Piloto

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Mais um dia típico de primavera no Central Park, e mais uma vez Emma Swan não decepcionava a ninguém que também frequentasse aquele lugar diariamente; sempre que podia a garota se sentava embaixo da mesma árvore lendo algum livro. A primavera era sua estação preferida, e desde que saíra de casa não passou um dia se quer sem admirar a beleza única da natureza naquela estação e o contraste que aquilo tinha no meio da selva de pedra que era a cidade de NY. Tentava espairecer seus pensamentos e tentar organizar um pouco da bagunça que sua vida havia virado e estava sempre lendo algum livro aleatório que lhe ajudava a fugir um pouco de tudo aquilo.

Não muito longe dali, Regina acordava no meio da tarde depois de ter varado a madrugada em uma after party em comemoração ao sucesso que havia sido sua atuação em seu último filme e a indicação ao Oscar. Ela dá uma espreguiçada e pega seu celular na mesinha de cabeceira e vê 5 ligações perdidas de sua amiga Alice, 2 de Bette e um SMS de Tinker, perguntando se ela estava viva e quem havia sido a vítima da vez, já que Regina havia saído antes de todas na festa. Ainda sem lembrar muito bem da noite anterior, Regina sai da cama seminua, coloca um roupão e caminha meio cambaleante até a porta do quarto, ao descer as escadas avista uma perna saindo pra fora do sofá em frente à lareira da sala de entrada e anda devagar até chegar perto o suficiente e conseguir enxergar uma bela morena deitada, quase sem roupa, enrolada em um lençol. Nesse momento Regina definitivamente acorda e dá uns tapinhas no rosto da moça:

- Hey, garota. Acorda, vamos!

A moça se mexe e acorda assustada. Quando se dá conta de onde está, dá um sorrisinho de canto de boca e levanta enlaçando seus braços ao redor do pescoço de Regina, que rapidamente desvia de um beijo:

- Tá maluca, menina? Não vou te beijar e não sei nem porque você passou a noite aqui. Vista-se que vou chamar um táxi.

A garota olha incrédula para Regina:

- A garota tem nome, ok? É Jennifer. E você está achando que sou o quê pra me tratar assim? Já não basta ficar caindo de bêbada ontem e me deixar sozinha aqui se recusando a abrir a porta do quarto. Pra quem me usou até cansar, poderia oferecer no mínimo um café, aff!

Regina dá uma risada marota e olhando a moça mais atentamente diz:

- Bom dia, senhorita JENNIFER. Desculpe pelo mal entendido, mas tenho compromissos demais para ficar e te oferecer um café. E bom, se te usei deve ter sido porque você também quis, né? Hahaha e realmente acho que passei da conta ontem, ninguém dorme aqui e muito menos no meu quarto... – Regina olha para cima, como se analisasse a situação. - viu, não devia estar tão bêbada assim, porque me lembrei de não te deixar entrar! E bom, acho que é isso, pode se arrumar então que logo o táxi chega.

Jennifer ficou tão perplexa que não conseguiu discutir, apenas começou a se vestir enquanto a outra caminhou para outro cômodo. Minutos depois Regina volta e avisa que o táxi já está parado esperando.

- A gente se vê novamente? - Jenni pergunta mordendo o lábio inferior.

- Adorei a noite com você, querida. Mas não repito a dose, sabe como é né, assim você pode dizer que realmente foi inesquecível, não vai enjoar, vai sempre se lembrar e coisa e tal – Regina diz com um ar irônico, enquanto segura a porta para a moça sair.

- Você é ridícula, sabia? – Jennifer sai revirando os olhos.

- Au revoir ma belle! – Diz Regina fazendo uma reverência sorrindo enquanto a moça passa, e então fecha a porta.

***

Emma olha seu relógio e se lembra de que havia marcado de se encontrar com sua amiga Ruby num pub, elas iam beber e aproveitar o dia de folga. Faziam 3 meses desde que Emma saíra de casa, e desde então sua vida havia mudado completamente; ela agradecia todos os dias por ter Ruby e pela amiga nunca ter lhe abandonado. Emma era uma garota alta, tinha um corpo atlético, olhos verde esmeralda e longos cachos loiros; chamava atenção por onde passava, embora fosse tímida e tivesse a auto-estima super baixa. Ao entrar no pub, Emma enxergou Ruby sentada no balcão flertando com o barman, e caminhou até a amiga.

- Hey, cheguei!

- Atrasada com sempre não é, Swan? – Diz Ruby brincando.

- E você pelo jeito não achou nem um pouco ruim, não é? E sei porque chegou cedo, esqueceu a outra metade da saia em casa? – Diz Emma olhando de Ruby para o garçom, que nesse momento corou de vergonha.

- Que besteira! Só estávamos falando sobre o tempo, que aliás, nem está tão frio assim. – Diz Ruby segurando o riso. – Vem Emms, vamos sentar em uma mesa. – Puxou a amiga pela mão e olhou para trás dando uma piscadinha para o garçom.

Elas caminharam até uma mesa em frente a uma janela ampla, que dava vista à rua e às pessoas que lá passavam e se sentaram.

Emma observava desatenta através do vidro o vai e vem dos carros num trânsito frenético, e pessoas apressadas que passavam esbarrando umas nas outras.

- Alô? Planeta terra chamando, planeta terra chamando! – Ruby estrala os dedos na cara da amiga.

- Aaah! Desculpa Rubs, me distrai, só isso – diz Emma revirando os olhos.

- O que tá rolando Emms? Você anda mais distraída que o normal, tá sempre cabisbaixa pelos cantos, todo mundo está notando... o que posso fazer pra te ajudar?

- Desculpa... Eu tenho me sentindo meio que... sei lá, sabe. Por mais que eu diga que isso tudo não me afeta, afeta sim! Eu sinto falta de alguns amigos e do meu irmão. Às vezes parece que é tudo um pesadelo, porém quando eu acordo vejo que tudo se torna mais real a cada dia que passa. Ela está conseguindo mesmo acabar comigo Rubs, ela consegue me abalar, por mais que eu diga que não, que eu disfarce, eu não consigo fingir o tempo todo – Emma diz de cabeça baixa.

- Emma, olha pra mim! Ela é sua mãe, você pode dizer pra qualquer um que as palavras e as atitudes dela não te afetam, mas afetam sim. Porém, cabe a você seguir em frente e mostrar que ela está errada! Você é muito maior que isso tudo Emms... E agora é o momento de recomeçar, e eu estou aqui pra te ajudar, sempre! – Ruby diz segurando a mão da amiga e encostando a cadeira do seu lado, abraçando-a. – E quer saber? Vamos mudar de assunto, hoje é dia de folga, vamos nos divertir loirinha! Aliás... olha aquela gata ali encostada no balcão, ela tá te encarando desde que entrou, porque não vai lá pedir o número dela? – Diz Ruby encostando nos ombros de Emma.

- Nem pensar, Ruby. Tá maluca? Estou bem tranquila, não quero pedir o número de ninguém não.

A moça do balcão não dispensava olhares a Emma, que ficou corada, mas não teve coragem de se aproximar. Ao invés disso pediu mais uma rodada de chopp para ela e sua amiga.

***

Longe dali, Regina toca a campainha da casa de sua amiga Tinker. Em alguns segundos uma mulher baixinha de cabelos loiros presos em um coque abre a porta.

- Olá Bela Adormecida! Pensei que havia se mudado para a indústria pornográfica, já que não apareceu pra reunião com os diretores e todos a viram saindo com a Jennifer Schecter da festa de ontem. – Diz Tinker em tom de reprovação para a amiga.

- Ai Tinker, não me amola, ok? Dormi o dia todo e curiosamente acordei com essa doida, como é mesmo o nome? Jani? Enfim, ela dormiu na minha casa, acredita? – diz Regina entrando e pendurando o casaco no mancebo ao lado da porta. – Todas já chegaram?

- É Jenni, Regina! Meu Deus, você está parecendo a Shane! E não, estão aí Apenas Al e Bette, Shane está chegando e Dana disse que não vem... os outros convidados vão chegar só mais tarde. – Diz Tinker indo para o Jardim com Regina.

De longe Regina avista suas outras amigas conversando descontraídas, quando se aproxima todas se levantam e dão um abraço coletivo, depois do anúncio da noite anterior, que o filme concorreria ao Oscar, elas não tinham conversado ainda.

Beautiful DisasterWo Geschichten leben. Entdecke jetzt