Dipper Pines

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“Seis e quarenta da manhã de terça, treze de fevereiro. ”

Dei passos lentos até o quarto onde minha mãe estava, quando abri ela continuava naquela cama. Mas seu sorriso, era a única que eu queria que não sumisse.

Ela estava mal, tinha poucas chances de vida, mas.. Mabel e eu não tínhamos tanto pessimismo quanto esses médicos, hoje eu iria passar a tarde com minha mãe.

— Olá querido. — Ela disse sorrindo, era visíveis que não dormiu bem essa noite mas não parecia ligar, ela adorava nossas visitas.

— Oi mamãe. — Respondo pegando em sua mão um pouco gélida, dando um sorriso cheio de alegria por ficar com ela.

— Então, como está indo aquele seu segredinho? — Disse dando uma risada brincalhona.

— Super bem! O Ty e eu estamos finalmente tendo algo! — Mordi o lábio sorrindo, ela acariciou meus cabelos e deu um sorriso correspondendo.

Ela era a única que sábia sobre isso, minha mãe adorava me ver seguir o caminho que queria sem se importar com o que os outros dissessem.

Eu a amo tanto..

— Isso é tão bom querido! Espero que ele não te cause tristeza, ou então, chame sua irmã para dar um chute bem.. — Começou fazendo uma cara engraçada, mas interrompi ela com uma risada boba.

— Ty é legal mãe, fique tranquila, e se precisar, chamo a Mabel sim. — Balancei a cabeça e ela riu.

Passamos a tarde conversando sobre tudo possível, vimos um pouco de tv que tinha na parede do quarto, o tamanho era péssimo, mas com a companhia dela tudo ficava incrível.

Eu ficava ouvindo suas histórias, ela contava de como conheceu meu pai, como foi uma correria e engraçado de cuidar de mim e da Mabel.. Ela contava sua parte da vida, e eu, prestava atenção em cada detalhe para guardar em minha memória e alma..

“Nove e vinte e seis da noite de uma sexta feira, dia vinte e oito de fevereiro. ”

Eu estava conversando com minha mãe sobre a faculdade, ela dava risadas quando eu constava uns momentos constrangedores meus.

Ela tossia em meio as risadas as vezes, minha preocupação estava visível o bastante, eu passei noites naquele quarto de hospital esperando seus olhos abrirem e ver o brilho dos mesmos que tenho.

Muitos garotos são parecidos com seus pais, mas eu, era muito parecido com minha mãe.

Dos cabelos castanhos até a ponta do nariz avermelhada e fofa, como ela diz. Nossos olhos tem o mesmo tom, e ela diz, que já que somos tão parecidos, nossos corações são sincronizados. Tanto o meu e da Mabel com o dela.

— Querido, você precisa dormir. — Ela disse, sonolenta enquanto passava sua mão sobre meu rosto.

— Eu quero garantir que você está bem, mãe. — Falei dando um sorriso forçado, pelo sono que sentia, mas não iria dormir.

— Mason. — Ela chamou. — Quando eu morrer..

— Você não vai morrer mãe! — Interrompi ela, a mesma pegou em minhas mãos ao perceber as lágrimas se formarem em meus olhos.

— Prometa pra mim, você, Mason.. Não, melhor, Dipper. — Ela se auto corrigiu, me chamando pelo apelido que ela tinha me colocado pela minha marca de nascença, o que me fazia querer me chamar assim pela vida toda. — Promete que nunca irá fazer algo para te prejudicar novamente?

Lágrimas caíram de meus olhos, desceram sem ser controladas. Lembrei-me de quando fiquei dias trancado em meu quarto, por sofrer bullying e agressão, não saia nem para comer.

Meu corpo estava fraco, eu era fraco, sensível.

Minha depressão foi aumentando naquela semana, passei dias sem tocar em qualquer coisa comestível. E o resultado era óbvio, desmaio.

Dias de sufoco no hospital, mas ela nunca saiu de perto, ficou ao meu lado e perdeu uma chance no seu emprego.

— Eu não posso prometer.. — Deixei as lágrimas irem livres e me deixei levar pelo sentimento ruim que me tomava.

— Ao menos, tente, por favor querido. — Ela deixada lágrimas caírem e caírem, escorregando sobre sua pele um pouco mais pálida que o normal.

Eu tenho que tentar, eu vou.

“Dia 14 de "xxx" as cinco e meia da tarde. ”

Ruim, terrível, péssimo, era um dos poucos adjetivos para o que estou sentindo.

— Elizabeth Pines era uma pessoa amada por sua família e amigos.. — Começou, um padre, falando na frente do túmulo dela, em frente estava seu caixão.

Minhas pernas, pareciam estar moles e bambas, prontas para me deixar cair no chão.

Mabel estava ao lado de sua melhor amiga, mergulhadas em um mar de lágrimas, a loira ao seu lado, acariciava seus cabelos enquanto deixava seu rosto um pouco pálido ficar vermelho pelo choro.

Todos os momentos que eu me via mal, prestes a fazer uma baboseira, eu pensava em minha mãe, como ela iria ficar se soubesse.

Mas um dia, o limite acabou. Eu repetia a mim mesmo que ela não estava mais aqui, e não iria valer a pena me prender dentro de casa e ficar horas derramando lágrimas em meu travesseiro.

Sou um vidro quebrado, não posso ser consertado mais, se não alguém mais se machuca.

– Por Mason Pines.

тнє sтяıρρєя ∆ ᙖillÐipWhere stories live. Discover now