Desistindo

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                    Tomás

   Saio batendo a porta, pra mim já deu, acho que vou desistir, não tem como continuar com essa situação.

   Suporto todos os dias a indiferença de Elisa, suporto morar na mesma casa sem poder tocá-la e sem poder beijá-la, suporto esse doutorzinho de merda ligar pra ela todos os dias, mais agora já é demais, vim até aqui ficar de papo com ela e ainda por cima convidá-la para jantar, não há quem aguente.

   Por mais que eu a ame, vejo todos os dias nosso amor perdendo força e isso me destrói já não sei mais o que fazer para reverter essa situação à momentos que sinto tudo se perdendo e chego a questionar se Elisa realmente me ama.

   Para minha sorte Valter trouxe minha caminhonete pra cá. Então saio feito louco por essa cidade que não gosto nem um pouco sem rumo e sem ter pra onde correr, minha única opção é afogar minhas dores num bar qualquer, só bebendo para não ficar pensando que nesse momento minha pequena pode estar nos braços de outro.

   Fico andando por um tempo sem saber onde estou pois não conheço muito bem os lugares aqui. Quando vejo um lugar bem movimentado estaciono de qualquer jeito e entro.

   Não era bem o que eu esperava, para todo lado que eu olhava só via filhinhos de papai se achando dono do mundo, não curto esse tipo de gente pessoas que se acham melhor que os outros mas na falta de um lugar mais a minha cara vai esse mesmo.

   Sentei no balcão e pedi um whisky a garçonete uma loira peituda serviu a bebida e já veio se insinuando para o meu lado, muita gente estava me encarando não sei se por meu estilo ou se por outra coisa mais não me importo jamais vou deixar meu chapéu de lado por causa dos outros, então eles que se danem só quero mesmo é beber em paz sem ninguém para me encher o saco.

   Já bebi bastante nem lembro quantas doses, depois de algumas doses até fiz amizade com a garçonete que se ofereceu para ajudar a esquecer minhas mágoas mas é lógico que não quis.

   Depois de um tempo no bar o meu celular começa a tocar meu coração se agita na esperança de ser minha pequena atendo sem olhar o número.

   -Diz que ainda me ama minha pequena   -   minha voz sai embolada acho que estou completamente bêbado.

   -Sinto muito meu amigo mas não sou sua pequena e você pelo visto não está nada bem    -   não consigo evitar o desapontamento em minha voz ao notar que não é minha pequena.

   -Júlia é você?

   -Sim sou eu, nossa quanta emoção em falar comigo. É impressão minha ou você está bêbado?

   -Acho que bebi um pouco, ela não me quer mais, prefere ficar com aquele médico desgraçado, eu à perdi Júlia, eu à perdi.

   -Calma Tomás, onde você está vou aí te encontrar, me diz o endereço.

   -Não tenho nem idéia de onde estou, tudo que sei é que minha pequena saiu com o doutorzinho  eu não tenho como reconquistá-la.

  -Tudo bem meu querido, não precisa ficar assim. Passa o celular para algum garçom.

   Entrego o celular para alguém, se é algum garçom não faço idéia  e apago deitado em cima do balcão.

   Acordo com uma voz mansa e melodiosa a me chamar será que é um anjo.

   -Elisa é você?    -   mal me aguento em pé e minha consciência vai e volta.

   -Não, não sou sua Elisa. Venha vou levar você pra casa.

Marcados Pelo PassadoWhere stories live. Discover now