"Quando nossos corpos se colaram novamente, eu tive a certeza de que nunca deixei de amar aquela pequena garota."
Ainda estavamos abraçados na frente de minha casa. Aos poucos fomos nos afastando, e seu rosto se manteu baixo, encarando seus pés, S/n sendo S/n.
- Você não muda.- ri fraco.- Tentando esconder as bochechas rosadas, não é?
Ela fechou seus olhos os apertando, e levantou seu rosto com um lindo sorriso.
Era difícil de me segurar sem agarrar e beijar aquele pequeno ser lindo.
- Aigoo! Sabe que coro por qualquer coisa.- riu passando suas mãos sobre seus cabelos.
- Seu cabelo cresceu.- digo admirado, seus cabelos sempre foram lindos.
- Sim, faz muito tempo que não corto.
- Nunca esqueci nada sobre você.- abaixei o rosto e coloquei as mãos nos bolsos da minha calça.
- Digo o mesmo.- confessou com um sorriso tímido.
Um sorriso bobo surgiu em meus lábios ao ouvir aquilo.
Ela não me esqueceu!
- Você quer é...- cocei a nuca.- Dar uma volta comigo?
- Pode ser.
(...)
Era incrível como não faltava assunto entre a gente. Mesmo apesar de tudo que fiz. Não foi por mal, só que foi injusto com ela.
Sorriamos muito juntos, relembrando da nossa infância até nossa adolescência, enquanto isso andávamos pelas ruas tranquilas.
- Lembra daquela vez que estávamos brincando de luta com os pés, e eu me desequilibrei e cai do sofá com tudo no chão, e fingi ter desmaiado?- perguntou com um sorriso sacana no rosto enquanto tomava seu sorvete de flocos.
- Tá brincando garota? Você quase me matou do coração naquele dia.- ri bagunçando meus cabelos.
Ela começou a rir alto e jogou a cabeça pra trás.
- Você disse que me amava.- diz encarando algum ponto fixo a frente.
- É disse sim.- digo relembrando.
Flashback
Eu tinha 16 anos e ela 14.
- S/n, pelo amor de Deus acorda.- implorei desesperado enquanto segurava seu rosto com as mãos.
Tudo culpa minha.
- Não faz isso comigo, eu te amo tanto.- digo um pouco mais calmo, alisando seu rosto.
S/n arregalou seus olhos rapidamente, fazendo eu dar um pulo de susto.
- Ah, eu te mato.- cerrei os dentes me levantando e suspirei.
- O que você disse Jimin?- perguntou se sentando no chão, eu segurei sua mão a ajudando a levantar.
- Que eu te mato?- respondi tenso, já sentindo minhas mãos soarem.
- Não, antes disso.- ela me encarava com as sobrancelhas arqueadas.
- Pra não fazer... isso comigo?- engoli em seco.
- Aish, para de se fazer de burro.- revirou os olhos batendo os pés no chão.
- Que eu te amo?- sussurrei.
- É.- percebi ela corar.- Isso é... verdade?
- É... sim.- suspirei abaixando o rosto.
- E-eu também.. te amo.- confessou tentando esconder suas bochechas vermelhas entre seus cabelos.
Sorri encarando aquela coisa pequena com vergonha.
Levantei seu rosto com meu indicador e selei nossos lábios, pela primeira vez.
Flashback
- Mas acabou sendo engraçado.- digo encando meus pés, ela sorriu e assentiu.
- Já terminou seu sorvete?
- Já, não sou você que espera derreter.- digo ao olhar seu sorvete prestes a derreter em sua mão.
- É nada... ah...- fez bico ao ver seu sorvete escorrendo pela sua mão.
Sorri pela sua fofa expressão olhando o sorvete.
- Ainda dar pra salvar o resto.- disse e enviou quase tudo na sua boca.
Comecei a rir que nem um retardado, logo eu.
- Como conseguiu fazer isso com uma boca tão pequena?
- Sei lá.- respondeu jogando o guardanapo sujo em um lixo.
- Sua boca.. tá toda suja.
- Ah não, sério?
- Espera.- digo indo até umas mesas que ficavam do lado de fora de uma lanchonete, qual estávamos passando nesse exato momento, e lá peguei um guardanapo.
Fui até ela e com um pouco de receio, comecei a limpar o local onde estava sujo.
Quando olhei pra aquela boca em formato de coração, me lembrei do beijo dela.
Como sentia falta daqueles lábios doces, muitas vezes me peguei pensando nisso, mesmo com esse tempo.
Quando me percebi já estava perdido na cor de seus olhos.
Nos encaravamos de um jeito tão intenso, pra mim o mundo havia parado.
Estávamos tão próximos que sentia sua respiração bater contra meu rosto.
Em um ato instântaneo minhas mãos desceram segurando sua cintura, assim deixei o guardanapo cair no chão, com suas mãos ela segurou meus ombros.
Em dentro de poucos segundos eu já podia sentir seus lábios roçando nos meus.
- Não.- virei rapidamente meu rosto.
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