Capítulo 19 De volta à Ilha do Céu.

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Esperei amanhecer e usei o dinheiro para comprar uma passagem para casa. Uma vez na Ilha do Céu, sendo figura pública, ninguém mais me tiraria de lá. Estava cansada e esgotada, não queria mais me esconder.

Sentia vontade de estar em casa. Nunca tive muitos amigos, mas sentia falta de ter um lar, sentia falta daquela casa e, acima de tudo, sentia falta deles...

Durante a viagem, peguei o livro que a dona Anastácia me dera: "O Príncipe" de Maquiavel7. Realmente muito espirituosa. – pensei. –Entretive-me com a leitura durante todo o trajeto de volta até que caí no sono.

"Os fins justificam os meios."

Acordei com essa expressão rondando minha cabeça. Por que este livro? Por quê? – perguntava a mim mesma. Foi então que notei pequenas anotações na contra capa do livro, eram números.

7. Nicolau Maquiavel foi um historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser. Autor da obra "O Príncipe".

39-15-2; 87-27-06; 69-03-09; 111-27-10; 132-10-08

Na verdade, eram combinações numéricas que mais pareciam coordenadas. Comecei a vasculhar o livro, intrigada.

Não fazia sentido algum. Virei a contracapa do livro e uma parte se soltou, como se tivesse uma folha grudada na contracapa. Puxei com cuidado, não havia nada ali, mas, ao passar os dedos sobre a parte de dentro, dava para sentir uma leve elevação. Com cuidado, rasguei aquele pedaço da folha e havia um pequeno pedaço de papel dentro, como se aquela folha fosse um envelope.

Abri o papel, que dizia:

"Sou aquela que informa sobre a arte, se me virar, poderá ler a outra parte.

No farfalhar das máquinas, a costura é concreta, verá que com apenas uma, o trabalho não se completa.

Elas podem ser ditas e também escritas. Com um bom contorno nas mãos, elas ficam mais bonitas."

Usar o cérebro, que eficiente. – pensei comigo mesma. Bom, tecnicamente, a primeira parte era evidente, a resposta era "página", portanto, o primeiro número de cada bloco se referia a uma página do livro.

Passei todo o resto da viagem quebrando a cabeça para tentar decifrar o que eu deveria estar procurando no livro.

Ao chegar à minha província, notei que nada havia mudado. A loja da Burberry ainda estava ali na esquina, seguida pela Dior e pela Carolina Herrera. Na calçada, a banca de jornal exibia as últimas notícias veiculadas pela EG News e Moda e as pessoas caminhavam a passos lentos de um lado para o outro, sentindo-se donas do mundo enquanto carregavam sacolas de compras de grandes marcas ou engraxavam sapatos, tomando sorvete HäagenDazs .

Caminhei pela calçada mais duas quadras e avistei minha antiga casa. Estava fechada, na verdade, lacrada com aqueles cordões amarelos da polícia local.

Passei por baixo, empurrando a porta que estava entreaberta. Tudo estava no mesmo lugar, exceto por alguns objetos quebrados na sala, o que demonstrava que alguém havia sido arrastado dali. Naquele instante, pensei na minha mãe, Agnes, sendo levada pelo grupo da rebelião.


Livro Incompleto! História acessível apenas para experiência de leitura e degustação.

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Laura Sophia Heyes (Degustação)Where stories live. Discover now