Lugar errado na hora errada

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Sana teve dificuldade em abrir o carro pois o lugar estava muito escuro atrapalhando completamente sua visão e ainda somado ao seu jeito desastrado só levou mais tempo ainda. Ela achou os sapatos de sua mãe e trancou o carro novamente.

Ela já estava na metade do caminho quando ouviu barulhos vindos do restaurante.

Pareciam tiros.

Muitos tiros.

Um sentimento ruim tomou conta de Sana e sem pensar duas vezes largou os sapatos e correu o mais rápido que pode rezando para que tivesse enganada, mas infelizmente algo dizia que ela não estava.

Quanto mais corria mais o desespero tomava conta, no meio do caminho os tiros cessaram lhe dando um pingo de esperança de que seus pais poderiam de alguma forma estar bem.

Quando chegou na porta do restaurante, ela caiu de joelhos. Todas as pessoas do restaurante estavam caidas no chão.

Mortas.

Foi um massacre e seus pais estavam no meio.

Sua cabeça deu um nó, ela não sabia o que pensar ou fazer ficou totalmente sem reação, apenas não conseguia assimilar o que via em sua frente.

"Mas espera eles podem estar bem não é mesmo? Podem estar escondidos em algum lugar, tenho que procurá-los" Disse a si mesma numa tentativa desesperda de se confortar e se recusando a acreditar que seus pais poderiam estar no meio daqueles corpos sem vida.

Ela começou a vasculhar os corpos, se sujando de sangue no processo mas não conseguia achar seus pais em lugar nenhum, procurou em todos os cantos do salão até em baixo das mesas mas não encontrou nada, o lugar estava lotado dificultando sua passagem, então ela seguiu para a cozinha, encontrou vários funcionários do lugar mortos, ela passou reto por eles com o olhar vidrado na porta dos fundos se agarrando no último pingo de esperança de que eles poderiam estar escondidos lá fora, vivos.

Mas o que ela encontrou ali foi apenas latas de lixo e um vazio imenso tanto no lugar quanto em seu peito.

Tzuyu estava carregando sua magnum dourada pela quinta vez, seu plano foi um sucesso não havia sobrado uma alma viva naquele restaurante, seus capangas estavam voltando para a van carregando uma garrafa de champagne e comemorando mais um trabalho feito.

Ou quase isso.

Ela ouviu um barulho de algo caindo e de vidro se despedaçando atrás dela. Provavelmente alguém que havia sobrevivido

_Ei seus imbecis, vocês deixaram alguém lá! - ela gritou mais nenhum de seus capangas que a essa altura já estavam bêbados escutou. 

_Se quer uma coisa bem feita faça você mesma - murmurou pra si mesma

Ela deu meia volta e pôs todos os seus sentidos em alerta. Se ela deixasse alguém vivo escapar, seria chamada de incompetente e viraria chacota pelas ruas da cidade, coisa que não poderia acontecer de jeito nenhum. Depois de alguns minutos de procura dentro do restaurante ela escutou outro barulho vindo da cozinha, apontou sua arma para a mesma e viu uma silhueta se mover, sem hesitar atirou várias vezes e a viu sumir no mesmo instante, deduzindo ter acertado seu alvo. E ela acertou.

A sua frente estava o corpo de um dos cozinheiros sem vida embaixo de uma enorme poça de sangue.

_Essa foi por pouco - ela pegou uma garrafa de champagne e deu um gole e apontou a mesma para o corpo como se estivesse brindando.

Então ela se virou e viu que havia uma menina atrás dela.

"Merda" pensou ela ficando paralisada logo em seguida

_Q-quem é você? - ela perguntou com a voz trêmula e vazia, Tzuyu até pensou que ela estivesse em transe, suas roupas estavam completamente sujas de sangue, lembrava até uma sobrevivente de um anime de apocalipse zumbi.

_Eu? Ninguém.

Ela se aproximou deixando Tzuyu mais nervosa ainda

_Eu ouvi...tiros...sim, muitos tiros e agora escutei alguns vindos daqui...?

_Espera a quanto tempo está aqui?

_Eu não sei, meus pais que estavam, eles disseram "sana vá buscar os sapatos de sua mãe"

_Olha eu não sei o que...

_Você viu algo? Você viu meus pais? Eles estavam aqui a algum tempo atrás

Tzuyu percebeu que a garota não estava em seu estado normal, provavelmente abalada demais pra pensar nas coisas que estava dizendo. Era definitivamente digno de pena. Mas espera, ela estava com pena daquela menina? Ela mesma era a culpada daquele massacre por que diabos ela estava sentido pena dela?

_Eu não sei...- ela desviou o olhar tentando não piorar as coisas

Sana se aproximou mais e fez algo que Tzuyu nunca imaginava que fosse acontecer.

Ela a abraçou o mais forte que podia e começou a chorar, como se Tzuyu fosse a um conforto, uma âncora, uma luz no fundo do poço mas que na verdade era totalmente o contrário. Ela deixou a arma cair no chão em choque, ninguém nunca havia lhe abraçado dessa maneira em toda sua vida.

Como se não bastasse um abraço inesperado, Sana olhou no fundo dos olhos dela como se pedisse socorro

_Por favor me ajude a encontrá-los...

A mente de Tzuyu deu um nó e começou a sentir um desespero enorme crescendo dentro dela.

_Chefa! Você está ai? - uma voz maculina foi escutada vindo do salão

"Oh merda não tinha hora pior para esses inúteis aparecerem?" pensou

_Quem são...? - Tzuyu não deixou sana terminar e rapidamente se desvencilhou dos braços dela e lhe deu uma coronhada na cabeça fazendo a garota desmaiar em seus braços. Em um ato impensado ela pegou sana no colo e a escondeu dentro de uma lata de lixo.

_Chefa? - um dos brutamontes entrou na cozinha

_Sim? - Tzuyu tentou agir com naturalidade

_Porque voltou?

_Vocês idiotas deixaram um cara vivo, tive que terminar o serviço eu mesma.

_Desculpe por isso, não vai acontecer novamente

_Que seja, podem ir na frente já estou indo...

Tzuyu esperou ter certeza de que o homem havia ido embora para pegar seu celular e discar um número.

_Você vai se arrepender disso sua idiota - tentou em vão se impedir de fazer a maior besteira de toda sua vida.

_Serviço de emergência, posso ajudar? - disse uma voz feminina do outro lado da linha 

_Sim, estou pedindo ajuda, o restaurante da zona sul da cidade foi assaltado houve muitas mortes por favor venham rápido

_Sim a emergência já está a caminho, qual o seu nome por favor?

Tzuyu lembrou que a garota havia mencionado um nome anteriormente que provavelmente seria o dela

_Meu nome é Sana, por favor venham rápido estou escondida na cozinha dentro da lata de lixo.

Ela desligou o celular sem esperar uma resposta e o jogou no chão pisando em cima dele para evitar que de alguma forma rastreassem

_Inferno de garota

Ela correu alcançando seus capangas e os apressando para que saissem o mais rapido possivel do local antes que a polícia e a ambulância chegassem.

Psycho Love (SaTzu)Where stories live. Discover now