Sem rumo (final)

175 19 2
                                    




Eu passei mais o menos dois dias, digamos que de luto, mais ao meu modo, enchendo a cara, ignorando todo mundo, por que agora não havia mais Cia nem família Vertelho para ficar no meu pé, e ate mesmo Enzo havia sumido. Eu havia me isolado, como da primeira vez em que me colocaram em uma solitária por demonstra mal comportamento. Eu não lido bem com pessoas que eu gosto morrendo. E essa e minha válvula de escape. Afinal minha vida não tinha mais sentido, eu finalmente cumpri a minha vingança e era como se eu nunca tivesse existido. A pergunta e: O que ia fazer agora? Toda a minha vida, foi por um propósito e ele já não existia agora, eu estava me sentindo sem rumo. E foi então que a porta do bar se abriu e eu tive a sensação que minha pergunta iria ser respondida.

Enzo se sentou ao meu lado, e pediu o mesmo que eu para beber.

- E ai. – ele disse.

- Oi, o que anda fazendo?

- Há... Eu estou por ai, mais agora estou tentando engolir a noticia de que vou ser pai.

Arregalei os olhos. – O que?

- Paloma esta grávida, e esta no hospital nesse exato momento por que ela sentiu dores. – ele revirou os olhos.

Eu voltei a encarar minha bebida ainda surpresa tentando digerir a noticia. E uma voz estranha e vazia veio a minha mente.

"O bebe morrera e sua chance e trazer Jace"

Olhei ao redor e todos conversavam e cantavam, voltei a olhar pra bebida, talvez fosse ela colocando coisas na minha cabeça.

"Vá, agora!"

Voltei a olhar ao redor agora analisando com cuidado e vi Conan, uma pessoa passou a sua frente e ele desapareceu, como se não estivesse estado ali, nunca. Eu estava ficando maluca, mais precisava ariscar. Me levantei e deixei Enzo falando sozinho, peguei o carro e as únicas coisas que passavam pela minha mente eram palavras que combinavam. Talvez conan não fosse tão ruim assim, talvez o sangue de pai estivesse aflorando agora depois e tantos anos. Quando cheguei ao hospital, senti minha garganta gelada, tão gelada quanto o ar condicionado que estava por todo lugar, pedi informação para uma senhora morena e ela me disse que Paloma estava em cirurgia, corri ate o quarto de cirurgia, e pela pequena janelinha quadriculada vi panos verdes, homens de branco e sangue por todo lado, atrás de mim o mundo parecia ter ficado mudo, minha respiração ofegante contra a janela era lenta. Depois de alguns minutos um medico saiu tirando as luvas sujas e com algo enrolado no pano, em um pano encharcado de sangue, olhei para Paloma toda ensangüentada e Julieta segurando sua mão aos prantos, voltei a olhar para o medico que já estava virando o corredor e fui atrás dele, ele entrou em uma sala de porta branca, com uma janela menor ainda o que a outra, ele saiu e eu virei o rosto, quando ele virou o corredor, olhei de um lado para o outro e entrei na sala. Ela tinha uma luz baixa, um pouco vermelha, lá dentro havia muitas prateleiras com vidros com rins, coração, e varias partes humanas, rodei todo o lugar ate achar o pequeno feto dentro de uma pia, tão pequeno e transparente, ele quase não respirava, seu coração minúsculo batia devagar, dava para ver pela pele fina, eu tinha pouco tempo. Peguei o feto com cuidado deixado ali para morrer, eu quenrendo ou não aquilo já estava destinado a acontecer, mais eu tinha uma chance de salvar os dois, poderia transferir a pequena alma para o corpo de Jace, o corpinho daquele bebe não iria aguentar mais eu poderia salvar sua alma. Fechei os olhos e me concentrei, palavras saíram dos meus lábios em sincrônica, as luzes piscavam descornadas, e finalmente tudo parou, voltei a olhar para o feto já morto e minhas marcas estavam iluminadas, voltei a colocar o feto na pia, e senti algo escorrendo do meu nariz, era sangue, o pacto precisava ser selado com meu sangue, e uma gota pingou bem na pequena testa do bebe, e eu imediatamente fui sugada para fora da sala, e jogada contra a parede. Senti meus músculos falharem, olhei para cima e vi a pequena janela escura voltei a olhar para o chão e vi meu sangue se transforma em um pequeno símbolo e subi pelo meu braço, e enquanto subia deixava um rastro de dor, queimava, a marca acabou parando perto do meu coração, segurei forte meu peito enquanto sentia a queimação, depois parou e senti algo gelado subir minha espinha.

Prole ImortalTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon