Marcados Pelo Passado

Confusões

Elisa

Até parece que estou vivendo num pesadelo pois é assim que está sendo essa semana, desde o dia em que recebi o telefonema do Ricardo dizendo que ele tinha matado o próprio pai, embora não tenha sido bem isso que aconteceu, na verdade eles discutiram e o senhor Alfredo teve um infarte, mas ninguém consegue convencê-lo de que ele não teve culpa.

Saí tão desesperada da fazenda que esqueci até meu celular e não consegui avisar ao Tomás que não poderia ir ao nosso encontro
e só depois de dois dias que consegui falar com ele, mas para minha maior decepção ele foi muito frio comigo e para piorar praticamente desligou na minha cara, depois liguei outras vezes mais quase nunca atendia e quando atendia sempre tinha uma desculpa esfarrapada para desligar rápido, o que me deixou super preocupada.

Já faz mais de uma semana que estou aqui na capital, quis muito voltar para a fazenda depois do enterro mas tive que ficar aqui, mesmo não amando o Ricardo me senti na obrigação de ficar ao seu lado nesse momento difícil, mas o pior é que não tive coragem de terminar nosso relacionamento, não posso abandoná-lo em um momento como esse, por tudo que vivemos mas principalmente por nossa amizade, mas amanhã volto para a fazenda e terei que contar toda a verdade para Tomás e torcer para ele me perdoar por não ter dito a ele sobre meu relacionamento com Ricardo.

Estou quase entrando em pânico, meu pai convidou o Ricardo para passar uns dias na fazenda e ele disse que assim que resolver umas questões vai arrumar um jeito de ir, não sei como resolver meus problemas e a cada dia que passa vou me complicando mais e mais.

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Cheguei hoje pela manhã e assim que desci do helicóptero liguei para o Tomás mas ele não atendeu, estou ficando cada vez mais certa de que alguma coisa muito grave aconteceu durante esse tempo em que estive fora, mas o que poderia ser para que ele me tratasse com tamanha indiferença.

Liguei mais algumas vezes e nada só depois de muitas tentativas ele atendeu mas simplesmente disse que estava muito ocupado para falar no momento e desligou sem nem dizer tchau, isso pra mim foi a gota d'água, quem ele pensa que é para me tratar desse jeito, vou tirar essa história a limpo agora mesmo e chega de ficar me ignorando.

Aproveitei que meu pai tinha saído para resolver uns assuntos na cidade vizinha peguei a caminhonete sem falar nada a ninguém e fui para a fazenda Zaar, ele ia ter que falar comigo mesmo que não queira.

Errei algumas vezes o caminho, afinal de contas eu nunca tinha vindo por esses lados, mas finalmente cheguei a fazenda ela não era tão grande quanto a Calazans mas era muito linda, a estrada que dava para a sede da fazenda era toda cercada de grandes árvores que estavam cheias de flores e enchiam o ar com um cheiro maravilhoso, de longe avistei a casa que era sem dúvida nenhuma uma das mais bonitas da região e tinha um belíssimo jardim em quase toda sua volta fiquei completamente apaixonada por esse lugar e senti uma paz enorme, foi amor a primeira vista por essa fazenda.

Desci da caminhonete e olhava em todas as direções para ver se encontrava Tomás, e tomei rumo onde tinha visto vários cavalos e também me encantei com eles um em especial que era todo preto e enorme cheguei bem perto da cerca e ele logo veio para o meu lado estava tão entretida com aquele belo animal que levei um baita susto quando ouvi um raspar de garganta bem atrás de mim.

-Hã,hã,hã..... posso ajudá-la em alguma coisa - disse um moço alto e muito bonito.

-Há me desculpe só estava olhando, quer dizer eu estou procurando alguém.... - comecei
a falar e embaralhei-me toda com as palavras.