Além do horizonte - Romance Lésbico (Completo)

CAPÍTULO XIV

"Saiba que são suas decisões, e não suas condições, que determinam seu destino."

Anthony Robbins 

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CINDY SIMMONS

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Eu estava respirando pesadamente, durante a dança, meu corpo assumiu todas as minhas vontades, a vontade de estar livre, de me deixar ir, em muito tempo, porém, algo novo estava ali e eu suspeitava de que a culpada também estava bem a minha frente.

Foi fácil pra Gabriela me convencer a dançar pra ela, ela sempre consegue o que quer com aquela lábia e com aquele rostinho que parece muito inocente. Foi fácil escolher a música, eu gosto de me sentir livre enquanto danço e foi o que a música proporcionou.

Mas, eu queria que ela se divertisse também, ela parecia tensa com algo, seu semblante hora parecia carregado e triste e eu já tinha decidido que não gostava disso, seu sorriso é como aqueles malditos raios de sol. Eles me incomodam, mas, eu sei que são necessários.

Neste momento, ela está segurando a respiração, enquanto eu a observo, e ela tem a perfeita noção de que eu estou analisando-a. Ela é linda, beleza praiana e ares de menina má, ela poderia facilmente me enganar com as vezes em que é um pouco arrogante, se, se eu não reconhecesse um medo nela.

– O que você tem?

– Não é nada!

– Mas, você parece diferente. – ela se aproxima mais de mim e todos os sinais parecem ecoar em alerta. – Não quer me dizer?

– Cindy... – desiste, mas, seu corpo continua se aproximando do meu. – Eu sou uma confusão completa, eu sei que você me quer como sua amiga, e acho que realmente precisa de uma... – se interrompe novamente, mas, desta vez está perto o bastante para tocar meu rosto e tirar os fios dali, sua mão é suave e os dedos ficam em meu pescoço enquanto o polegar acaricia minha pele.

Sinto sua respiração no meu rosto e olho um pouco para cima para ver o que ela realmente quer, suas pálpebras estão praticamente se fechando e eu vejo uma guerra sendo travada ali. Mesmo não entendendo, eu tenho desejo de acalmar a tempestade. Sua mão se movimenta tão leve que mal sinto, meus olhos teimam em se fecharem e minha respiração em ficar presa, não sei exatamente o que eu estou fazendo, porém, não consigo me mover. O meu coração salta tão forte que meu maior medo é que ele pare, assim como o tempo parece parar enquanto me esforço para olhá-la nos olhos.

– Mas, eu não posso, simplesmente, porque eu não consigo parar de pensar em você. – ela está cada vez mais perto e eu estou em pânico, não temo pelo que ela fará, mas, pelo o que eu pareço querer fazer e não consigo. – Não posso te ver assim, Cindy. – sua testa cola na minha e eu sinto o seu pesar. – Mas, não posso evitar.

– Gabriela...

– Me pede pra te deixar em paz, me diz pra parar... – meus lábios se entreabrem e sinto as palavras prontas para serem ditas.

– Não. – mas, o que vem é totalmente o oposto.

– Tem a noção do acabou de me dizer, Cindy? – eu não sei qual a noção tenho. Mas, me sinto estranha.

– Não sei, Gabriela. – dou um leve passo para trás.

– Não sabe? – meu corpo é puxado de volta. – Cindy... – agora não me mexo mais, meu peito sobe e desce coma sua aproximação. Nunca vi alguém me olhar da forma que a Gabriela me olha. Sua mão toca o meu rosto enquanto a outra puxa o meu corpo contra ao seu. Nossos corpos estão juntos e como nunca me vi fazendo isso. Apenas fecho os meus olhos à espera de que ela faça logo isso.