Pesadelo

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Cap.1


''-Estes aqui são seus novos pais, Diana. ''- diz a diretora do orfanato com um sorriso no rosto.

''Fico olhando atentamente para o casal à minha frente, fico feliz por estar sendo adotada, ninguém nunca veio conversar comigo para me conhecer e tentar me adotar , dou um passo à frente do casal e lhe estendo a mão ''

''-Olá – digo, a mulher elegante há minha frente estende a mão, aperta a minha e abre um sorriso.

''-Olá, sou Ângela e esse é meu marido Gustavo, vamos te levar para casa. ''- Abro um sorriso enorme e quando vou abraçar, eles somem , o que está acontecendo??Todos somem da minha frente, o orfanato some, e eu só enxergo o nada, grito e ninguém me ouve, meu Deus socorro, socorro ...

-SOCORROOO!!!- dou um pulo da cama e vejo que estou toda suada e que tudo só passou de um sonho ,na verdade pesadelo, e vejo que Dayse, a menina que divide quarto comigo me olha assustada, ela vem correndo em minha direção.

-Está tudo bem? – ela pergunta preocupada, ela e eu não conversamos muito, sim, somos do mesmo quarto e não nos falamos muito, eu não converso muito com ninguém na verdade.

-Sim, está. Só tive um pesadelo- digo, um pesadelo bem triste porque realmente parecia tão real, e eu fiquei triste e assustada.

Levanto, arrumo minha cama, pego minha toalha e vou para o banheiro, tomo banho, faço minha higiene matinal e me troco. Vou para cozinha, tomar meu café da manhã, vejo que já estão todos na mesa, a zeladora reclama que eu cheguei atrasada, faço pouco caso e me sento à mesa. Tomo meu café, e vou para a sala esperar todos virem. Vamos sempre de Van para a escola. Chegando lá , vou para minha sala 8°ano, quando vou entrar na sala como sempre aquele garota chata esbarra em mim dando risada junto com as amigas dela, essa garota se acha demais, respiro fundo como sempre e caminho até meu lugar. O sinal bate e vejo aquele monte de alunos correndo pelo corredor para entrar na sala antes que o professor entre primeiro. As pessoas da minha sala entram e se sentam nos seus lugares e ficam intactos com um olhar de estranheza ao perceberem um professor diferente, nossa, eu nem tinha visto que era outro professor, o mesmo fica encarando os alunos de braços cruzados encostado na lousa. Ele dá um passo à frente e diz:

- Prazer, meu nome é Richard, serei o novo professor de História de vocês. Eu vim do Rio de Janeiro, tenho 43 anos, considero-me um professor bacana, é só não "pisarem na bola" comigo – ele dá um sorriso; o nosso antigo professor de história era um cão, Deus me livre! Ele passava muitos trabalhos e não deixava ninguém sair da sala, nem quando estava passando mal. Parecia mais revoltado do que eu. Espera, eu não sou revoltada, apenas não sou muito feliz e sou grossa com as pessoas.

- O que aconteceu com o professor George?- um aluno pergunta

- Bem, o professor George aposentou-se. - o novo professor responde, e alguns alunos começam a falar ''graças a Deus'', realmente todos o odiavam .

- Bom, meu primeiro dia com vocês, queria saber o nome de todos.- ele vai apontando o dedo para todos para saber seus nomes, eu sou a última por que me sento na última carteira, da janela.

- Diana- digo, ele faz uma cara de surpreso, meu deus pra que isso, parece até que nunca ouviu esse nome.

- Diana? Que nome bonito – ele diz e dá um sorriso largo, não não, Papa Francisco(eheueheue) apenas balanço com a cabeça e levanto as sobrancelhas. Ele passa algumas tarefas , não muita coisa, e copio, sinto uma bolinha de papel me acertando, procuro o rosto de alguém que poderia ter jogado e acho rápido, foi a Nathália.

Por que ela está me encarando e dando risada baixinho, fico encarando ela também.

-Perdeu alguma coisa aqui querida? – ela pergunta, ignoro o comentário, não vou perder meu tempo com ela.

O dia passa rápido, vejo a Van vindo nos pegar, e vamos para o orfanato, chego lá e vou para o quarto. Um tempo passa, me chamam para jantar. Levanto rapidamente e vou. Hoje foi arroz, feijão, carne de panela e salada, eu considero a comida do orfanato boa, mas às vezes é mais ou menos.Termino de comer, levanto-me e vou deitar, não estou com sono mas aqui não tem nada para fazer, não podemos assistir televisão à noite, não podemos sair, não tem computador, então é um tédio. Fico apenas deitada pensando na vida, sabe pensando mesmo, como é ser rejeitada por alguns, ser abandona pelos pais, é muito tenso.Aos poucos meus olhos vão pesando.

Querido ProfessorWhere stories live. Discover now