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Louis prende a respiração quando o som de passos fracos ecoam do lado de fora do quarto do estúdio em que está escondido. O som fica cada vez mais alto porque os pés gigantes e impacientes de alguém, se aproximam cada vez mais da porta que Louis deveria ter trancado há alguns minutos atrás, quando ele entrou ali. Ele aperta os olhos fechados, cantando interiormente um fluxo constante de não escolha essa porta, não escolha essa porta, não escolha essa porta. Os músculos de seu corpo tencionaram ao que ele antecipava a inevitável chance de seu chefe encontrá-lo ali, mas surpreendentemente, ele não abre a porta.

Os passos passam por ele, permitindo que louis relaxe novamente nas almofadas macias do sofá onde ele está esparramado. Ele libera o fôlego que estava segurando, o suave whoosh dele se transformando em gemido dolorido quando a porta da sala se fecha sem aviso prévio. Louis quase não tem tempo para enterrar o rosto no travesseiro que ele pediu emprestado de um vestiário aleatório há seis meses e nunca mais se incomodou em devolver.

"Não, por favor! Deixe-me dormir por dez minutos! Cinco minutos!" Ele implora, não tendo nenhum de seus pedidos atendidos. Seu travesseiro - ou o travesseiro do estúdio - é arrebatado diretamente para baixo dele, mas James não é rápido o suficiente. Louis consegue pegar um pedaço do travesseiro antes que ele seja puxado para fora do alcance, seus dedos -de ossos cansados- agarrados a ele como se sua vida dependesse daquilo, mesmo que fosse apenas seu sono de beleza; porque honestamente, as duas coisas tem o mesmo nível de importância.

"Solta isso!" James grita, apertando firme a borda do travesseiro.

"Não, você tem que soltar. É meu!" As mãos de Louis começam a tremer com a tensão daquele joguinho de guerra com alguém que tinha três vezes a sua força. Várias pessoas caminham, assistindo a cena daquela batalha e quase nem piscam para os dois lutando por algo tão estúpido quanto um travesseiro que, sejamos honestos, provavelmente pertence a James.

A única coisa que faz um deles afrouxar seu aperto é o som do tecido rasgando. A afeição de Louis por seu companheiro de soneca torna-o fraco e seu chefe deve ter percebido porque tira a coisa toda da sua mão, quase caindo com a força.

Louis tropeça para trás e suspira em derrota, no mesmo instante que bate o corpo no chão.

"Ow!" Louis o lançou um olhar. Ele o acusaria de assédio ou ataque, mas só estaria incriminando a si mesmo também (desde que foi há apenas três dias que ele amarrou todos os sapatos de James juntos e, em seguida, bateu-lhe duas vezes na bunda para desejar-lhe boa sorte para sua última gravação de a semana). Provavelmente não ajudou que a esposa dele estivesse presente para ambas as incidências.

"Continue lamentando-se, sim?" James rola seus olhos. "E levante-se. O briefing semanal começou há dois minutos, então estamos oficialmente atrasados."

"Quantas vezes devo te dizer isso? Você não pode estar atrasado para uma reunião quando é você quem organiza essa merda! Começa quando você diz que deve começar!" murmura Louis, ainda amargurado porque o anfitrião todo-poderoso do maior programa de televisão da noite, escolhe ter uma reunião às nove da manhã.

James apenas olha para ele, completamente antipático aos sentimentos de Louis e seu sensível horário de sono, o batendo no rosto com o travesseiro novamente. "Eu digo que começa agora. Levante-se ou eu arrasto você!"

É uma ameaça vazia, ou pelo menos Louis acha que é. James não tem exatamente aquele brilho suave em seus olhos que geralmente indica que ele está irritado de verdade.

"Tudo bem," Louis retrucou, "Mas eu quero café. Você se importaria, cara?"

A cabeça de James se inclina para um lado enquanto ele olha para Louis como se ele fosse uma piada cruel.

when it's late at night (portuguese version)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora