosto.

- Olá, me chamo Lavínia.

- Mey.

Enquanto todos se apresentavam não repararam que as irmãs se levantavam. As duas ainda tinham os olhos fechados.

- Fiquem quietos. - Disse Zina.

Todos paralisaram. Elas deram dois passos em direção uma à outra e se abraçaram. Deram um grito tão alto que Agatha surgiu do quarto dela em posição de ataque pronta para a batalha.

Caíram as duas no chão e ainda ninguém se mexeu.

- Mas que merda foi essa?

Agatha se endireitou e fez uma careta de dor. Zina percebeu e ergueu uma sobrancelha.

- O que houve com você?

- Nada.

Ela tentou se virar para ir embora, mas Zina foi mais rápida. Agarrou Agatha pelos braços e a encarou.

- Me solte!

Zina a abraçou e fechou os olhos. Sentiu a dor, o medo, a raiva. Sentiu tudo.

- Eu posso ajudar. Posso desfazer, mas você precisa deixar. Eu não posso curar quem não quer ser curado.

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