Capítulo 74 - Eduardo

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      Cheguei em casa e fui direto pro banheiro. Depois de tomar um banho fui atrás das minhas garotas, mas não achava elas em lugar nenhum.

 
      - Marina, onde está a Luma e a Maitte? - perguntei assim que entrei na cozinha.

      - Elas estão na sala de TV - o único lugar que eu não procurei.

      - Obrigado Marina.

      Fui até a sala de TV e encontrei a Luma deitada com a Maitte no tapete brincando com uma coisa indecifrável. Me aproximei silenciosamente, mas quando estava chegando perto do sofá a Luma se levantou e me encarou com o semblante muito sério.

      - O que você fez com a Maitte?

      - Eu? - perguntei olhando pros lados.

      - Sim, Você!

      - Eu não faço idéia do que você está falando.

      - Não se faça de bobo.

      - Está bem! Então o que eu supostamente fiz?

      - Não sei...

      - Não sabe - a interrompi - como está me acusando de algo que você não sabe?

      - Não é que eu não saiba! É só que eu não sei explicar. É confuso.

      - Tente explicar do seu jeito, tenho o tempo que for preciso só pra te ouvir.

      - Você fez lavagem cerebral na Maitte? - ela perguntou por fim.

      - O que? O que faz você pensar que eu fiz uma coisa dessas?

      - Ela não parou de chamar por você o dia inteiro! Já não estou aguentando mais ela falando papa.

      - Está com ciúmes? - perguntei dando um sorrisinho.

      - Não - ela falou virando o rosto - só estou querendo saber o que aconteceu.

      - Sei - falei rodeando a cintura dela - eu também não sei o porque dela ficar me chamando.

      - Ela deve estar está testando a fala então. Como foi o seu dia? - ela perguntou se disvencilhando de mim e se sentando no sofá.

      - Normal - falei me sentando ao seu lado e passando o braço por cima de sua cabeça.

      - O que você fez? 

      - Trabalhei - respondi.
 
      - Simplifique.

      - Pela manhã analisei alguns contratos e a tarde tive algumas reuniões.

      - E o almoço?

      - Não almocei.

      - Não pode ficar sem comer Eduardo. Você não pensa na sua saúde?! - ela falou se levantando.

      - Olha quem fala.

      - É sério Eduardo - ela falou me fitando.

      - Está bem, vou me lembrar disso. Agora me conta, o que fez o dia todo?

      - Compras.

      - Sério? - perguntei surpreso.

      - O que há demais nisso? Por que ficou surpreso?

      - Achei que não gostasse.

      - Não é que eu não goste, é só que não gosto - ri disso - e as coisas que comprei não foi pra mim, foi pra Maitte.

      - Por que? Ela já tem muita coisa!

      - Porque o irresponsável do pai dela não percebeu que quase todas as roupas não servem mais. Mas não conta isso pra ele tá?!

      - Palhaça.

      - Não gosto de palhaço mas obrigado. Sei que sou engraçada.

      - Você anda bem comunicativa, vamos dizer assim, o que aconteceu?

      - Nada, só estou feliz.

      - Posso até imaginar o motivo da sua felicidade.

      - E o que seria? - ela me encarou por alguns milésimos de segundos.

      - Eu é óbvio.

      - E depois eu sou a palhaça - ela sorriu me fazendo sorrir também.

      - Por que cortou o cabelo? - perguntei me aconchegando mais no sofá e passando a mão nos cabelos dela.

      - Eu quis - ela respondeu evitando me olhar.

      - Ata. Agora me fala a verdade.

      - E por que você acha que eu estou mentindo?

      - Eu te conheço, sei que está! - afirmei.

      - Foi por causa da Lua - ela falou minutos depois - o cabelo dela caiu muito e teve que cortar metade do que sobrou, agora ela está igual um menino, palavras dela. Ela até diz que não se importava, mas eu via a carinha dela toda vez que me via, ela achava que eu não via, mas eu via ela olhando pro meu cabelo com tristeza no rosto. Então mesmo gostando do meu cabelo decidi corta-lo.

     - Muito bonita sua atitude - falei brincando com seu cabelo.

      - Eu sei, todas elas são - ela brincou.

      - Convencida - falei.

      Depois disso ficamos calados olhando pra TV, estava passando um filme de ação, um gênero que eu gosto muito particularmente, mas não estava prestando atenção, estava mais interessado em saber o que eu ia fazer quando a Jhenna resolvesse dar as caras e a barriga dela já estava bem visível.

      - Você mandou escrever o nome dela errado - a Luma falou me tirando dos meus pensamentos.

      - Hãn?

      - O nome dela no convite está escrito errado! Não é Maitte com acento circunflexo e faltou um t.

      - Sério? - não acredito que errei.

      - Não sabe como se escreve o nome da própria filha - ela balançou a cabeça negativamente - ela vai saber disso futuramente.

      - Para de graça - falei enquanto pegava a Maitte que dormia no tapete - ela não vai saber de nada.

      - Vou guardar o convite como prova ainda.

      - Você é bem malvada - falei.

      - Sou um amorzinho.

      Pouco tempo depois ela já estava dormindo. Levei a Maitte pro quarto, depois voltei, a peguei no colo e a levei pro quarto dela. Fui pro meu quarto fazendo uma anotação mental de coisas que teria que fazer amanhã, dentre elas ligar para empresa que contratei para decoração e buffet do aniversário da Maitte e avisar sobre o nome dela. Eu não precisava fazer isso, mas estou sem secretaria, na verdade depois que a Luma parou de trabalhar pra mim, eu sempre estou sem secretaria, a Virgínia quase não trabalha, sempre tem algum problema e precisa se ausentar. Ela está me dando muito prejuízo, é uma inútil. Mas pensando bem, eu posso pedir pra Amanda fazer isso por mim, afinal ela também é minha secretária. Esta resolvido.

A Esperança ✔Where stories live. Discover now