Capítulo 7: As várias facetas do real

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Quando Hermione abriu os olhos castanhos naquela manhã de domingo, não se surpreendeu por ter acordado antes das oito horas e nem por estar tão desperta e sem resquício algum de sono em seu corpo. Porém, mesmo que estivesse tão elétrica e animada, ainda existia uma porção dela que duvidava do que acontecera no dia anterior.

Essa foi a parte de si, talvez, os últimos resquícios de racionalidade que ela ainda possuía, que a fizeram sentar-se na cama e apanhar o celular no criado mudo ao lado da cama.

Hermione desbloqueou a tela e abriu o aplicativo de Mensagens.

O número desconhecido ainda era o dono da primeira mensagem, cujo conteúdo ela sabia muito bem do que se tratava. Instintivamente, um sorriso brotou nos lábios rosados e ela saiu da cama, os pés protegidos pelas meias tocaram o chão frio e ela caminhou até o pequeno banheiro, quase cantarolando, tamanha era a energia quente que preenchia o seu peito.

A morena realizou sua higiene matinal e até mesmo tomou um banho. De roupas trocadas, desceu as escadas praticamente correndo e logo aterrissou na cozinha em que sua mãe, com um avental rosa na cintura, preparava o café. Hermione apanhou sua tigela de cereais em um dos armários enquanto cumprimentava animada:

- Bom dia, mamãe!

- Bom dia, querida... Vejo que não fui a única que acordou animada hoje! - Jane retribuiu ao cumprimento da filha e inclinou o rosto lateralmente, Hermione revirou os olhos para o gesto da mãe e beijou a bochecha direita que ela lhe oferecera. A morena não pode deixar de olhar por cima dos ombros da mãe e nem ignorou o cheiro que exalava da frigideira, Hermione, com a cabeça dentro da geladeira, comentou:

- O que papai fez para merecer um delicioso e tradicional café da manhã britânico?

- Querida, você não vai querer escutar isso logo de manhã! - Jane respondeu com uma piscadela cheia de intenções, Hermione retirou a cabeça de dentro da geladeira e, com o galão de leite em mãos, revirou os olhos para as palavras da mãe além de fazer uma careta de nojo. Jane riu da filha e continuou concentrada em virar as salsichas, o ovo e o bacon na frigideira.

Mais passos foram ouvidos pela escada e, segundos depois, Donald Granger chegava à cozinha com os cabelos bem penteados e cheirando à colônia pós- barba. Hermione franziu o nariz para o cheiro quando o pai lhe deu um beijo no topo da cabeça e revirou os olhos, novamente, quando os pais trocaram um beijo sutilmente escandaloso a sua frente.

Hermione ocupou-se de alcançar a caixa de cereais e colocá-los em seu prato, banhando-os com leite, concentrando-se o bastante para não escutar as risadinhas e cochichos de seus pais. Quando eles, enfim, pareceram sossegar, Donald pigarreou e perguntou:

- Dormiu bem, querida?

- Como uma pedra, eu não sabia que estava tão esgotada até cair na cama e adormecer. - Hermione respondeu entre mastigadas, estudando a tabela nutricional da caixa de cereal, um péssimo costume adquirido, proveniente de sua curiosidade insaciável. Donald sentou ao lado da filha e Jane estendeu-lhe o prato do café da manhã, a mãe inclinou-se para Hermione e a morena a olhou, confusa. Tendo toda a atenção da filha, Jane comentou ardilosa:

- Você não parecia estar tão cansada quando chegou em casa.

Hermione engasgou-se com os cereais, resultado da surpresa diante da natureza do comentário da mãe e, principalmente, do tom que ela usara. Jane falara como se tivesse notado algo entre a filha e Fleur na noite anterior. Hermione olhou para o pai, em busca de apoio ou esclarecimento, mas Donald parecia estar bem concentrado em suas salsichas fritas. A morena voltou a olhar para mãe e desconfortável, respondeu:

You Belong With Me [FLEURMIONE]Where stories live. Discover now