Epílogo: A Musa

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O sorriso brilhante de Hermione Granger jamais fora tão aberto ou tão desavergonhado como agora. A morena sequer estava preocupada com a diferença dos seus dentes centrais superiores, levemente maiores, em relação aos outros dentes, Draco Malfoy com certeza diria que os dentes de esquilo estavam à mostra, se pudesse e era evidente que, naquele momento, Hermione não ligaria.

Toda essa alegria pungente que fornecia um brilho maroto aos seus olhos e esse sorriso gigante em seus lábios tinha nome e sobrenome, atendendo por Fleur Delacour.

Obviamente, a ex-aluna não estava fisicamente presente na Academia de Hogwarts naquele fim do dia, sobretudo, porque já fazia cinco meses desde que ela terminara a sua educação e, atualmente, ela estava em Oxford cursando Artes. Na verdade, Fleur sequer estava em Londres e sim, em Paris, visitando o Museu do Louvre em uma excursão.

Contudo, Hermione podia senti-la por perto, de alguma forma. E essa sensação se devia ao papel que segurava em sua mão direita e o buquê de rosas vermelhas que ela tentava equilibrar no lado esquerdo de seu corpo. O aroma de rosas brincava no olfato da morena e ela ria porque, afinal, era impossível - naquela altura do relacionamento das duas, depois de tudo que aconteceu - não relacionar Fleur às flores...

De alguma forma, parecia que Fleur sabia como usar cada uma delas para deixar evidente que o que tinham era diferente de tudo que as cercava.

Hermione apoiou o buquê nas prateleiras de seu armário aberto, era um mistério como Fleur conseguira enviar aquele buquê estando em outro país, e olhou para o papel em suas mãos. Era o mesmo pergaminho amarelado e a caligrafia surpreendeu Hermione ao lhe ser familiar. Fleur, de alguma forma, escrevera aquele bilhete de próprio punho.

"Antes disso, eu nunca fora arrebatado

por amor tão súbito e doce.

Seu rosto vicejava como se uma flor fosse

E, assim, meu coração foi roubado."*

O efeito das palavras lidas por Hermione foi imediato, o coração bateu acelerado em seu peito e os olhos umedeceram pela saudade e muito pelo sentimento que transbordava em seu interior. A morena, sempre tão acostumada à lógica e à racionalidade, estava totalmente entregue aos sentimentos que venceram a sua inteligência e a sua compreensão.

Quando tudo começara, não passava de uma atração. Porém, agora, Hermione sentia como se fosse feita desse amor tão intenso e também sentia que não vivera tudo que podia antes dele.

Fleur, a cada dia, a surpreendia. Mesmo distante, ela se fazia presente. O que elas tinham realmente desafiava qualquer coisa que Hermione cogitara pensar sobre um relacionamento.

Não havia dependência e sim, companheirismo. E a intensidade do que tinham ocupava os olhares, os abraços, os beijos e até mesmo as palavras que trocavam. Principalmente, as palavras. Diferentemente de qualquer outra relação da qual Hermione tinha conhecimento, elas começaram e se moviam pelas palavras... A relação das duas era uma ode ao amor de peito e mente aberta.

Hermione aspirou, mais uma vez, o perfume de rosas vermelhas. Ela sentia que não estava mais no corredor da Academia e sim, em outro lugar, flutuando em meio às palavras escritas naquele pergaminho e presa nos braços de Fleur. Nem mesmo a distância conseguia transpor o que elas tinham construído.

- Rosas? Sério? Qual o problema da Fleuma com flores? - A voz de Gina Weasley retirou Hermione de seus devaneios e a puxou para a terra, contudo, nem mesmo esse choque de realidade e as palavras da ruiva conseguiram desaparecer com o sorriso nos lábios da morena. Surpreendentemente, Gina não estava acompanhada por Luna e tinha um sorriso irônico nos lábios. Hermione revirou os olhos para as palavras dela e respondeu:

You Belong With Me [FLEURMIONE]Where stories live. Discover now