CAPÍTULO XXVI

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"Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino pelos caminhos que escolhemos para fugir dele."

Jean de La Fontaine

CINDY SIMMONS

∞ 

A semelhança era gritante. Não tinha outra forma de falar que Gabriela era a cópia fiel da mãe dela. Se existia uma forma de pegar todas as características de uma e reproduzir na outra, eu diria que fizeram.

DNA? Parece fichinha.

– Então, Gabriela, não vai falar com sua mãe? – diz, parecendo quase legal! Se eu não soubesse de tudo, eu gostaria dela. Impressionante, os olhos escuros, os cabelos escuros encaracolados em cascata pelas costas e aquela boca que eu tanto gostava na Gabi! Em menos palavras, era Gabriela em alguns anos. – Quem é a sua amiga?

– Avó, eu estarei lá fora! Volto daqui a pouco.

Ela está tensa, posso notar a forma como seu corpo se mexe pouco ao andar.

Olho-a sumindo pela porta e eu fico ali com as duas me olhando.

– Então, qual é o seu nome? – pergunta, se sentando a minha frente.

– Cindy. – me sinto incomodada. Eu preciso ir atrás dela. – Se me derem licença, eu preciso ver como a Gabriela está. – me levanto o mais rápido possível, ela fez a mal a minha mulher.

Abro a porta e vejo Gabriela sentada, numa cadeira de balanço, olhando para a floresta. Suas pernas estão cruzadas. Seus braços erguidos sobre a cabeça. Me aproximo dela e passo a mão em seu rosto.

– Quer conversar sobre isso? – digo, sorrindo me sentando em seu colo.

– Eu não estou preparada para encarar aquela mulher. – ela está tão tensa que enterro meu rosto em seu pescoço e continuo alisando o seu rosto com a minha mão.

– Uma hora você tem que encarar isso, meu amor. – digo, olhando seus olhos.

– Uma hora, Cindy, não agora!

– Certo! Quer que eu te faça uma massagem? – ela acena que sim e eu tento me levantar de seu colo, mas, suas mãos na minha cintura não permitem.

– Se você não percebeu, estou enlouquecendo aqui. – diz, fico um pouco perdida, mas, ela me puxa, roçando seus lábios no meu queixo e na extensão do rosto à minha orelha. Então, ela disse algo tão sussurrado que eu quis socar a cara dela e fazer exatamente o que disse.

A forma como o meu corpo reagiu as suas palavras é que me deixou completamente irritada e ao mesmo tempo fascinada.

– Você é uma sem vergonha.

– Desculpe! Mas, você não me ajuda sentando em cima de mim desse jeito.

– Gabriela...

– Cindy? – diz, sorrindo, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

– É que...

– É que você nunca teve sexo com uma garota. Mas, eu desejo você e a forma como seu corpo reage aos meus toques me diz que você me deseja também... E as pessoas que se desejam fazem sexo. – conclui sorrindo, como se sua lógica fosse imbatível.

– Gabriela, podemos conversar? – se eu estou vermelha? Pensa comigo, você está esgarranchada no colo de alguém faltando pouco pra voar na boca dela, seu corpo está queimando enquanto a ouve falar sobre sexo e desejo, então, a mãe dela aparece.

Além do horizonte - Romance Lésbico (Completo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora