Jorge volta ao trabalho

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Não tinha mais como pedir mais licença para curtir o meu filho, agora quem iria acompanhar Aline até o hospital seria Maria de Lourdes, assim ela não iria andar sozinha, me despedi da minha esposa e segui para o centro da cidade que não era longe, ainda bem, só levava 40 minutos de onde estávamos, pelo transito e comecei a achar que seria melhor ir de metrô já que as estações eram perto, bom, pensaria nisso depois.

minha assistente e minha datilografa eram mais velhos que eu, mas um amores, Antonieta tem 56 anos e faz aquele trabalho de escrevente a mais de 27 anos, mãe e avó me deu várias dicas boas para cuidar do Pedro e curtir meu filho, já minha assistente, Joana era mais calada e desconfio que não gosta de mim.

Antes do almoço recebi uma mensagem nada comum, Adriano estava no centro da cidade e me chamava para o almoço, me passou o endereço e as 12:13 estava no restaurante na praça da Sé, nos abraçamos calorosamente, estava com saudades do meu amigo e era bom que agora éramos apenas amigos e não cunhados, "sim, sei que infantil da minha parte, mas não gostava daquele namoro entre minha irmã e ele".

- Como você está, hummm... terno caro! - Disse Adriano me olhando.

- Juiz... Não dá para vir de qualquer jeito. - Nos sentamos.

- Falei com o Bruno e ele me contou a novidade...

Sorri animado.

- Ele contou?

- Contou... Então foi por isso que se casaram tão rápido, estavam escondendo a gravides.

- Pior que não... O casamento foi rápido por que tinha que ser assim... - Olhei para Adriano. - Aline na verdade não podia ter filhos, ela não tem o Útero... Ah!...Sei lá como é esse negócio, ela sabe explicar melhor, mas ela tinha os ovários e uma das trompas e o Pedro foi gerado no colo, contrariando todas as expectativas de sobrevida do bebê e da mãe... - Respirei fundo passando a mão no rosto ainda atordoado. - Quase perdi a Aline, a minha sorte que estava subindo a Vergueiro, eu não vi mais nada, só sei que entrei na contra mão da rua do Hospital, quase provoquei um acidente, mas consegui chegar a tempo, Aline chegou desmaiada, sangrando muito, tive que mandar lavar o banco do carro, mas o Pedro está crescendo e ganhando peso, isso que é importante.

- Meus parabéns... Você e a Aline não vão um casal nada comum.

Demos risadas e mostrei a foto do Pedro, pela cara de Adriano percebi que ele o achou muito pequeno, mas isso iria mudar com o tempo, meu filho ficaria lindo e robusto.

Deixamos de lado assunto bebê e seguimos para o de Renata.

- Renata já partiu? - Perguntou Adriano me olhando enquanto comia.

Peguei o guardanapo, limpei a boca e o olhei.

- Se arrependeu?

- Não é isso, Jorge. - Ele me olhou chateado. - Eu amo a sua irmã, mas o que ela quer, convenhamos, não dá para ficarmos juntos e namorar por telefone.

- E convenhamos que ela só tem 17 anos e que não pode parar a vida dela e os planos dela por que você quer.

- Você é duro na queda em?! - Disse ele - Achei que entenderia o que acontece comigo.

- E eu entendo Adriano, mas vocês são totalmente o oposto... - O encarei. - Você tem a sua vida ganha, tem seu próprio negócio, fez universidade, já viajou pra caralho, já aprontou também... Não é justo você querer prender a Renata no seu mundo e faze-la curtir apenas o que você quer, ela é jovem, e se não deixar ela fazer o que ela quer, o relacionamento de vocês iria ser um desastre, por que a Renata é madura demais para a idade dela, mas não viveu nada... - O encarei novamente. - De um tempo, deixe a ir.

- E ela vai ficar com aquele tio de vocês?

- Ele não é bem um tio, nós chamamos ele assim por que conhecemos ele a muitos anos. - Sorri. - É... Ela vai ficar com eles no Canadá e depois vai para a universidade.

Adriano começou a rir.

- Será que aquela gata ainda está solteira?

- Quem?... A filha do coronel? - Dei risada. - Eu não sei, a ultima vez que nos vimos foi antes dos pais dela irem embora.

- Será que ela vai contar para a Renata do que aconteceu entre vocês... E pelo que vi no casamento o seu primo te perdoou.

- Ah... Ele entendeu que não foi por querer... Aconteceu, e ele foi um tremendo panaca, como deixa a namorada ou rolo, sei lá como devia chamar na época o que eles viviam... Mas ele foi tonto demais em deixa-la no hotel pra sair esquiando com os caras e voltar só quando tá escurecendo... - Sorri me lembrando a época. - Tracei mesmo, um mulherão daquele, fogosa, gostosa, cheia de amor pra dar,  não pensei duas vezes, mas esse tempo já passou, já não me interessa, se a Renata souber, só espero que ela não conte para a Aline, por que quero ir ano que vem para Orlando com ela e o Pedro e quem sabe até Nova York pra Aline conhecer, dá de trombar com a Amber por lá, não quero ver caras e bocas e espero que ela esteja casada.

- Cara... Você foi o único que mais se divertiu naquele resort... - Adriano fez um bico.

- Pode parar, você também se divertiu.

- Mas eu não fui expulso.

- É... Tem razão.

O Inquilino 2Onde histórias criam vida. Descubra agora