Capítulo XX - Pra que sair pra Dançar?

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Acordamos tarde, já descemos quase na hora do almoço, quando entramos na cozinha, meu estomago roncou, o cheiro tava incrível, nossos avós estavam na cidade, e os meninos chegaram logo depois que nós, pela cara a noite deles também foi longa.

A tia Rosa já tinha coisinhas preparadas pra nós, mas não nos deixou beliscar muito, pois se não, a comida dela ia sobrar. Depois do café fomos olhar a fazendo, os meninos queriam olhar os cavalos.

As cocheiras não eram muito longe, mas vou confessar pra vocês, eu não tava conseguindo andar direto, muito menos sentar, não era uma dor, mas era um desconforto na bunda mesmo, o Léo disse que depois acostuma, cara não sei não, ele ficava só me olhando e rindo, a noite ele vai ver vou deixar ele uma semana sem sentar.

Quando voltamos para o almoço os nossos avós já estavam em casa, e os meninos com planos de andar a cavalo, claro que eu não ia por motivo óbvios, ainda mais que a noite iriamos sair pra balada.

O almoço foi maravilhoso, a Rosa não sabia mais o que fazer pra nos agradar, depois do almoço os meninos subiram pra descansar e nós fomos pra beira da piscina conversar um pouco e curtir Vô Breno e Vó Maria, durante o almoço ele disse que precisava falar comigo, o que será que eu fiz dessa vez?

Fiquei apreensivo, mas ele tava com uma cara tranquila.

Sentamos em uns sofás enormes que tem lá, vó Maria chegou com cafezinho, e conversamos um pouco sobre a fazenda, vô Breno para e olha pra mim.

- Guilherme precisamos conversar sobre algumas coisas referentes aos bens da tua mãe e teus é claro. – Eu não tava entendendo. –

- Nunca pensei muito nisso não vô. – nunca tinha pensado mesmo -

- Eu sei querido, a tua mãe nunca quis te incomodar com esses assuntos tu era muito novo, mas agora tu é mais velho e tem coisas que tu precisa saber, eu e minha velha estarmos em Porto Alegre no fim de semana não foi acaso, estávamos lá para conversar com ela sobre isso.

- O Sr. Vovô? - Meu Léo perguntou. -

- Bem, vocês nunca souberem, mas vocês se conhecerem não é bem uma coincidência, iria acontecer mais cedo ou mais tarde, claro que vocês sabem que eu conhecia o avô do Guilherme não é?

- Sim vô Breno, mas eu era criança quando ele faleceu....- falei, a minha avó tinha morrido alguns anos antes, -

- É verdade foi um dia muito triste para nós, mas acho melhor contar algumas coisas, para que vocês entendam onde quero chegar, nuca falamos sobre isso por que nunca nos pareceu importante, queríamos que vocês seguissem com a vida de vocês do jeito que queriam.

- Eu e teu avô Guilherme, fomos amigos durante muitos anos, nos conhecemos na faculdade, e mesmo depois quando ele foi morar em São Paulo, nunca perdemos o contato, tanto que estávamos no casamento de tua, mãe. As mães de vocês ficaram amigas naquela época, e conversavam a distância.

- Fiquei surpreso quando o teu avo Guilherme pediu que fossemos a São Paulo, ele queria conversar comigo e como tínhamos vários negócios em comum, não achei estranho. Enfim ele estava preocupado com a tua mãe, tu já havia nascido e teu avô não gostava do teu pai, achava ele agressivo e pediu minha opinião.

- Bem na época, eu era digamos um pouco mais, chucro (agressivo), e falei pro teu avo que eu resolveria isso, ele ficou mais calmo, e conversamos sobre questões referentes, a ti, que era uma criança ainda, e ele me pediu para que ficasse sempre de olho na tua vida e se tu precisasse de algo e ele não estivesse por perto que eu estaria autorizado a resolver qualquer questão, já que ele para não atrapalha a vida da filha, ficaria só observando.

Desencontros - O outro lado do amorWhere stories live. Discover now