Fresh kids • {lrh; afi}

45 // já não é como antigamente

Luke

Ao contrário de França, o tempo estava sereno. Apenas se ouvia o leve soprar do vento que embatia nas persianas do quarto de Mariana. Portugal era lindo de todas as maneiras possíveis e de certa forma, estava feliz por estar a visitar a cidade da morena.

Pousei os braços embaixo do meu pescoço e suspirei sentindo um pouco de frio no meu peito descoberto. Levantei-me e preparava para fazer o menor barulho possível ao ir buscar uma camisola para não acordar Mariana, mas dei pela sua ausência no quarto quando reparei num pequeno papel em que mostrava a sua caligrafia descuidada.

Fui ter com umas antigas amigas minhas. Vemo-nos ao almoço. x

Fiquei feliz ao ver o x que significava um ato de carinho, amor pelo remetente. Começava tudo a tornar-se em algo sério e eu começava a ter medo de falhar em algo com ela e que a deixasse magoada. Mas agora eu já tinha algo em mente e não podia fazer nada. Eu iria avançar.

Saí do quarto e viajei pelo corredor e, por momentos, tive medo de ir parar a algum sítio desconhecido.

"Olá, querido. Precisas de ajuda?" - assustei-me e olhei para trás vendo a Senhora de cabelos mais escuros do que Mariana, mas de olhos iguais, com um sorriso na cara. Elas tinham as feições incrivelmente semelhantes.

"Olá!" - Mariana tinha referido que a sua mãe não falava francês e o seu inglês também não era muito bom. - "Por acaso, estava à sua procura."

"Vamos para a cozinha tomar o pequeno almoço e já aproveitamos para falar." - sorri, assentindo. Sentia um leve nervoso por algo que estava prestes a acontecer e que demorei dias e dias para meter na cabeça. - "Bebes café?" - assenti, lembrando-me quando eu e Mariana acordávamos às tantas e ficávamos sem sono, íamos sempre fazer café e ficávamos a contemplar as ruas nocturnas, por vezes melancólicas, através da varanda do apartamento.

"Eu tenho algo que andei a aprender durante algum tempo para lhe perguntar especialmente em português." - o meu coração acelerou. A caneca quente que estava nas minhas mãos começava estupidamente a tremer mostrando toda a minha ansiedade. Era a primeira vez que levava as coisas sérias ao ponto de falar com os parentes.

"Eu não te vou bater, rapaz. Porquê esse nervosismo todo?" - um sorriso acolhedor apareceu na sua face.

Respirei fundo sendo observado pela mulher à minha frente, enquanto dava um gole na sua caneca. - "Espero que isto saia bem." - estava prestes a falar português pela primeira vez na minha vida. - "Senhora Luísa, quero pedir para que me dê a sua autro... au..." - tentei-me lembrar da palavra. - "Autotriza... porra." - respirei fundo. - "Autorização para pedir a sua filha em namoro." - sorri por ter conseguido. Os seus olhos pararam em mim e pestanejaram rapidamente.

Porra, elas eram iguais. Ambas me deixavam nervoso e com medo das suas respostas.

"Oh céus. Tu não és mesmo gay." - ela suspirou. - "Graças a deus, era um desperdício de rapaz." - a tensão saiu automaticamente do meu corpo e suspirei de alívio, rindo. Sim, definitivamente eram iguais. - "Isso já não se faz hoje em dia." - o nervosismo voltou.

"Oh..."

"Começas-me a surpreender bastante, pela positiva. Para além de ser incrivelmente adorável teres-te dado ao trabalho de aprender isso especificamente em português, ainda me perguntas-te de forma cavalheira se tens o meu apoio." - assenti a tudo o que tinha dito. - "Claro que tens, será ótimo ter-te na família! Deves ser dos rapazes mais adoráveis e educados que alguma vez conheci." - suspirei, metendo a cabeça entre os braços.

"Que alívio." - deixei um bafo de ar quente sair por entre os meus lábios enquanto fechava os olhos por um tempo. - "Agora é só preciso falar com o seu ma-"

"Não é preciso. Eu estive sempre aqui." - olhei para trás, vendo o pai de Mariana encostado à porta. Automaticamente, engoli em seco. - "E tens a minha aprovação." - jurava que naquele momento estava prestes a chorar de alegria. - "Podes contar comigo para tudo, rapaz."

Então, a porta de entrada bateu e entrou a rapariga de cabelos castanhos loiros curtos com um sorriso na cara.

"Reunião familiar e eu não fui avisada?"

• •

Primeiro: publicámos uma nova fic de mensagens em inglês, não percam tempo e vão lá ver! Garanto-vos que vão adorar!

Não me matem, estou a chorar. Não acredito que eu e a Matilde estamos prestes a acabar a nossa primeira fic. Céus, vocês sabem o que significa isto para nós?

Para além deste capítulo ter-me tirado do sério, how adorable luke

Well... double update, lucky day for u

Dois capítulos para nos despedirmos.

Até à próxima,
Sofia e Matts