Slender Man - O Conto [Livro 2]

Capítulo três: Ele nos ouve

Justin chegou mais perto do corpo e não conseguiu reconhecer.

— O rosto já está se decompondo, mas pelo cabelo loiro e com essa mecha rosa aí, com certeza é da Amberlly. — digo.

— Nossa! Mas essa está estragada mesmo. — disse Justin, com uma das mãos no nariz.

— É, mas eu não imaginava que o cheiro de um cadáver era tão forte assim. — digo.

— O impressionante foi você sabendo quem era pelo cabelo. — disse Justin.

— A minha memória é boa. Eu gosto de observar as pessoas. — digo.

— É, estou vendo. — disse Justin. — Bom, nós infelizmente sabemos que a Clarice e a Amberlly estão mortas.

— Isso é uma pena. A família dela está a procurando já tem semanas. — digo. — Fora que aqui o tempo pode ser diferente, enfim, muitas coisas a se pensar.

— Exatamente, mas o que nós faremos agora? — perguntou Justin.

— Nós vamos encontrar o Willian. — respondi.

— Eu tenho medo de não conseguirmos acharmos. — disse Justin.

— Lembre-se sempre: Nós iremos tentar. — digo.

E assim nós dois seguimos andando.

[...]

— Eu não aguento mais andar, Spencer! — disse Justin.

— Então vamos descansar um pouco. — digo.

— Já faz horas que estamos andando e não achamos nada. — disse Justin.

— Eu sei! Mas eu não posso parar de procurá-lo. — digo.

— Tá bom... — disse Justin.

O Justin ficou quieto do nada e estava olhando para algum lugar.

— Justin, o que foi? — perguntei, preocupada.

— Ele está atrás de você. — disse Justin.

— Está bem, vamos manter a calma. — digo.

— Eu vou correr, isso sim! — disse Justin.

— Justin, não! — digo. — Você vai ficar aqui comigo.

Eu respirei fundo e virei-me para olhar aquela coisa, por alguma razão eu tentei me comunicar.

— Olá? — digo.

— Não seja idiota, Spencer! — disse Justin.

— Cala a boca! — gritei, irritada. — Eu preciso tentar algo.

— Mas ele não vai te responder! — gritou Justin. 

— Cala a boca, droga! — digo, dando um tapa no ombro do Justin.

Apesar da descrença do Justin no que eu estava fazendo, surgiu algum efeito. O Slender Man estendeu um dos braços.

— O que será que ele quer que eu faça? — perguntei, confusa.

— Eu não sei, se vira aí! — disse Justin, irritado.

—  Qual é, Justin! Foi mal pelo tapa. —  digo.

—  Talvez ele quer que você segure a mão dele. —  disse Justin.

— E sabe lá aonde essa coisa vai me levar. — digo.