Um começo

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A noite caiu e eu estava cansada de mais para continuar. Estacionei em um acostamento longe de postos e de cidades. E tentei dormir ali. Eu achei que os sonhos que geralmente tenho não iriam deixar mais eu estava tão cansada que eu apaguei. Acordei no meio da noite com um uivo constante e irritante, ainda estava de noite, mais eu já não tinha mais sono. Continuei...

Depois de horas e horas cheguei ao meu destino na cidade de Lancaster, era melhor do que a ultima cidade, sem industrias, um lago e a vizinhança era pequena e calma pelo meu ver. Mas vi uma frota bem grande de caminhão perto do porto. Muitos policias faziam a escolta, e eu senti minha mãos se enrijecerem em volta do volante. Acelerei e procurei por algo como ponto de referencia, no centro da cidade tinha uma igreja e um relógio que marcava 17:45. Rodei a cidade procurando por algo que indicava um lugar pra passar a noite e encontrei "Pensão dos Melot". A placa brilhava com letras de neon, o que eu achei bem exagerado, já que a pensão era simples. Entrei e o sininho da porta tocou, uma senhora logo apareceu e logo pegou uma caneta. Me aproximei e olhei dentro de seus olhos negros como a noite, agora eram como os de uma criança assustada, ela pegou uma chave e me deu, era como se eu entrasse na cabeça dela e a forçasse a fazer o que eu queria sem dizer uma palavra. Subi as escadas correndo procurando pela porta numero 6. Entrei e o por do sol batia na minha janela que se dividia em quatro. Tirei toda a roupa suja e entrei no banheiro, lavei o cabelo com sabonete mesmo e deixei todo suor, dor e sujeira ir embora pelo ralo, as únicas coisas que não iam eram os hematomas, e meu corte que já estava totalmente curado, sem nenhuma cicatriz. Me enrolei na toalha e me olhei no espelho, as olheiras de cansaço ainda estavam lá, mais eu estava bem melhor, meu cabelo liso e negro agora parecia mais um ninho de passarinho. Procurei por algo afiado e encontrei uma tesoura em uma das gavetas. Cortei meu cabelo, ate a nuca, nem eu mesma me reconhecia, eu me sentia nua depois de tanto tempo com o cabelo tão grande, mais e melhor assim, uma nova aparência ninguém vai me reconhecer. As pontas do cabelo ainda pingavam sobre meu ombro me alertando que nem mesmo uma mudança de visual eu iria esquecer quem eu sou.

Me vesti com a camiseta que vim trazendo no corpo, e a causa de moletom, deixei os tênis brancos de baixo da cama. Olhei pela janela, e vi uma menina, talvez 7 ou 8 anos, passeando com seu cão, eu ouvia seus passos saltitantes, mesmo estando longe. Ainda me perguntava se eu era uma aberração ou um alienígena. Será que meus pais não eram quem eu sempre achei que fossem? Ao mesmo tempo que queria deixar o passado pra trás queria descobri a verdade, mais tentar descobri só iria me levar para mais perto de quem eu queria fugir, eu estava em conflito interno, e estava sozinha como sempre pra enfrentar tudo. Me joguei na cama, e pela primeira vez em 12 anos eu senti uma cama abaixo de mim, a leveza e a conforto de um colchão, que agora pareciam mais nuvens abaixo de mim.

Eu só consigo me pergunta se eles continuam me procurando, e quanto tempo levaram pra me achar. Acho que se eu não tivesse alto controle de mim mesmo, já teria me matado, e um inferno ser uma jovem de 18 anos, órfã, perdida e sem dinheiro.

Na manha seguinte quando acordei a casa ainda dormia, a porta principal estava aberta, assim que a abri um garoto se jogou contra mim, eu o empurrei para longe, mais longe do que devia, não medi a minha força, ele me olhou assustado enquanto eu já estava quase em pé e ele no chão. Ele estava suado e parecia inofensivo, me aproximei enquanto ele ainda estava boquiaberto, o ajudei a levantar e ele não parou de me encarar.

- Qual e o seu problema? – ele disse nervoso.

Me assustei com sua agressividade mesmo depois deu ter sido gentil, ele não me aprecia tão inofensivo agora.

- Qual e o seu problema? Por que se jogou em cima de mim? - rebati sua pergunta com arrogância.

- Eu acabei de chegar da corrida, e ia abri a porta... Quem e você? - ele mudou de assunto.

Prole ImortalWhere stories live. Discover now