Nirvana ➳ Kurt Cobain

feminismo e homossexualidade

"Tenho que falar das coisas que me deixam puto, se parecer chato ou pregador que se foda. Ninguém vai me calar."

De acordo com o livro: Kurt Cobain - A construção do mito, escrito por Charles R. Cross; à medida que o sucesso foi chegando aos palcos do Nirvana, Kurt começou a se sentir muito mal com a perda do controle sobre sua música, especialmente quando ficou sabendo que seu som era curtido por homofóbicos e machistas, e que uma menina havia sido estuprada na cidade de Reno, por dois homens.

A solução que ele encontrou foi usar toda essa atenção que a banda estava recebendo da mídia para falar de assuntos que importavam pra ele, e assim passou a abordar temas como feminismo, racismo, intolerância e fanatismo em quase todas as suas entrevistas.

Cross cita o encarte do Incesticide (uma coletânea de Lados B) como um dos pontos altos dessa faceta ativista de Kurt. Nele, Kurt tentava escolher seu público, dizendo:

   [ "Se algum de vocês, por qualquer motivo, detesta os homossexuais, as pessoas de outra cor, ou as mulheres, por favor, nos faça uma gentileza: deixe-nos em paz. Não apareça nos nossos shows e não compre os nossos discos." ]

Cobain fez amizade com um aluno homossexual na escola, às vezes sofrendo bullying de estudantes homofóbicos que concluíam que Cobain também era gay. Em uma entrevista, Kurt disse que gostava de ser associado a uma identidade homossexual, porque ele não gostava de pessoas, e as pessoas, uma vez acreditando que ele era gay, o deixavam em paz. Ele disse: "Eu comecei a ficar orgulhoso com o fato de ser gay, mesmo não o sendo". Seu amigo, uma vez, tentou beijá-lo, mas Kurt se esquivou e disse que não era, mas que continuaria a ser seu amigo. Em uma entrevista de 1993 para a revista LGBT The Advocate, Cobain afirmou que ele era gay "em espírito" e que "provavelmente poderia ser bissexual se não fosse casado".

No diário ele dá conselhos preciosos, como num trecho em que se dirige "aos meninos" e os lembra que seus tios e pais não precisam ser modelos de masculinidade, que eles não devem comprar esse papo de que são fortões e superiores às mulheres, que precisam humilhar os amigos mais fracos pra se sobressair.

"É como Kathleen disse sobre como nas escolas tinham aulas que você ia e ensinavam garotas a se prepararem para o estupro, e quando você olhava para o lado de fora e via os estupradores jogando futebol, você diria 'Eles é que deveriam estar aqui sendo ensinados a não estuprar', como isso é verdade?"

"Primeiro passo para os garotos: Lembre que seus irmãos mais velhos, primos, tios e seus pais não são seus modelos. Isso significa que você não faz o que eles dizem. Eles vêm de um tempo onde os modelos deles diziam para os filhos serem maus com garotas, para pensar em si mesmos como melhores, mais fortes e mais espertos que elas. Eles também ensinavam coisas como: Você vai crescer forte, e vai agir como um durão e brigar com garotos que são vistos como Nerds ou Geeks..."

[ Um dos desenhos mais famosos presentes no documentário Montage Of Heck, retirado do livro Journals ]

Senhor Bigode

" - Meu filho! Ele vai ser muito homem. Ouça o poder nestas pequenas pernas fortes! Ele vai ser um jogador de futebol."

" - Esse garoto, é melhor não ser uma garotinha. Eu o quero honesto, que trabalhe duro,
judeu, hispânico, que odeie negros e bichas, 100% macho americano! Eu vou ensiná-lo a trabalhar em carros e a explorar mulheres."

" - Ahh, escute aqueles pontapés fortes."

PONTAPÉ*

Toda essa essência e luta, é sentida até os dias atuais, Kurt influenciou muitas pessoas a expandirem seus horizontes, incentivou as mulheres no Rock N' Roll, e alterou o cenário a sua volta, com seu estilo de ser e pensar.

[ Paz, amor e empatia para sempre ]