Alex se vê sozinho mais uma vez

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Estacionei o carro em frente ao prédio de Aline, Duda já tinha soltado o cinto de segurança e estava colocando sua pequena mochila nas costas para ir dormir no apartamento da tia Aline.

- Duda... Não é para ficar gritando ou falando alto, tem o priminho novo.

- Tá bom papai. - Duda Sorriu mostrando todos os seus dentinhos.

- Então vamos lá. - Abri a porta e Duda desceu logo em seguida, pulando o bando para não perder tempo. - Ha!... Duda... Já disse que tem porta traseira para você descer.

Discupa! - Disse ela agarrando minhas pernas, dei risada.

Entramos e subimos para o apartamento, Jorge foi o que me atendeu.

- Oi Baixinha! - Disse Jorge abrindo a porta para nós.

- Oi Jorge... Boa noite. - Apertamos as mãos. - Cadê a Aline?

- Boa noite... - Jorge deu passagem para nós. - Ela está no banho, aproveitando que o Pedro está dormindo.

- Eu não vou me demorar.

- Sem problemas, eu digo a ela que você deixou um beijo. e não se preocupe com a Duda... Ela vai ficar bem, qualquer coisa nós te ligamos.

- Perfeito, Obrigado - Nos abraçamos. - Duda!... Papai está indo.

- Tchau pai! - Duda abana a mão lá da sala grudada no vidro olhando para os cães, tive que rir e fui embora.

Desci correndo, agora era a hora de ir pegar Ticiane e ir para a festa, liguei o carro e segui para o endereço, parei e puxei o celular para avisar que estava na porta, mas ao abrir o watsapp, vejo a mensagem de Ticiane cancelando nosso encontro, fechei os olhos ao ler, ela estava com o NAMORADO, então agora era oficial, Ticiane estava namorando com o surfista e eu perdi a oportunidade de ser feliz, desliguei o carro, tirei a gravata jogando no banco ao lado e corei de tristeza, só me restava uma coisa, ir para casa e sufocar minha solidão e tristeza.

Só que minha paz não demorou muito tempo, ao chegar em casa e mal me sentar no apoltrona, meu celular toca novamente, pensei em não atender, mas era numero desconhecido.

- Alô! - Disse desanimado.

- Sr. Alexandre Viana?

- Sim... Quem é?

- Somos do hospital das Clinicas, A Sra. Patrícia Viana nos deu esse numero para entrar em contato, O motivo pelo meu contado Sr. Viana é que precisa vir para cá com urgência.

- Aconteceu alguma coisa grave? - Me levantei.

- Não sei informar, mas pediram para que o senhor compareça com urgência.

- Se é com urgência é por que é grave.

- Eu não sei informar.

- Está bem, estou indo. - Peguei a chave do carro, a carteira e segui para o Hospital.

Horas depois de muito esperar, tive a informação que precisava, Patrícia sofreu um grave acidente, ela e o namorado foram retirados com vida, mas ao cegar no hospital, Patrícia entrou em choque por hemorragia interna, e o rapaz foi quinze minutos depois.

Estava viúvo agora, não tivemos tempo para assinar o divórcio. Saí para fora do Hospital, olhei para o céu e corei mais uma vez, minha fila tinha perdido a mãe, e eu não podia dizer que não tive sentimentos por Patrícia, ela era uma pessoa divertida quando queria ser, e tivemos nossos momentos felizes, foi uma perda para a minha menina, puxei o celular e liguei para Aline. 

Eu já estava quase pegando no sono no sofá da sala, Duda dormia com a cabeça apoiada em meu colo e os pés no de Jorge. A pequena tinha muita energia. Meu celular começou a tocar na mesa de centro e Jorge o apanhou pra mim e eu atendi depressa para o barulho não acordar as crianças.

Encarei o visor e uma foto do Alexandre abraçado e mim estava em destaque. Era o meu irmão.

- Que merda você quer, Alexandre? A Duda e o Pedro acabaram de dormir e deu muito trabalho. -Jorge ria da minha expressão. - Sua filha está bem, se é o que quer saber.

- Aline... - Disse fungando. - A Patrícia sofreu um acidente... Estou no hospital... - Caí em prantos. - Ela morreu!!!

Fiquei sem reação apenas encarando o nada, olhei para a Dudinha em meu colo e só consegui pensar que agora ela estava órfã.

- Você precisa de alguma coisa? - Ouvi Alexandre soluçando do outro lado e tive a mesma vontade de chorar, mas engoli o choro, não queria me alarmar. Como ele não respondeu, refiz a pergunta. - Mano, você quer que eu faço algo?

- O que está acontecendo? - Perguntei pegando o celular das mãos de Aline. - Alex!?... O que aconteceu? - Me levantei dando distancia e corri para o quarto para trocar de roupa. - Estou indo aí para te ajudar... Me espere. - Abri o guarda roupa... Puxando uma calça e uma camisa. - Aline... Vou para o Hospital, eu te ligo de lá... - Disse pulando nas pernas pondo a calça e falando da porta do quarto.

-Tá bom! - Ajeitei Duda no meu colo e me levantei com ela a levando para o quarto de Pedro, coloquei-a na cama e beijei seus cabelos- Durma bem, minha menina!- eu só pensava na tristeza que ela ia sentir dali pra frente. - A tia Aline cuida de você- me levantei e voltei para a sala, Jorge terminava de fechar a camisa. - Amor, isso é horrível!

- Eu nem sei o que dizer, seu irmão estava tão feliz quando passu aqui. - Olhei para Aline. - Não me espere... Descanse que daqui a pouco o Pedro vai acordar...  - Puxei Aline e dei um beijo nela. - Te ligo!... agora vá dormir.

-Como eu posso dormir depois de uma tragédia dessas, Jorge?- falei baixo. - Nós não éramos mais amigas, mas ela era a mãe da minha sobrinha! Isso é um pesadelo!

- Eu sei... Eu sei... - Abracei Aline. - use sua psicologia para contar a ela, acho que sei irmão não será a melhor opção para isso. - A olhei. - mas tente pelo menos descansar.

Peguei a chave do carro de Aline.

- Vou com o seu, o meu está com pouca gasolina, não sei se acho posto aberto.

- Amor, eu não posso contar pra ela! - Senti as lágrimas queimarem a minha face, eu só me lembrava de quando o meu pai morreu e o Alexandre quem teve que me contar porque mamãe não teve forças- Eu vou deixá-la dormir e falar com ela de manhã, tudo bem? -busquei sua mão

Tudo bem... Tudo bem! - Dei um beijo rápido. - Se não conseguir, me espere, eu conto para ela, melhor assim!?

- Nós contamos juntos! Cuida do Alexandre, tá?

- Pode deixar! - Pisquei para Aline e saí para ajudar meu cunhado.

- Amor, cuidado nessas estradas! - Disse assim que ele saiu, mas não sei se me ouviu, passei pelo quarto, observei minhas crianças dormirem e segui para o meu.

 

O Inquilino 2Onde histórias criam vida. Descubra agora