Você aqui?

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cap.14

Me levanto toda sorridente ao ver o anel no meu dedo, fico o observando por um tempo, levanto pego a toalha e tomo um banho, vou para a cozinha e Lizze que está preparando o café, ué cadê o papai?

-Bom dia, cadê o pai? -pergunto e Lizze vira para mim de imediato.

-Bom dia, então Diana, eu acho que ele ainda está doente, não saiu do quarto ainda. –Vish..to ficando preocupada.

-Entendi. –digo e tomo meu café.

-Eu estava pensando em irmos para o clube o que acha? –ela pergunta tomando um gole do seu café, e mexendo no celular, pelo que eu vejo ela é bem viciada, toda vez ela está mexendo nele, não posso falar nada, que estou me viciando também. Lembro-me que ainda nem dei a resposta e reparo que ela está me encarando do jeito que sem querer fiquei encarando ela.

-A, pode ser. –digo e ela começa a rir.

-Vou ter que dar uma saída, qualquer coisa me liga se o papai piorar, ok?-ela pergunta.

-Ok. –digo e vou em direção o quarto dele, bato na porta e nada, bato de novo e escuto uma voz. ''quem é''

-Sou eu, Diana, pai o senhor está bem?- pergunto.

-Estou sim. –ela não abre a porta e responde de lá de dentro mesmo, uma voz meio falhada.

-Deixe eu entrar? –pergunto e tento olhar por baixo da porta para ver, mas não vejo nada, a luz está apagada.

-Melhor não, deixa eu aqui quietinho. –ele diz, o que será que está acontecendo..ouço a campainha tocar e vou lá ver quem é, no mesmo instante paro e sinto algo estranho, como se eu já conhecesse essa mulher, sinto meu coração bater muito rápido, e meus pelos se arrepiam.

-Diana. –como ela sabe meu nome, examino o seu rosto, e acho muito estranho, os traços do rosto dela parece com os meus.

-Quem é você? –pergunto.

-Logo mais você saberá, vamos dar uma volta? –ela pergunta, não sei por que mas sinto confiança na sua voz, mas eu não a conheço, não posso sair confiando em qualquer um.

-Não, porque não te conheço.

-Posso entrar? –ela pergunta, fico meio receosa mas abro o portão, ela me segue, e sentamos no sofá.

-O que você quer, e quem é você? –pergunto, e ela dá uma risada.

-Sou sua mãe Diana! –ela diz com um olhar sério, e tudo ao meu redor desmorona, meu mundo desmorona eu desmorono, minha perna fica bamba e meu corpo fica mole, lágrimas brotam nos meus olhos, e começam a sair, observo ela a tirar uns documentos da bolsa e me mostrar, exame de DNA, certidão de nascimento, e uma foto de quando eu era um bebê, nela tem eu ela, e um homem, os dois tinham um sorriso no rosto e eu estava com uma chupeta na boca e um ursinho na mão..o ursinho que dei para Matheus..

-Olha Diana, nessa época eu não tinha condições de cuidar de você, não em questão material, mas eu era muito nova, e eu não queria deixar você com babás, por isso deixei você em um orfanato, mas agora eu estou de volta, e eu sei que você está em guarda provisória, então ainda dá tempo de eu entrar na justiça em busca da sua guarda filha.

-Não me chame de filha Miranda. –digo com rancor e nojo nas palavras.

-Me chame de mãe Diana.

-Mãe? –digo com sarcasmo. –você não foi minha mãe, e não agiu como uma, então eu não te chamo de mãe, e nunca irei chamar! –ela começa a chorar e eu não estou nem um pouco com dó dela.

-Sabe esse homem que está com a minha guarda, foi o único a querer minha guarda, e sabe o que ele é meu? Ele é meu professor, um professor que se comoveu e quis me adotar, agora você vem até aqui querer me chamar de filha, e dizer que quer minha guarda de novo, é o cúmulo.

-Mas Diana, eu era muito nova ainda.

-Eu não me importo se você era nova ou não, você simplesmente me abandonou, perdi meu amor por você como filha, nem estou a fim de ser sua filha, a final se você me quisesse tanto já estaria na justiça, já que você é podre de rica. Agora vá embora!–digo gritando, e chorando muito, ela vai embora e eu sento no sofá e começo chorar muito, não cara isso não pode estar acontecendo, não pode. Ouço a campainha tocar, e fico estressada, vou lá ver e vejo que é a assistente social, droga, não poderia vir em outra hora não? Abro o portão e peço para a mesma adentrar, saio recolhendo os documentos que estão em cima do sofá, e os guardando no meu quarto.

-Então, o que quer? –pergunto.

-Vim fazer uma visita, cadê o senhor Richard. –droga.

-Espera um pouco. –vou no quarto dele e fico batendo várias vezes e digo que a assistente social está ai. Depois de muito tempo ele responde.

-Espere. –só ouço isso, e vou para a sala e ela está observando o a casa.

-Daqui a pouco ele vem, ele está tomando banho. –digo e ela fica me olhando, e depois olha para o caderninho que tem em sua mão.

-Então Diana.. como está sendo morar aqui? –ela pergunta.

-Está sendo legal. –digo, e provavelmente ele está escrevendo o que eu disse.

-Como o Richard é? – ela pergunta levantando as sobrancelhas e levando um susto ao olhar para o que está atrás de mim, olho junto e vejo o papai, muito pálido e magro, meu DEUS.

-Senhor Richard, o senhor está bem? –ela pergunta com desespero na voz, e eu com desespero no olhar.

-Sim..só estou com uma virose um pouco forte, mas já estou melhorando.–ele diz e se senta do meu lado, com uma toalhinha na mão.

-Ok, então Diana?

-Ele é muito legal, gente boa e um ótimo pai. –digo e ela sorri, ela faz outras perguntas e logo depois vai embora, fico olhando para ele que logo se levanta.

-Pai, o que o senhor tem? –pergunto com os olhos marejados.

-Estou com virose Diana. –ele diz.

-Minha mãe biológica veio aqui hoje, querendo minha guarda. –ele se assusta e fica intacto. –Eu disse que não e falei um monte de coisas para ela.

-A..que sorte.. olha Diana, eu não estou podendo te dar muita atenção por enquanto, eu estou muito doente, se quiser ir morar com sua mãe, tudo bem..-ele diz e coloca a toalha na boca.

-Não, eu quero ficar com você..-digo e ele apenas balança a cabeça, e me da um abraço rápido e vai para o quarto, eu sei que isso não é só uma virose. Vejo Lizze, entrando.

-Vamos? –ela pergunta, a depois de tudo isso..

-Não vou não, estou com um pouco de dor de cabeça. –digo e ela cerra os olhos e vai para o quarto. Vou para o quarto também e resolvo ligar para Matheus e contar tudo o que aconteceu, ligo 4 vezes e ele não atende nenhuma,na 5 ele atende.

-Por que não estava atendendo? –pergunto meio brava.

-Diana, olhe eu não estou muito bem, depois a gente conversa. -MEU PAI AMADO, ninguém está bem hoje.

-Mas eu precisava lhe contar uma coisa. –digo, e saio falando tudo o que aconteceu, ele houve tudo e depois simplesmente desliga, sinto um remorso enorme de ter ligado e ter dito, deveria ter ficado na minha, penso em ligar de novo, mas desisto, ele não quer falar comigo nem dizer o que está acontecendo, quando ele se decidir eu vou estar aqui esperando. Ouço a campainha tocar, e vou ver quem é, meu Deus hein, hoje vai vir até a Nárnia aqui. Levo um susto ao ver quem é, e vou correndo.

-Matheus! –digo tentando esconder meu sorriso, abro o portão e o deixo entrar, Ele entra e se senta na cadeira da área , e sento do lado dele.

-Olha Diana, eu não aguento mais ficar escondendo, tipo...-ele pausa e olha para baixo, respira fundo e me olha de novo. –Eu vou me mudar de cidade junto com a minha mãe.


Querido ProfessorWhere stories live. Discover now