Voô

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cap.16

-BOM- DIAAAA! –dou um pulo da cama com um ser gritando no meu ouvido, ai que sono, nem dormi direito, queria dormir mais um pouquinho, vou levantando bem devagar por conta da preguiça, e sento na cama, noto que ela está me observando e dou uma pequena olhada rápida para o meu braço, droga, esqueci de colocar a faixa, disfarço e cubro o meu braço.

-O que é isso no seu braço? Você se cortou? –ela pergunta me olhando.

-Eu...- droga. –Sim, me cortei. –digo e ela vem e se senta do meu lado.

-Por que? –ela pergunta e pega meu braço e fica olhando os cortes.

-Por que eu descontei minha tristeza nisso, minha mãe biológica apareceu aqui querendo minha guarda, Matheus vai embora da cidade com a mãe dele.

-Sério? MEU DEUS, e você quer ir morar com ela? E vocês se separaram? –ela pergunta desesperada.

-Não, eu quero morar com vocês, e nós iremos namorar à distância, sei que não vai dar certo, mas eu não tenho nada a perder mesmo. –digo.

-Você não vai se cortar mais, tá ouvindo? Se você fizer isso de novo ,vou contar para o papai, coloca uma faixa nisso e vai tomar café! –ela diz autoritária. Me levanto, arrumo meu quarto e vou tomar um banho, saio do banheiro e vou tomar café.

-Bom dia. –digo.

-Bom dia. –ambos dizem.

-O que aconteceu no seu braço?- papai pergunta olhando para a faixa, Lizze olha de imediato para mim, putz, coloquei blusa de alça.

-Eu caí e machuquei. –digo

-Deixe-me ver. –ele diz.

-Não precisa, não foi nada de mais. –tomando um gole de café.

-Certeza? –insiste, e apenas aceno com a cabeça.

-Já terminou de arrumar suas coisas? –ela pergunta.

-Só falta alguns extras. –digo, e vou para o quarto terminar de arrumar minhas coisas, pego minha mala com um pouco de dificuldade e a levo para a sala.

-Meu Deus, vai passar um ano lá? –papai pergunta rindo.

-Bem que eu podia (risos). –sento um pouco, e pego meu fone, conecto no celular e fico esperando Lizze, a menina chega com duas malas arrastando com muito esforço, as malas do tamanho das minhas, eu e papai levamos um susto e começamos a rir muito.

-Por que a risada?-ela pergunta.

-Vai moo..ra.r lá? –pergunto com dificuldade por estar rindo muito.

-Vocês são idiotas. –ela diz e começa a rir, levamos as malas para o carro e fomos para o aeroporto, chegamos lá, e fomos fazer o check in, Richard nos espera e fomos nos despedir.

-Vamos sentir sua falta pai. –ela diz, e o abraça, abraço ele também.

-Também vou sentir de vocês, cuidado viu. –ele diz e abraça a gente mais ainda, e vai embora. Logo ouvimos uma voz chamando todos para o avião, fomos para o lugar e o namorado da Lizze já estavam lá, sentamos, e eu fiquei na janela, eles dão um beijo e reviro o olho.

-Chora não Diana. –Lizze diz rindo e apenas ignoro.

-Senhores passageiros, por favor sentem-se , coloquem seus aparelhos eletrônicos em ''modo avião'', e coloquem os seus cintos de segurança que o avião irá descolar. –a aeromoça diz, vejo algumas pessoas revirando os olhos e obedecendo, ela vai para o seu lugar e se senta. Sinto o impacto do avião subindo e minha barriga começa a revirar, olho para trás, depois para frente, e olho para Lizze.

-Lizze...-digo e seguro sua mão muito forte.

-O que foi Diana?- ela pergunta preocupada.

-Cadê a saída? –pergunto e começo a olhar para os lados em busca de uma saída e a apertar sua mão com muita força, não sei o que estou sentindo, mas não é uma sensação nada boa.

-Diana, estamos decolando, o que foi? –ela pergunta me olhando, começo a ter uma crise de falta de ar.

-Eu acho que eu vou des.. –não consigo continuar falando, e minha vista se escurece toda, acho que vou...

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Abro meus olhos lentamente, nossa parece que eu dormi por mil anos, minha cabeça está rodando e tem pessoas acima de mim, não consigo reconhecer nenhuma pois minha cabeça está girando.

-DIANA...diana..diana... –ouço as vozes abafadas como se estivessem longe, logo minha visão vai ficando nítida, e vejo que Lizze está segurando minha mão, o namorado dela do lado dela, e três aeromoças em cima de mim. Levanto-me e sento.

-O que aconteceu? –pergunto sentindo uma forte dor de cabeça.

-Você desmaiou, mas ainda estamos no avião, fica calma. –olho ao meu redor e vejo que estamos no fundo do avião, perto do banheiro. –Você está bem?

-Sim..-digo e levanto e sinto uma tontura e Lizze me segura. Fomos para o nosso lugar e alguns passageiros ficam me olhando, resolvo não sentar na janela por dar mais aflição, sento-me e coloco meus fones para ouvir um pouco de música para ficar mais tranquila. Sinto um salgadinho ser tacado em mim, tiro os fones e observo o lugar, olho para o lado e tem um menino, bonito..aparenta ter uns quinze anos.

-Ficou louco?-pergunto meio grossa.

-Desculpa, só queria perguntar se estava tudo bem. –ele diz e sorri.

-Hum, estou bem, não se preocupe. –digo e quando vou colocar meus fones novamente, ele me faz um ''psiu''.

-Está indo para Miami? –pergunta.

-Sim. –digo.

-Legal, também estou indo, e aliás, meu nome é Lucas. –ele ia dizer mais alguma coisa mas o interrompo pondo meus fones novamente. Talvez eu tenha sido sem educação, mas eu nem conheço o menino, sim estou com dor de cabeça e ouvindo música no fone mas eu sou assim e pronto, não me julguem, olho para o lado e o menino está me olhando, fico com um pouco de vergonha e disfarço e ergo a touca da minha blusa a colocando e tapando meu rosto, abaixo um pouco do volume para ver se ele me chama de novo, mas ele não chama e começa a rir, que idiota.

Querido ProfessorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora