Gray - A cor da solidão.

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Era a sétima vez seguida que Bill tinha sido traído.

E ele não gostava, nem um pouco, disso. Mas também não ligou muito.

Sempre foi daqueles rapazes desejados da escola; Não muito e não o confundam com aquele badboy que todas gostam. Ele não era assim.

Ele só era... O Bill. Um rapaz que, pelo seu dinheiro, muitas o queriam.

Ou fingiam querer.

Mas ele estava cansado disso.

O seu mundo não tinha mais cores. Não tinha mais sentido continuar a colorir desenhos de séries animadas que ele gostava, na sua pequenina mesa digital ligada ao computador, por ser um ótimo desenhista. Também já não era divertido observar as chamas da lareira da sua grande casa, entre cores quentes, enquanto arranjava inspiração para escrever pequenos textos no seu bloco de notas.

Nem mesmo usar amarelo nas roupas tinha a menor graça.

Nem mesmo os seus óculos tão escuros de um negro que lhe destacava as sardas do rosto o faziam mais feliz.

Cipher estava farto e cansado de um mundo sem cores, sem animação.

Um mundo sem amarelo.

Mesmo com milhares de camisas, tshirts, moletons e muitas outras peças que variavam entre várias cores, mas principalmente sem a sua favorita e da cor do sol, ele não era feliz.

Porque ele só queria aprender a saborear todas as outras cores, incluindo, a cor do amor.

Para um jovem de dezasseis anos, ele não se diria mal, de todo. Não necessitava de um amor de forma tão desesperada assim, ele só queria... Ser amado, ou se sentir assim. Sentir que alguém fora do seu núcleo familiar e íntimo de amigos gostava dele pelo que era e não pelo que tinha. 

Ele queria saber como era esse sentimento sem ser por trocas de beijos superficiais ou olhar para a sua nova namorada, sabendo que um peso atrofiante no seu peito lhe diria que ela o trairia dentro de uma semana ou menos, com excesso e quilos de maquilhagem que ele não sentia atração nenhuma.

Mas era tudo a mesma coisa – Elas eram todas iguais, com as mesmas marcas de roupas, cabeleireiros e tintas no rosto, com a mesma personalidade –, parecia que ele era um íman de meninas hipócritas e sem escrúpulos.

E a última, Stella, fora sem dúvida das piores.

Tinha-o traído por um rapaz que andava no rugby da escola, o capitão – Jeremy não-sei-das-quantas ou cabeça de abóbora –, como Bill gostava de o chamar.

O dia estava cinzento. Nenhuma animação no céu nem no seu coração.

E assim estava o rapaz loiro e extremamente alto, magro, de óculos hipsters, calças rasgadas nos joelhos e skin pretas de All Stars da mesma cor e uma camisa aos quadrados vermelhos, com uma tshirt da mesma cor do céu por baixo. 

Cinzento.

Com os seus grandes headphones amarelos que se infiltravam nos seus cabelos loiros e vários triângulos amarelos desenhados como decoração, caminhava sem muita animação de olhos fechados, impedindo que as suas pupilas rasgadas e olhos amarelados vissem qualquer coisa ou prestassem atenção no caminho.

Então, enquanto a lista de músicas estava automática, passou-lhe pelos ouvidos Phoenix, de Fall Out Boys. Como sempre, aquela música recordava-lhe os amigos, afinal, era a música que todos cantavam em conjunto.

COLOURS △ BillDip [Wattys2017]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora