Capítulo 12

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Aviso de Gatilho; Cena de automutilação, não leia se você é sensível a isso.

Voltei da escola e enfrentei a mesma cena em casa, mais uma vez. Meus pais discutiam.

— ...Eu fico no trabalho, me matando de cansaço e você lá, tendo um caso com aquela mulher?! — Minha mãe gritou com meu pai.

— Eu não estou tendo um caso com outra, eu já disse isso! Por que não acredita em mim?! Pare de querer brigar antes que eu realmente ache alguém para ter um caso! — Meu pai gritou de volta.

— Então, quem é a mulher com quem você estava?!!

— Ela é minha cliente! Quantas vezes vou ter que dizer isso?! — Meu pai gritou de volta até seu rosto ficar vermelho e suas veias do pescoço ficarem aparentes.

Meus pais sequer me notaram entrar em casa. Eu corri para o meu quarto e bati a porta com força. Apenas queria que eles parassem de discutir. Quando eu era criança, estávamos unidos como uma família. Eu não sei o que aconteceu, a distância fez o coração menos afeiçoado. Eles trabalham com muita frequência e, quando estão em casa, descontam a raiva um no outro, até mesmo quando jantamos juntos.

Eu estava ficando doente e cansada de tudo. Sentei em minha cama, me sentindo desesperada com meus pais.

— Eu quero o divórcio! — Ouvi minha mãe gritar da sala de estar.

Lágrimas começaram a se formar em meus olhos, rolando pelas minhas bochechas. Era a mesma situação todos os dias, mas por que não conseguia me acostumar com isso depois de chorar todas as noites?

Fechei meus olhos e ouvidos, tentando ignorar a situação cruel, mas eu ainda podia ouvir o grito da minha mãe. Minhas lágrimas não cessavam. Eu gostaria que minha avó estivesse cuidando de mim. Eu sentia falta dela.

Suspirei e abri minha gaveta ao lado da minha cama. Peguei meu estilete.

Já faz muito tempo. Esse hábito pode voltar.

Trouxe a lâmina para o meu punho e pressionei contra minha pele. O sangue começou a escorrer dos cortes.

Um corte... Dois cortes... Três...

Minhas lágrimas continuaram caindo, a dor perdia a intensidade a cada corte. Logo, ficou viciante.

[...]

No dia seguinte, estava, novamente, sozinha durante o intervalo, já que Mina estava com os três garotos – TaeHyung, Jimin e Jungkook. Suspirei. Ela não tem coração ou pelo menos um pouco de pena de mim?

Eu terminei minha comida cedo e não tinha nada para fazer. Então, decidi ir passear pela escola.

Fui até o terceiro andar, onde me sentia mais solitária, não havia literalmente ninguém lá. Passei pela sala de artes e pelo piano.

[Memória]

Hyejin-ah, eu vou te ensinar a tocar o meu trecho favorito no piano. Quando era jovem e apaixonada, seu avô tocou para mim. A partir de então, eu me apaixonei por ele — Minha avó me contava essa história, quando eu ainda era uma garotinha, cerca de 7 anos de idade. Eu ria quando ela o fazia.

Ela tocava lindamente e com atenção, a primeira vez que ouvi, quase chorei, apesar da minha pouca idade. Meu avô compôs, para minha avó. O amor transpareceu através da melodia da música. Foi perfeito.

[Fim da Memória]

Infelizmente, meu avô morreu quando eu nasci. Eu nunca o vi, ou recebi o seu amor. Eu só sabia que ele era um cavalheiro, um homem com bons modos e que sabia como tratar uma mulher. Ao contrário de TaeHyung, ou de meu pai.

Mr. Arrogant || Kth » Book 1 [PT-BR]Where stories live. Discover now