Hã?

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cap.19

Eu juro que vou matar meu pai, e Diana também, vou matar todo mundo. Falam que eu sou muito nervosa mas ninguém olha o meu lado, as pessoas sempre me escondem a verdade, e quando o circo pega fogo vem me falar querendo minha ajuda. Não sei de quem fico com mais raiva, do meu pai que não falou nada e deixou eu vim viajar como se estivesse tudo bem, ou de Diana que sabia que ele não estava bem, e não contou. Ele também vai ouvir muito depois que melhorar.

Pegamos vôo direto para o Brasil, sorte que conseguimos ele. Chego em casa e pego alguns documentos caso precise. Cara eu estou muito nervosa quase bati o carro umas duas vezes. Mas respirei fundo e continuei dirigindo, Léo pergunta se eu deixava ele dirigir mas apenas ignoro.

-Diana, ó, entra nos registros aí e liga para tia Dani, e pergunta do papai. –digo entregando meu celular para ela. Depois de uns minutos ela responde.

-Ela não está atendendo. –ela diz.

-Liga quantas vezes for necessário, por que já que você não sabe falar o que está acontecendo, deve saber pelo menos ligar. –digo grossa, e Léo fica me olhando, percebo mas não vou olhá-lo de volta.Chegamos ao hospital, entro desesperada e começo a olhar para os lados, vejo a tia, e vou em direção dela. Ela levanta rapidamente se assustando.

-Lizze, até que enfim. –ela diz.

-Cadê o meu pai. –digo, e ela fica olhando para os lados. –Cadê o meu pai? –pergunto novamente.

-Lizze, olha, seu pai está doente, e ele passou muito mal, e agora eu não sei o que está acontecendo, ele está lá em uma sala.

-A anemia está tão avançada assim?-pergunto.

-Anemia? –ela pergunta, e fica me olhando assustada. –É...sim está avançada...-ela diz gaguejando.

-Por que está gaguejando? –pergunto nervosa.

-Estou muito nervosa. –ela diz, sento um pouco para tentar me acalmar, Léo trás um copo de água para mim, bebo, e ele me abraça.

-Vai ficar tudo bem. –ele diz e me dá um beijo na testa, aprecio esse momento com os olhos fechados, eu nunca tinha visto o Léo tão preocupado assim, talvez eu esteja muito tensa e nervosa sem motivo, talvez ele só esteja passando mal e eu estou fazendo uma tempestade em um copo d'água, tento me acalmar um pouco, mas nada de noticias dele.

–Matheus, leva Diana embora, está tarde. –digo.

-Eu quero ficar aqui, e ver como ele está. –ela diz.

-Diana, eu não estou com paciência! Vai Matheus leva ela. –digo, ele convence ela e vão.

Tia Dani.

Vejo o médico Kevin vindo em nossa direção,  quando éramos mais novos demos uns pegas, ele era feio, mas agora está um gato.

Tiro rapidamente esses pensamentos da cabeça, eu e Lizze levantamos rapidamente.

-Dani, por favor me acompanhe. –ele diz , vejo que Lizze ficou um pouco nervosa. Mas ignoro, entro na sala que está Richard, e fico o olhando com muito aparelhos, ele está muito pálido, e com muitas manchas na pele.

-O câncer avançou rápido demais, ele talvez estaria bem agora se estivesse se tratando. –ele diz.

-E agora, como ele está? –pergunto já quase sabendo a reposta, sinto lágrimas saindo do meu rosto, mas tento segurar um pouco com um pouco de esperança.

-Sinto muito, tentei fazer o que pude, ele está indo...talvez não aguente até amanhã. –ele diz e me abraça. Eu e Kevin já nos conhecemos a muito tempo, e Kevin sempre dizia que ia ser um grande médico.

-Como vai contar para as meninas?- ele pergunta.

-Não sei... –digo e começo a chorar muito, vou em direção do meu irmão e o abraço, ele não pode escutar, nem sentir, ou ver, mas fico um tempo ali, e os aparelhos começam a apitar, vejo Kevin desesperado, médicos entrando na sala, me tiram da sala, mas forço para ficar, choro muito, e sou retirada a força.

-Richaaaaaarrdd, nãoooooo, nãooooo. –começo a gritar, e chorar muito, sento no corredor, e fico chorando, vou para a recepção e Lizze e Diana vem correndo, abraço elas e começo a chorar, eu sei por que aqueles aparelhos apitaram, eu sei o que está acontecendo, elas ficam me perguntando mas não consigo responder, eu não posso perder o meu irmão, não posso.

-Dani, diz o que está acontecendo! –Lizze grita comigo, mas não consigo falar, a única coisa que sei fazer é chorar. Vejo Kevin vindo em nossa direção eu sei o que acontece agora...Ele para de frente a nós.

-O que aconteceu Kevin, fala logo. –Lizze diz desesperada, ele olha para o chão, tira o pequeno chapéu de médico que usa, e olha com um olhar fundo para ela, e olho junto, é agora...

-Sinto muito, fiz o que pude. –ele diz.

-HÃ, COMO ASSIM? -ela grita.

-Lizze, seu pai é teimoso, ele não quis tratar a leucemia. –ele diz isso Lizze fica o encarando como se não fosse verdade aquilo, e olhando pra cara dele.

-O que você disse, acho que não entendi muito bem, até por que ele estava com anemia. –ela diz e da uma risada meio seca, e fica o olhando como se ele estivesse brincando.

-Ele estava comleucemia, não anemia. –ele diz, e olha para o chão, Lizze fica o olhando por umtempo, e sai, Léo tenta ir atrás dela, mas peço que deixe ela ir, ela precisaficar sozinha um pouco. Por que acontece tanto sofrimento, meu irmão...justo meu irmão, ele não merecia...

Querido ProfessorWhere stories live. Discover now