Prólogo.

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Acordei cedo naquela manhã, quando o sol invadia meu quarto pela fresta da janela que eu havia deixado entreaberta na noite anterior, enquanto observava as estrelas. Estiquei o corpo na cama, esfreguei os olhos, ainda bocejando, e me levantei animada. Apesar de me sentir muito cansada e quase não ter conseguido dormir, precisava me arrumar porque tinha uma sessão de fotos para fazer.

Saí do quarto com os cabelos desgrenhados, andando pela casa com certo desespero pelo avançar da hora, enquanto minha mãe andava de um lado para o outro atrás de mim, apressando-me e me entregando coisas para que eu não me esquecesse, como fotos, folhetins e cartilhas de apresentação.

Ela era uma mulher extremamente elegante e sedutora, tinha cabelos escuros e repicados, seus olhos eram muito azuis. Ela era severa, porém muito preocupada, adorava se divertir e fazer piadas, mas quando ficava brava ou receosa, chegava a dar medo.

– Laura, se apresse. Você sabe muito bem que não pode perder esta entrevista e a sessão de fotos. E arrume direito este cabelo, menina! – ordenou.

– Mãe, se não parar de gritar comigo e ficar colocando mil coisas e papéis no meu rosto, não consigo terminar de me arrumar. – rebati com certa irritação.

– Fique tranquila, querida. – sussurrou meu pai aparecendo repentinamente no corredor e me dando um abraço terno. – Sua mãe está apenas nervosa. – ele sorriu.

– Nervosa? – resmunguei em voz alta. – Essa mulher me deixa maluca.

Ele riu e disse, ainda sereno:

– Deixa todos nós.

– Estou ouvindo isso, mocinha, e saiba que uma garota de 18 anos, recém-feitos, com uma carreira promissora pela frente, em um mundo tal qual é hoje... – ela fez uma longa pausa e então apenas acrescentou. – Deveria ser mais do que agradecida por ter uma mãe que se importa com o seu futuro. – o nervosismo era evidente em sua voz.

Meu pai se levantou e foi acalmá-la.

– Agnes, respira fundo, deixa a Laura tomar as decisões dela, ela precisa disso, precisa de espaço, tenta fica calma.

– William, não me venha com esse papo de espaço, se ela soubesse o que a espera, não estaria assim tão tranquila.

Ele fez sinal de silêncio.

– Tudo na hora certa, Agnes.

Peguei os papéis que ela me entregara e guardei-os na mochila junto com mais uma muda de roupa, documentos e alguns acessórios.

A breve discussão deles me deu tempo suficiente de pegar uma enorme xícara de café para tomar durante o trajeto. Ouvi os passos retornarem para a cozinha e saí sorrateiramente pela porta dos fundos sem que me percebessem.

Enfim livre.

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Laura Sophia Heyes (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora