Capítulo dezoito:

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Quando eu acordei, percebi que estava deitada em cima do Théo. Até tentei sair sem acordá-lo, mas quando eu fui me mexer, acabei caindo do sofá.

— Ai! — resmunguei de dor.

— O que você está fazendo aí no chão? — perguntou Théo.

— Estou tentando fazer parte do tapete da casa. — digo, irônica. — Eu caí no chão, imbecil.

— É, bom dia para você também. — disse Théo.

— Bom dia! — digo, levantando-me do chão. — Imagino que você esteja com fome. Eu vou fazer algo para comermos.

— Está bem! Eu vou tomar um banho. — disse Théo.

— Eu estou pensando em dar um passeio pela cidade hoje com o Willian, você quer vir junto? — perguntei.

— Claro! — respondeu Théo.

— Ótimo! — digo.

Eu segui para a cozinha  preparei algo pra nos alimentarmos e aproveitei para ligar para o Willian.


Chamada on

— Bom dia, flor do dia! 

— Bom dia, Spencer!

Olha, hoje eu estou a fim de dar um passeio pela cidade. O que você acha?

— Isso vai ser demais! 

— Ótimo! Então pode começar a se arrumar.

— Spencer, eu preciso te contar uma coisa. 

— O que foi?

— Eu gosto muito da Emily e eu queria que você fosse menos implicante com ela.

— Eu já sabia! Você é meu melhor amigo, não me engana e eu vejo a forma que você olha para ela, Willian.

— Então está tudo bem?

— Claro que está! E se for te fazer bem, eu paro de agir de forma estranha perto dela. E a convide para o passeio.

— Eu amo você, Spencer! Até logo!

Chamada off


Eu coloquei o celular no bolso e fui ajeitar a mesa para podermos comer. Cheguei a ir no quarto da minha mãe para ver se ela quer algo, mas a resposta foi negativa. Estou preocupada.

— Está tudo bem? — perguntou Théo, aparecendo atrás de mim.

— Ai, menino! — digo, assustada. — Está. Eu ajeitei as coisas lá embaixo,vamos comer.

— Vamos! — disse Théo.

Nós descemos e fomos para a cozinha.

— Isso está muito bom! — disse Théo. — Eu poderia comer isso para sempre.

— E agora você vai poder aproveitar muitas coisas boas da vida, além da comida. — digo.

— Spencer, eu preciso lhe confessar algo. — disse Théo.

— Claro, pode falar! — digo.

— Eu gosto de você e eu gostaria de ter uma chance. — disse Théo. — Quando eu estou com você, eu sinto coisas estranhas, mas de uma boa forma.

— Bom, por essa eu não esperava. — digo. — Mas, tudo bem. Eu acho que vale a pena, nós podemos tentar fazer isso dar certo.

— Isso é ótimo! — disse Théo, contente.

É, a Spencer aqui arrumou um namoradinho, depois de vinte e quatro anos solteira. E eu devo admitir, a minha primeira paquera foi o meu amigo Justin, só que eu nunca admiti isso para ninguém e agora que ele se foi, eu tenho que tocar a vida.

Depois de muita enrolação, nós fomos passear. Willian, Emily, Théo e eu sendo pessoas normais depois de muito tempo.


Dois anos depois

O que mudou nesse tempinho? Eu conto. A minha relação com o Théo deu muito certo e há pouco tempo eu dei a luz a uma menininha linda chamada Stefani. Eu sempre tive vontade de ter filhos e senti que estava na hora e que havia encontrado a pessoa certa para construir uma família. E principalmente, voltei a morar em Hallstatt , mas neste curto período de tempo a minha mãe veio a falecer devido a um infarto, o que tem me motivado mesmo foi o nascimento da minha filha e até mesmo o meu emprego. O Willian casou-se com a Emily e também voltou a morar aqui na cidade, está trabalhando em um dos melhores restaurantes daqui. O Théo está fazendo supletivo para recuperar o tempo de educação perdido  o mesmo disse que pretende se tornar advogado um dia. Nós iremos apoiar esse sonho.

E o mais importante é que todas as bizarrices sumiram de vez, apesar do delegado Hudson nunca ter aparecido de novo depois daquele ocorrido no cosmo inverso. Estava tudo bem, de verdade.  

— Théo! — o chamei.

— Estou aqui! — respondeu. 

— Hoje o jantar é por sua conta. — digo.

— E que tal nós irmos sair para jantar esta noite? — perguntou Théo.

— Eu acho uma ótima ideia, mas quem vai cuidar da Stefani? — perguntei.

— Aquela menina que veio te ajudar na primeira semana pós parto. É uma boa, não acha? — disse Théo.

— A Jennette? É, pode ser. — digo. — Ligue para ela, eu vou falar com o Willian.


Chamada on

— Will?

— Oi!

— Saída surpresa hoje, topa?

— Claro! Que horas?

— Agora!

Perfeito, vamos nos aprontar.

— Beleza, até logo!

Chamada off


— Pronto! — digo. 

Levantei-me do sofá, coloquei a Stefani no berço e fui tomar um banho.

Já estávamos prontos e a babá chegou para cuidar da minha filha. Nós encontramos com o Willian e a Emily. Eu devo confessar que às vezes eu sentia falta de viver aquelas aventuras, parece que ainda não caiu a ficha de que nada daquilo iria voltar, mas algo ainda me incomodava, uma sensação estranha de que algo ruim ainda estaria por vir. Eu sinto que há algo pendente para resolver.


Fim?

Slender Man - O Conto [Livro 2]Where stories live. Discover now