Pedido de Namoro

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Cap.7

Eu não sei o que eu faço, eu acordei mais cedo hoje, e estou a uns dez minutos à frente do espelho pensando no que posso fazer no meu cabelo, ou passar uma maquiagem sei lá. Só não posso exagerar na maquiagem por que é ridículo logo de manhã ir parecendo uma palhaça pra escola, faço um coque arrumadinho e a franja no rosto, calça jeans, opto por um rímel, lápis e pó. Na verdade eu nem sei por que estou me arrumando tanto, é só um desejo de estar mais bonita.

Chego à escola, vou para o corredor para ir para a sala, vejo Matheus escorado do lado da porta, o mesmo está com a cabeça baixa, abaixo minha cabeça e começo a sorrir, quando olho para ele, ele me olha. Paro na frente da porta.

-Bom dia!- digo

-Bom dia bebê- ele diz.

-Na hora do recreio me encontra atrás da escola tá. – ele diz, e me dá um beijo rápido. Entro toda sorridente na sala, e me sento no lugar, logo o professor chega passa algumas lições, só copio porque prestar atenção tá difícil, não entendi nada, não consegui prestar atenção, por que será que Matheus quer me encontrar.. ai meu Deus.. As aulas se passam, o recreio chega, vou praticamente voando para trás da escola, chego lá e vejo Nathália e as amigas dela lá conversando com Matheus. Fico parada observando isso, eu poderia muito bem ir lá e abraçar Matheus, não oxi não sou nem louca, o que será que elas querem com ele, ou ele com elas..Calma Diana, eles estão apenas conversando, vejo Nathália rindo e olha pra mim e vira a cara, Matheus percebe minha presença e sorri.

-Depois a gente se fala Matheus. – Nathália diz e dá um beijinho na bochecha dele, e as amigas fazem o mesmo...eu tô bem.

-Diana!- Matheus diz todo sorridente, apenas arqueio as sobrancelhas. –Ué o que foi? –ele pergunta.

-Não tinha necessidade de elas darem um beijo na sua bochecha.

-Tá com ciuminho é? – ele pergunta em tom de deboche, e chega mais perto de mim. Apenas ignoro, estou com raiva.

-Por que você queria que eu viesse? –pergunto grossa. Qual é Diana, coitado do garoto assim vai acabar assustando ele. Na verdade nem tenho que sentir ciúmes dele, eu não sou nada dele. Ele fica me encarando, depois sorri.

-Diana..Quer namorar comigo? – vou desmaiar, OMG, não acredito. Diana, você não pode aceitar, mais eu gosto dele, eu moro em um orfanato ele pode se constranger quando eu disser. E dai? se ele gosta mesmo de você ele não vai ligar para isso, lógico que vai. Ele abaixa os ombros em forma de desânimo. Quando ele vai sair, o puxo pelo braço.

-Eu aceito. –digo rápido. Ele se assusta com meu ato, seus olhos brilham e um sorriso grande surge em seu rosto, e ele me beija, e foi diferente, foi sei lá, não tem como explicar..foi um beijo com paixão e eu sinto isso. O abraço com força, feliz e triste ao mesmo tempo, eu queria tanto poder contar a ele que sou órfã, mas é difícil, mas ele vai entender. O sinal bate dou-lhe um último beijo e vou para a sala. Eu nunca me senti tão bem em toda minha vida, finalmente alguém me nota, e gosta de mim, mas a minha mentira está me deixando incomodada. Sento no meu lugar, aula de ciências, a professora diz que a atividade pode ser em dupla, arrumo meu material e vejo Nathália se sentando ao meu lado.

-O que você ta fazendo aqui? – pergunto com uma voz chata.

-Bom, a lição será em duplas, e eu vou com você. –fico a encarando com a sobrancelha arqueada tentando ignorar o que ela disse.

-Você acha mesmo que o Matheus gosta de você? – no mesmo instante a olho – Eu vi vocês se beijando, e com certeza você já deve estar pensando que ele está todo apaixonado por você. – Ela diz sem piedade e com maldade na voz.

-Olha, você não tem nada a ver com isso, então não se mete. - digo grossa.

-Fica despreocupada, não vou me meter, só toma cuidado, muitas querem o Matheus. – ela diz com um tom debochado, e se senta no seu lugar fico a olhando e ela está dando risada com as amigas dela, achei que Nathália iria mudar um pouco, sei lá, pelo menos por um tempo, missão impossível. Ignoro tudo o que ela disse, mas e se for verdade, e se o Matheus não gostar de mim de verdade, para DIANA ELE GOSTA SIM.

...

Já estamos na última aula, e vai ser aula vaga de novo, graças. Vou para o pátio e fico pensando no que Nathália disse, será que ela gosta dele, será que ele gosta de mim, Diana pára com isso, ele te pediu em namoro.

-Olá Diana!- me assusto e levanto rápido minha cabeça, vejo que é o professor de história, o que ele quer?

-Oi. –digo simples.

-Está tudo bem, aparenta estar triste. -ele diz se sentando.

-Tudo sim. –digo, e ele levanta as sobrancelhas como se não estivesse acreditando.

-Não, não está tudo bem minha vida está um caos, eu moro em um orfanato, e hoje um menino pediu para namorar comigo, eu aceitei, mas ele nãos sabe que moro em um orfanato, e eu tenho vergonhar de falar isso pra ele. – ele ri e diz:

-Namoros na adolescência, olha Diana, mentir nunca dá certo, é melhor você dizer a verdade, mas se ele gosta realmente de você ele não vai se importar tanto com isso, é um tanto delicado mas ele vai entender. – que estranho, um professor me dando conselhos, por que geralmente os professores da nossa escola não estão nem ai para nós, só fazem sua obrigação de passar tarefa e explicar.

-Por que você está aqui? Por que tentou me ajudar? –pergunto.

-Me preocupo com você Diana.

-Sou uma aluna como qualquer outra. –digo.

-Você é diferente! –ele diz, fico até meio assustada.

O sinal bate vou para a sala pegar minha bolsa e vou perto da sala de Matheus, o vejo saindo e ele me vê.

-Matheus a gente pode conversar? -ele fica meio assustado.

-O que aconteceu? Não quer mais namorar comigo?

-Não, não é isso. – ele fica aliviado e ri, o afasto dali e o levo pra um lugar mais longe e calmo. –É que.. eu não queria mentir para você, mas eu..eu moro em um orfanato.. – digo dando pausas. Ele me olha perplexo não acreditando no que eu disse e simplesmente sai, me deixando ali...

O ruim de você confiar nas pessoas é que sempre já está apegado a ela, e ela começa a vacilar, pensei que Matheus era diferente, mas óbvio que não seria. Chego ao orfanato e tomo um banho bem quente pra relaxar meu corpo, estou triste, no dia que eu começo a namorar a pessoa me deixa ali. Chega até ser engraçado. De volta à estaca zero, sozinha novamente, talvez eu esteja sendo impulsiva de pensar assim, mas tenho certeza que ele vai terminar comigo. Deixo algumas lagrimas saírem..e vou deitar, não quero comer. Eu to magoada, vou ao banheiro e vejo o professor Richard, conversando com a diretora, professor oshe o que ele esta fazendo aqui. Ele me vê e acena com a cabeça pra mim, faço o mesmo.

Vou para o quarto e fico me perguntando o porque o professor está aqui? será que ele veio falar que estou namorando, mas não teria motivo, ué, a sei lá.




Querido ProfessorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora