Capítulo 01 - Perturbações Noturnas

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  Talvez fosse por ter sido criado numa fazenda com seu pai treinador de cavalos, que Seiya sempre tinha o mesmo sonho. Desde criança sonhava cavalgando em um Pégaso, um alazão branco de crina lisa e reluzente, que diferente dos demais não apenas corria pelos campos verdejantes, mas também voava sobre eles.

 Mesmo quando chegou na adolescência e começou a ter sonhos sujos e quentes que lhe faziam melar a cueca, o Pégaso continuava a visita-lo, o que era bem esquisito, pois mesmo num sonho transar tendo um animal mitológico te encarando não era muito legal, principalmente se a garota do comercial de tinta de cabelo, que estava rebolando sobre a ereção do garoto, gemesse dizendo: “Me deixa cavalgar em você, Seiya”.

 Ele acordou dobrando os dedos dos pés e se retorcendo todo no meio de uma ejaculação não planejada, uma polução noturna. 

—Droga! Aconteceu de novo! —Reclamou Seiya. Não que gozar fosse ruim, mas ter que se levantar no meio da noite para lavar sua cueca, era um saco, sem trocadilhos com a palavra. 

Ele limpou seu órgão na já melada cueca, vestiu uma limpa e desceu as escadas para lavar a suja no banheiro do térreo, não arriscaria usar o de cima e ser descoberto pelos seus pais. No entanto quando descia foi surpreendido por vozes vindas da sala de estar. 

—Tem certeza disso, querido? 

—Vai ser melhor pra ele, o senhor Lido me garantiu que lá ele terá a melhor educação possível, e que ele se tornaria um grande homem. O Senhor Kido não poderá vir pessoalmente, mas delegou à um aluno vir buscar nosso filho e acompanha-lo. 

—Mas não sei se o Seiya vai gostar, um Colégio Interno... 

—Tenho certeza que ele vai gostar, ele é jovem deve contar os dias pra sair daqui. O Seiya merece ser mais do que um caipira nesse fim de mundo. 

Seiya voltou para seu quarto, enfiou a cueca melada em sua mochila e se deitou pensativo, até um tanto triste. Naquele dia estava tendo bem mais perturbações noturnas do que de praxe, acordar gozado já era algo corriqueiro, mas ouvir sobre seus pais mandá-lo embora era algo desconcertante. 

Chega de brigas com o Cassiu, de correr em cavalos velozes, de ordenhar vacas, falando em vacas, ia sentir saudades de uma chamada Saori, a ouvinte de seus problemas e confissões que nunca o julgara e sempre lhe dava um mugido de apoio. 

 Ele acabou adormecendo e no dia seguinte seu pai foi lhe dar a notícia de que já sabia, só que com mais detalhes. O Internato do Zodíaco era dirigido por Mitsumasa Kido, um velho amigo do seu pai que ele conhecera na Grécia, sua terra Natal. Ao meio dia uma carruagem viria buscá-lo. Uma parte dele queria chorar, outra estava verdadeiramente empolgada. 

Então juntos arrumaram sua mala, Seiya teve muito cuidado para sua cueca gozada não ser descoberta, ele se despediu dos animais da fazenda, especialmente da vaca Saori, se despedira de seus pais e mais rápido do que esperava a hora da partida chegou.

 A carruagem parou na porteira e eles foram receber o tal aluno do internato que viria buscá-lo. Seus cabelos eram castanhos claros, seus olhos imitavam a mesma coloração, seu sorriso era travesso, mas ao se dirigir aos país falou de forma polida. 

—Boa tarde senhores, Sou Jabú de Unicórnio. 

—Unicórnio? —Perguntou Seiya estranhando aquele sobrenome. 

—Todos no Internato do Zodíaco ganham o nome de uma constelação como codinome. 

—Que maneiro! 

O condutor da carruagem desceu para pegar as malas do Seiya que se despede de seus pais e entra no veículo. Ele acenou pela janela se despedindo de tudo que conhecia e teve um pensamento: “Será que o Pégaso dos meus sonhos vai me acompanhar no meu novo lar?” 

Internato do ZodíacoWhere stories live. Discover now