O amigo

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Havia se passado cinco dias, era segunda-feira e eu ainda me sentia mal quando me lembrava de Phil. A única pessoa que conseguia me animar era Talk2Me_28. Eu não contei pra ele que era garoto de programa, mas tinha dito que eu tive o coração partido e ele me aconselhava bastante. Na verdade eu estava começando a achar ridículo nós não sabermos o nome um do outro.

Leroy me ligava todos os dias e eu não atendia o telefone e no fim de semana eu não dava chance para falar com ele afinal eu não queria contar o que estava acontecendo comigo e por mais que eu tentasse eu não conseguia esconder minha tristeza.

Eu acordei naquela terça-feira um pouquinho mais animado do que nos outros dias. Eu desci ás escadas e tomei café da manhã calado.

– você se sente bem filho?

– estou sim mãe

– estou achando você triste. – falou ela.

– eu só não estou me sentindo bem.

– você vai ao médico?

– não, eu dormi mal essa noite eu preciso apenas me deitar.

– tudo bem, descanse então.

Eu terminei de comer e subi para meu quarto e tranquei a porta. Antes mesmo que eu pegasse o notebook meu celular tocou, era Leroy. Eu decidi atender.

– bom dia – falei atendendo o telefone.

– como você está?

– estou bem.

– obrigado por ter atendido eu estava começando a ficar preocupado. Você nunca atende minhas ligações e no trabalho você nunca fala comigo.

– me desculpa eu estava passando por um mal bocado, eu ainda estou na verdade.

– eu fiquei pensando no que aconteceu aquela noite Fry. Você pode falar comigo.

– eu não quero falar sobre isso.

– por favor, você pode me contar.

– tudo bem – falei respirando fundo. – Leroy eu sou garoto de programa. – falei e ele ficou mudo por alguns segundos.

– sério? Isso explica os vários clientes homens que gostavam de ser atendido por você.

Eu expliquei tudo o que tinha acontecido. Contei que eu era garoto de programa e que tinha me apaixonado por Phil e que nós nunca poderíamos ficar juntos e que eu estava muito abalado.

– sinto muito – falou ele.

– eu também sinto – respondi – você não vai me jugar? – perguntei

– porque? Quem sou eu pra te jugar?

– obrigado por compreender.

– na verdade – falou ele – eu ficaria feliz em ser seu próximo cliente.

– o que? – perguntei surpreso.

– se não quiser não precisa, mas eu acho que posso fazer você se esquecer dele.

– eu não sei. Você é meu colega de trabalho e acho que não estou pronto pra fazer programa por uns tempos.

– por favor – falou ele – você não pode se entregar, como você mesmo disse é apenas uma paixão e uma paixão não é facilmente esquecida se você não ocupar seus pensamentos com outra coisa.

– tudo bem – respondi – mas desculpa falar parece que você quer comer a muito tempo.

– você não imagina.

A Grande Maçã  (Romance gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora