Capítulo 73 - Eduardo/Luma

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     Não sei se demorei muito pra tomar banho, mas quando sai do banheiro ela estava dormindo na minha cama junto com a Maitte. Ela é tão linda dormindo, a cena mais bonita que já vi! O que é os quadros de Picasso comparado a beleza dela e da Maitte? Não eram nada!

      Não quis acorda-las, fui até meu closet troquei de roupa e desci. Não esperava ninguém, mas quando cheguei a sala de jantar minha família toda estava lá, até o Matthew.

      - Boa noite - cumprimentei todos - o que fazem aqui?

      - Viemos ver a Luma - minha mãe disse.

      - Mas não já fizeram isso? - perguntei.

      - Sim! - minha avó respondeu - mas viemos de novo. Onde ela está?

      - Não será possível.

      - Por que? Já expulsou ela de novo? - o Matthew perguntou.

      - Ela está dormindo - falei encarando ele com uma cara não muito boa.

      - Depois vou subir pra vê-la.

      - Não vai acorda-la - falei - pode voltar amanhã.

      - Eu nã...

      - Ele vai voltar amanhã - minha irmã falou - agora vamos comer, estou morrendo de fome.

      O jantar transcorreu tranquilamente, todos conversando, contando novidades, só o Matthew que ficou calado. Depois que todos foram embora subi pro meu quarto, estava cansado e com muito sono, mas ai lembrei que a Luma estava dormindo na minha cama. Entrei no quarto em silêncio, fui até o closet e troquei de roupa, antes de sair do quarto eu coloquei ela deitada direito,  coloquei alguns travesseiros em volta da Maitte, cobri as duas e fui dormir em outro quarto.

      Acordei cedo e fui até o meu quarto, a Luma ainda dormia, mas não estava nem um pouco do jeito que eu a coloquei a noite! Estava deitada de cabeça pra baixo e a cabeça pra fora da cama. Sorri da cena, arrumei ela na cama de novo e fui tomar um banho, me arrumei e quando estava saindo do quarto ouvi os resmungos da Maitte, voltei e rapidamente a peguei.

      - Está querendo acordar a mamãe, meu amor? - perguntei.

      - Mamã.

      - Vai ficar só falando mamãe? Papai vai ficar triste e chorar - falei fingindo triste.

      - Mamã - ela falou batendo palminhas - mamã.

      - Desisto - falei - você não vai falar papai de novo tão cedo.

      - Papa - ela falou sorrindo pra mim.

      - Você está fazendo hora com a minha cara - falei e o sorriso dela se alargou mais ainda - e ainda ri.

      - Papa.

      - Agora vai ficar falando toda hora?

      - Papa.

      - É, você vai mesmo ficar falando papai - conclui.

      Tomei meu café da manhã enquanto a Heloisa dava mamadeira a Maitte, depois fui pra empresa.

Luma

      Acordei assustada, o Eduardo está demorando tanto que eu até coxilei, olhei pra cama e percebi que a Maitte não estava deitada, me levantei correndo e comecei a procurar por ela. Desci as escadas desesperada, ela não estava em lugar nenhum, nenhum mesmo. Cheguei a cozinha e quando vi a Helo com a Maitte senti um alívio enorme. Então só ai percebi que estava de dia.

      - Já amanheceu?!

      - Já são dez horas - a Mari falou sorrindo.

      - Dez horas? Eu dormi tanto assim?

      - Sim! Vai comer agora ou vai esperar o almoço? - a Mari perguntou.

      - Dez horas - falei passando as mãos no rosto - por que será que eu dormi tanto assim?

      - Vai comer agora ou não?

      - Não, vou esperar o almoço.

      - Então come uma fruta pelo menos - a Cida me entregou uma maçã.

      - Obrigada - dei uma mordida - ainda não acredito que dormi esse tempo todo.

      - Você devia estar muito cansada - a Helo falou - imagino que descansou bastante.

      - Realmente - falei e mordi outro pedaço.

      - Papa - a Maitte balbuciou.

      - Cadê? - perguntei com a boca cheia e me virando bruscamente para porta.

      - Não - a Helo falou sorrindo - ela está falando isso desde que acordou! Parece um disco arranhado. Né Maitte.

      - Papa.

      - O Eduardo vai ficar muito feliz com isso.

      - Ele está! Saiu daqui com um sorriso enorme - a Cida falou.

      - Gente, uma coisa que quero saber desde que cheguei. Onde está aquela secretária que ocupou meu lugar e a Jhenna?

      - A Virgínia tirou licença pra visitar a mãe que está doente, pelo menos foi isso que ela inventou pro Eduardo, e a Jhenna não sabemos, faz alguns dias que ela não aparece.

      - Ata. Bem que ela não podia aparecer enquanto estou aqui.

      - Por falar na sua estadia, quanto tempo vai ficar? - a Mari perguntou.

      - Vou embora depois da festa.

      - Por que? - a Helo perguntou.

      - Você podia voltar a morar aqui - a Cida falou.

      - Meus pais me deixaram ficar só uma semana - expliquei - e tem a faculdade, vou me matricular assim que voltar, sem contar com a minha irmã que está internada em um estado delicado.

      - Nesse caso é melhor você ficar só uma semana mesmo - a Helo falou - mas quando for embora sentiremos muito a sua falta.

      - Eu também vou! Vocês são muito especiais pra mim - falei.

      Depois do almoço resolvi ir comprar algumas roupas pra Maitte, as roupas que ela tinha já estavam pequenas. Arrumei ela, me arrumei e saímos. Cheguei na loja e comprei tudo que a Maitte precisava, sai da loja já era duas da tarde, então pedi ao Joaquim que nos levasse até uma lanchonete, depois fomos pra casa.

      Já estávamos chegando na entrada do condomínio que o Eduardo morava quando vi que tinha um carro vindo atrás, até ai não me importei, só até ver que vinha outro carro em alta velocidade na contra mão. Olhei pra trás e vi que o carro de trás acelerava em nossa direção. Só deu tempo de pegar a Maitte no colo e abaixar.

      Por um milagre não aconteceu nada comigo, a Maitte e o Joaquim, mas ficamos presos as ferragens. Quase uma hora depois o resgate chegou e nos levou ao hospital.

      Se tem um lugar que eu tomei pavor, esse lugar é hospital! E eu tive que ficar lá até quase oito da noite, fazendo exames pra provar que estava bem, porque óbvio, eles não acreditaram na minha palavra, o que está totalmente correto. Depois fui interrogada sobre o acidente, que pelo que parece foi proposital, já que fugiram depois. Tô até imaginando o que vai acontecer quando meu pai souber disso.

      E falando em pai, não estou mais aguentando a Maitte falando papa o dia inteiro, desde que saímos da casa do Eduardo, tudo que ela fala é papa. Eu não mereço isso.

      Depois da interrogação os policiais nos levaram até metade do caminho, quando estava chegando perto do condomínio que o Eduardo morava chamei um uber, não queria que os seguranças da casa dele nos visse chegando em um carro da polícia e contasse pra ele.

      Cheguei e fui direto pro quarto, dei um banho na Maitte e tomei um também. Desci até a cozinha, preparei a mamadeira e fui com ela até a sala de TV.

A Esperança ✔Where stories live. Discover now