Capítulo 25

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Sabe, as coisas ficaram muito estranhas desde a conversa que tive com Matt, encarar aquele rostinho triste todos os dias pela manhã não estava sendo nada fácil, ainda mais quando me lembro de que eu sou o motivo de tudo isso, se eu tivesse sido um pouco mais profissional e não me envolvesse com o meu chefe emocionalmente as coisas com toda certeza não teriam tomado o rumo que tomaram, agora estamos nós dois sofrendo por amar!
Ja se passou uma semana desde o acontecido e Matt todos os dias tenta de um jeito ou de outro se aproximar de mim, e eu tenho o ignorado mais do que o habitual, sei que estou machucando ele e o magoando mais do que nunca quando o rejeito a cada tentativa de aproximação, e me machuca também ter que fazer isso, não gosto de ter que destratar ele, e está ficando cada vez mais difícil de repetir isso a cada dia, eu o amo e só falta eu escrever na testa o quanto sou burra de tanto o amar.

Hoje tinha tudo para ser mais uma das muitas rotineiras manhãs, eu chego no trabalho me sento a minha mesa, encaro as consequências da minha burrada e lido com a realidade por mais difícil que ela seja, mas não, já comecei pelo café que derramou todo em cima da minha blusa, como eu sou desastrada! E o que dá mais raiva é que eu já estava pronta e prestes a sair de casa, depois eu chego no carro e me dou conta de que esqueci a chave dentro do apartamento, e lá vou eu de novo, e como se não bastasse o trânsito quase me faz perder a hora, o que mais de errado pode acontecer?!

Hoje cheguei um pouco em cima da hora no trabalho por conta dos emprevistos, então assim que cheguei na empresa corri para o elevador para chegar o mais rápido possível no meu andar, assim que chego algo me faz diminuir a velocidade dos passos, ja no corredor ouço dentro da sala em que trabalho alguns murmúrios, eu sabia que Matt a essa hora já devia estar aqui, mas quem estaria ali com ele?
Eu sou a única que fica com ele ali dentro, e bom, eu estou aqui fora!
Me deixei levar pelo lado metida e fiquei atrás da porta escutando...

- Porque você está preocupada com tudo isso?! - a voz parece cansada.

- Porque daqui a quatro meses essa criança nasce e eu não tenho uma cadeira para amamentar! - o tom de voz era super irritante e estressado, e só pela conversa descobri quem era, era com toda a certeza a Natália ali dentro, a mãe da criança do Matt, mas tinha que ser a uma hora dessas!?

- O importante é a cama você não acha? - ele falou super óbvio e ela pareceu mais irritada ainda.

- Matt, amor por favor?! - apelou pro drama.

Mas o que?! Amor!?
Eu não posso negar que me irrita muito ouvir isso a ponto de querer dar na cara dela, mas fui eu mesma que o mandei fazer isso e estou começando a me arrepender, prevejo que isso vai ser mais difícil do que eu pensei que seria.
Sem esperar os interrompi, pode ter sido coisa de criança agir assim, eles precisam de privacidade mas aqui é ambiente de trabalho e não aguento mais ouvir a voz dessa garota mimada.

- Licença. - falo consideravelmente alto.

- Bom dia Lia. - vejo Matt direcionar sua atenção imediatamente para mim e com isso a Natália fica aparentemente muito mais irritada, eu me sentei na minha mesa e fiquei apenas observando.

- Terra chamando Matt?! - ela tenta chamar a sua atenção estalando os dedos na frente do rosto do Matt.

- O que?! - ele fala já alterado.

- Eu estou falando com você.

- Natália eu já ouvi, e quer saber se é pra parar de me encher o saco vai lá e compra de uma vez o que você quiser. - ele deu dinheiro a ela.

- Obrigada amor. - ela deu bastante ênfase no "amor" só para me ver irritada, mas eu não vou dar a ela esse gostinho de me ver irritada.

- Natália, por favor me chame de Matt, nós não estamos juntos e você sabe disso. - ele fala seco.

AconteceuOnde histórias criam vida. Descubra agora